Casa Fort

Casa Fort mistura elementos para estimular reflexão

Guilherme Farizeli

À primeira vista, a Casa Fort é uma banda diferente. Seja na concepção das letras ou na construção dos riffs e arranjos, existe uma ideia maior por trás da música. A banda nos estimula, frequentemente, a refletir sobre temas como vida, sucesso, amor.

A saber, o quarteto carioca é formado por Gopala (vocais), Rafa Roucks (guitarra), Darlon Pitta (baixo) e Matheus Coelho (bateria).

O grupo tem investido no lançamento de singles, ao invés de um álbum “tradicional”, assim como videoclipes com um grande apelo visual. E a estratégia de mesclar esses elementos parece que tem dado muito certo. Enfim, vamos descobrir mais sobre a visão artística dessa galera?

Confira abaixo nosso bate-papo com os caras!

Obrigado por conversarem com o ULTRAVERSO! Como surgiu a Casa Fort?

É uma honra participar de um ambiente tão bacana! Agradecemos o convite e oportunidade. A banda nasceu em 2018 com o guitarrista Rafa Roucks que, na ocasião, também gravaria as vozes pois queria muito ter o registro de suas músicas gravadas. O Rafa acabou conhecendo o Gopala através da Manu Mesquita (filha do Evandro Mesquita) e achou que a voz se encaixava muito bem nas músicas e na proposta de som. Sendo assim, o convidou para gravar as vozes. O Darlon entrou em março de 2019 e o Matheus em 2020.

E quais as principais influências que vocês percebem transmutadas no som da banda?

Temos influências do rock nacional e internacional, surf music e reggae. Algumas das bandas que nos inspiram são Paralamas do Sucesso, The Police, Incubus, The Cult, Charlie Brown Jr, Bob Marley, Peter Tosh, Steel Pulse, entre outras.

Vocês acabaram de lançar a canção “Libertar”. Como foi o processo de composição e gravação da faixa?

Libertar” é uma composição do Rafa que fala sobre a libertação desse padrão de vida estipulada pela sociedade, onde temos que ter o melhor carro, melhor relógio, telefone. É preciso analisarmos o que realmente fazemos pelo próximo e não apenas o que foi feito para nós mesmos.

A música foi gravada e produzida no estúdio Locomotiva pelo Sidney Sohn Júnior, que é um parceiro de longa data da banda.

Por via de regra, vocês têm sempre lançado clipes com visual incrível acompanhando os singles. E “Libertar” não fica pra trás, né? Como foi a gravação do vídeo, especialmente nesse momento de pandemia?

Na maioria das faixas tentamos fazer um conceito visual para complementar a abordagem e percepção da música, mas isso nem sempre é possível. Este clipe aborda um contexto espacial e tem várias sobreposições de imagens de balões chineses (lanterna de Kongming) que simboliza de maneira subliminar as vítimas do COVID.

A pandemia impactou diretamente o lançamento dos nossos singles em 2020. Para ter uma ideia, em 2019 soltamos seis singles. Em 2020 lançamos apenas um single: ”Mundo Novo” – que também tem a ver com o contexto da pandemia.

Tivemos a oportunidade de gravar as imagens internas na academia de dublês de um amigo do Rafa, o Alex Aquino. E, no segundo dia, fizemos a gravação da área externa na Pedra Bonita, com ajuda de um outro amigo, o Luiz Ferreira – cuja família tem um sítio de Bromélias, que foi o cenário incrível nas cenas da trilha.

Nesse sentido, qual a importância dessa conexão entre áudio e vídeo na linguagem da Casa Fort?

A importância é criar uma narrativa para cada história pois cada letra tem um propósito. E esse é um dos pontos, se não o primordial, do nosso trabalho. Então, a questão visual acaba traduzindo esta ideia para o público.

Como vocês veem o mercado do rock independente no Brasil?

Infelizmente o mercado independente do Rock, especialmente no Brasil, não tem a força que já teve em décadas passadas. Atualmente, os gêneros Sertanejo e Funk são muito fortes e contam com um público bastante engajado, compartilhando e divulgando as músicas e vídeos – o que não vemos acontecendo com o público do Rock.

E esse cenário tem algum impacto na visão artística que vocês empregam na banda?

Infelizmente afeta, pois o trabalho não ganha força como talvez fosse funcionar se houvesse união de várias bandas em prol de uma bandeira que é o Rock e suas vertentes.

Imaginando um cenário pós-pandemia, com todo mundo vacinado, tudo mais ou menos normal. Quais os planos da Casa Fort para o futuro?

Recusamos tocar em alguns lugares em respeito ao momento que o mundo está passando. Nosso plano é colocar o time na estrada assim que tudo voltar ao novo normal, inclusive com mais lançamentos de clipes e músicas.

Queremos agradecer a todos que compartilham nosso trabalho, pois a força que nos faz seguir em frente vem MUITO disso!!! E não só por compartilhar, mas também por levantarem a bandeira do rock. É muito importante fortalecer a cena como um todo!

Nós da Casa Fort gostaríamos de fazer um agradecimento especial ao Roberto Monteiro que desde o início tem acreditado no nosso trabalho e sem ele nada disso poderia ser possível. De uma certa maneira ele é o quinto elemento da Casa Fort. E, mais uma vez, obrigado pelo convite!

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Então você é artista e acha que não tem muito espaço? Fique à vontade para divulgar seu trabalho na coluna Contra Corrente do ULTRAVERSO! Não fazemos qualquer distinção de gênero, apenas que a música seja boa e feita com paixão!

Além disso, claro, o (a) cantor(a) ou a banda precisa ter algo gravado com uma qualidade razoável. Afinal, só assim conseguiremos divulgar o seu trabalho. Enfim, sem mais delongas, entre em contato pelo e-mail guilherme@ultraverso.com.br! Aquele abraço!

Guilherme Farizeli

Músico há mais de mil vidas. Profissional de Marketing apaixonado por cinema, séries, quadrinhos e futebol. Bijú lover. Um amante incondicional da arte, que acredita que ela deve ser sempre inclusiva, democrática e representativa. Remember, kids: vida sem arte, não é NADA!
NAN