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Casamento em Família crítica do filme 2023 (1)

‘Casamento em Família’ vale pelas atuações dos veteranos

Bruno Oliveira

O filme Casamento em Família (Maybe I Do) é mais uma nova comédia romântica que estreará em breve nos cinemas. Estreante na direção em longas-metragens, Michael Jacobs também assina o roteiro, de onde vem os momentos mais inspirados da produção.

A princípio, o seu maior chamariz é o elenco, que engloba novos atores e outros bem veteranos e conhecidos. Esses últimos, aliás, recebem o grande destaque em uma comédia que poderia ter sido muito melhor conduzida.

Sinopse

Michelle (Emma Roberts) e Allen (Lucas Bracey) já namoram há um bom tempo e chegaram naquela fase de seguir em frente se casando ou terminando tudo. A dúvida criada em suas cabeças faz com que decidam realizar um jantar com seus respectivos pais para, enfim, apresentá-los e sanar essa dúvida. O que o casal não sabiam – e não esperava- é que seus pais estão tendo um romance extraconjugal entre eles, transformando tudo em uma enorme confusão.

Ótima atuações, mas direção fraca

Casamento em Família engloba aquela máxima de que todas – eu disse TODAS – as cenas boas estão no trailer. O vídeo vende a produção muito bem e automaticamente se torna melhor que o próprio filme em si.

Apesar disso, a obra não é um completo fracasso, afinal, as atuações dos atores que interpretam os pais são excelentes, temos algumas piadas bem inspiradas e pontuais, mas para por aí. O longa nos faz rir, mas praticamente não tem alma. Principalmente o casal protagonista, que é chato e completamente insosso.

A película poderia ser uma boa comédia de situações com ótimas sketchs no caminho. Temos esses momentos, mas acabam sendo pouco se medirmos o que poderia ter sido. O pior disso é que o filme cai em um discurso quase filosófico sobre o casamento, o que deixa tudo muito chato.

Esse detalhe recai sobre o casal de jovens, que fazem um momento tão bonito parecer algo extremamente dramático e chato. Eles param de viver o momento para pensar em como será para frente. Justamente tendo os seus próprios pais como exemplos à frente.

Nada de exemplos

Essa é a grande jogada que a história se propõe, pois os dois veem seus pais como grandes exemplos, mas, na verdade, não o são. Muito pelo contrário: o roteiro aponta para eles e mostra que o futuro deles não será muito diferente. Ainda assim, o filme deixa uma pontinha de esperança e diz que, se ainda houver amor, ainda há chance para as coisas darem certo.

Um ponto de vista das pessoas mais velhas sobre o mesmo assunto torna as coisas mais amargas e tristes, enquanto os mais jovens trazem a mesma situação com mais frescor e felicidade. Uma discussão interessante, mas que se perde em uma direção fraca.

Conclusão

As atuações de Richard Gere (“Chicago”), Diane Keaton (“Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”), William H. Macy (“Fargo: Uma Comédia de Erros”) e Susan Sarandon (“Thelma & Louise”) fazem a compra do ingresso valer a pena. Eles estão excelentes e valem os poucos risos que os espectadores podem dar.

O roteiro até tem alguns bons momentos, mas não sustenta tudo. O maior ponto fraco de Casamento em Família é mesmo a direção, que faz com que momentos importantes passem como se não fossem nada.