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CCXP24 | Saiba tudo sobre a participação de Chris Claremont

Izabella Nicolau

Há quatro dias, mais especificamente na última quarta-feira (4), uma das maiores lendas da cultura pop desembarcou no Brasil. Hoje, se conhecemos os heróis da Marvel da forma que conhecemos, o responsável por isso foi Chris Claremont durante sua passagem pelos X-Men.

O quadrinista veio ao país pela segunda vez para agraciar os fãs com sua presença durante os quatro dias de CCXP24. Durante esse tempo, foram mais de 500 autógrafos, inúmeras fotos, três painéis e diversas piadinhas. Com muito bom humor, durante suas entrevistas e atendimento aos fãs, o veterano da Marvel mostrou porque é um dos gigantes.

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Um pouco de sua história

Chris Claremont, em sua jornada épica na CCXP24, falou um pouco sobre sua história na Marvel, a importância dos X-Men para a sociedade, dentre outros diversos assuntos envolvendo sua jornada. Em uma interação com outra lenda, o John Romita Jr., durante a entrevista no palco Omelete, os veteranos comentaram, com a modéstia de lado do jeito que só eles podem deixar, como cada quadrinho escrito, cada história publicada, é um roteiro completo de filme (e as pessoas nem percebem isso).

Romita, em uma entrevista anterior, já havia comentado sobre o erro de Hollywood em ter demorado tanto para entender o verdadeiro potencial dos heróis nas telas e que, mesmo entendendo esse potencial, por algum motivo segue sendo muito difícil acertar. Claremont ainda alfinetou: “Se eles [FOX] tivessem tratado os X-Men com respeito, tivessem levado o cânone a sério, quem ia ligar pros filmes do Homem de Ferro?”.

Assuntos sensíveis

Além da alfinetada, Claremont ainda abordou assuntos “sensíveis”. Por diversas vezes ele reiterou a importância dos Mutantes ao dar visibilidade para questões político-sociais, e, quando questionado sobre a atual cultura “woke”, prontamente respondeu: “Os quadrinhos servem para isso… A mágica dessas histórias é que você não precisa ser óbvio quando aos acontecimentos. Veja a Mística e a Sina, por exemplo, elas foram o primeiro casal dos X-Men e, mesmo que na época não pudéssemos deixar isso explícito, estava lá, todos sabiam”.

Crédito: Izabella Nicolau

Identificação com o público

Claremont também comentou sobre como os X-Men e o Homem-Aranha são o que são pela facilidade da identificação do público. “Precisamos começar pelo fato de que as histórias da Marvel, diferentemente da DC, você encontra cidades reais. As histórias são ambientadas em Nova Iorque, por exemplo, não em Star City ou qualquer cidade inventada, mas, para além disso, são heróis com problemas reais. Quais minorias não se identificaram com os mutantes? Qual adolescente não se identifica com o Homem-Aranha? Isso acontece pois eles vivem no mundo real e enfrentam problemas reais!”.

Reflexo da sociedade

“Quando eu escrevi Deus Ama, O Homem Mata… Bem, me diga, como eu poderia ignorar o que via nas ruas e na televisão? Não há muito segredo, X-Men é um reflexo da sociedade da época e continua sendo um reflexo de questões profundas da sociedade até hoje”, respondeu o quadrinista quando questionado sobre as inspirações para as histórias mais icônicas.

Com esse gancho, o entrevistador pediu para Claremont falar um pouco sobre sua trajetória na Marvel e perguntou, caso pudesse voltar no tempo, qual conselho ele daria a si mesmo mais jovem. Claremont prontamente respondeu “Não faça isso!”.

Realização

Apesar da brincadeira, a questão sobre isso gira em torno do fato de que Claremont é sim o verdadeiro responsável pela relevância dos Mutantes e que, apesar de ambos os lados terem se beneficiado muito com as histórias (ele e a Marvel), de forma autoral talvez ele teria sido mais feliz. Ainda sim, ele afirmou que se sente muito realizado por sua trajetória na Marvel e que, como profissional, hoje ele não tem mais sonhos a realizar.

CCXP24 Chris Claremont
Crédito: Izabella Nicolau

Acredite na verdade que você quer passar

O lendário escritor encerrou suas participações em painéis com uma fala muito forte e importante: “não importa se você não é um ótimo ilustrador ou se a história pareça estranha em um primeiro momento, o mais importante de tudo é contar uma boa história e acreditar na verdade que você quer passar. Contar boas histórias é o que realmente importa, é o que é relevante e é o que vai fazer com que os leitores queiram ler cada vez mais”.

Esbanjando simpatia e com microfone desligado, querendo se sentir ainda mais perto do público, Claremont agradeceu imensamente aos fãs por todo o apoio e por receberem ele com tanto carinho. Sem dúvidas, Chris Claremont foi um dos mais importantes da CCXP24.

Izabella Nicolau

Paulistana, nascida em 1999, Izabella mudou-se para a cidade de Santos para cursar Biologia Marinha, mas o destino a levou para o Jornalismo. Apaixonada por NFL desde que assistiu a Atlantafalconizada no Super Bowl LI, escolheu o Green Bay Packers como time do coração. Corinthiana, Nerd, louca por X-Men e apaixonada por seus times: Green Bay Packers, Corinthians, Bayern e Dallas Stars.
NAN