Novo terror da Netflix, ‘Céu Vermelho-Sangue’ foge dos clichês, mas se estende demais
Wilson Spiler
Um avião supostamente sequestrado pousa no aeroporto do Reino Unido, onde o piloto, principal suspeito do crime, alega não ter sido o responsável pela confusão. Um menino consegue escapar do voo em estado de choque. Céu Vermelho-Sangue (Blood Red Sky), filme de terror que estreou na última sexta-feira (23) na Netflix e vem fazendo muito sucesso na plataforma, já começa com o “pé na porta”.
Para alguém mais desavisado, a produção inicia com toda a cara de um misto de ação com suspense, como vários que já assistimos de sequestros de aviões e terrorismo. Um tipo de filme bem comum, principalmente após o atentado de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.
Mudança de gênero
Mas não. Em Céu Vermelho-Sangue estamos falando de um clássico filme de terror mesmo. Sem jump scares, mas recheado de tensão, o longa conta a história de Nadja (Peri Baumeister) e seu filho Elias (Carl Anton Koch). Os dois se preparam para viajar para Nova Iorque em busca de um tratamento para ela, que parece sofrer de algum tipo raro de câncer. No aeroporto, o garoto faz amizade com um homem chamado Farid, enquanto a mãe toma um remédio que lhe causa grande desconforto.
No entanto, enquanto os passageiros se acomodam para o voo, um grupo de homens sequestra o avião e pede resgate para que todos saiam com vida. Assustado, Elias tenta se esconder e Nadja o segue, mas é alvejada com pelo menos três tiros por um dos sequestradores. É aí que o gênero do filme passa de ação para o terror. Afinal, a doença de Nadja não era exatamente o que pensávamos.
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Caótico
Parando de falar sobre a trama para evitar spoilers, o diretor Peter Thorwarth, que também co-escreve o filme ao lado de Stefan Holtz, faz um bom trabalho em Céu Vermelho-Sangue. Conhecido pelo belo texto do clássico cult A Onda, o cineasta consegue imprimir um ritmo intenso de tensão e terror, mesclando flashbacks para contar a história de Nadja e como ela contraiu a suposta doença. Dessa forma, podemos destacar a bela montagem, além da boa maquiagem nos personagens.
Há sutilmente uma crítica interessante aos estereótipos sobre os árabes e a religião islâmica, bem como à falta de tato muitas vezes da polícia ao lidar com situações de crise e como lidamos com os diferentes. As atuações são bem convincentes, com destaque para o menino Carl Anton Koch, que acaba se tornando um segundo protagonista na história.
Céu Vermelho-Sangue, no entanto, poderia ser um filme mais curto. Há um certo exagero em estender demais o desfecho da trama para mostrar mais cenas de gore e luta, tornando tudo caótico ao extremo. Além disso, possui alguns furos difíceis de engolir. Mas, no geral, diverte e mantém o espectador curioso até o fim para saber como tudo vai encerrar. O final, propriamente dito, também foge bastante dos clichês. Afinal, quem enfrenta o mal sempre fica com cicatrizes ao nascer do sol.
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Trailer do filme Céu Vermelho-Sangue, da Netflix
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Elenco de Céu Vermelho-Sangue (Netflix)
Roland Møller
Peri Baumeister
Chidi Ajufo
Alexander Scheer
Carl Anton Koch
Kais Setti
Ficha Técnica
Título original do filme: Blood Red Sky
Direção: Peter Thorwarth
Roteiro: Peter Thorwarth, Stefan Holtz
Data de estreia: sex, 23/07/21
Onde assistir ao filme ‘Céu Vermelho-Sangue’: Netflix
País: Alemanha, Reino Unido
Gênero: terror
Duração: 123 minutos
Ano de produção: 2021
Classificação: 16 anos