Chacrinha: O Velho Guerreiro | “Depois da ressaca da eleição, ele ainda pode trazer alegria”, afirma diretor do filme
Colaboração
*Texto da colaboradora Tatiana Aponte do blog Tati Aponte
Na última terça-feira, dia 16 de outubro, aconteceu a coletiva de imprensa do filme Chacrinha: O Velho Guerreiro. Estiveram presentes o diretor Andrucha Waddington, os atores Stepan Nercessian, Eduardo Sterblitch, Gianne Albertoni e Laila Garin, além dos produtores Angelo Salvetti e Cosimo Valerio. Todos estavam muito confortáveis para responder as perguntas dos jornalistas.
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Já de início, Andrucha respondeu que a participação da família do Velho Guerreiro foi crucial para a produção do longa, e que a relação entre família, atores e produtores vem desde o sucesso da montagem da versão teatral da história de Abelardo Barbosa.
O clima da coletiva ficou levemente político quando o cineasta, ao responder sobre a possibilidade de o filme fazer uma boa bilheteria, afirmou que o público está polarizado, vivendo uma situação política bem esquisita e, por este motivo, seria mais conveniente lançar o filme duas semanas após as eleições presidenciais. Em suas palavras, independente do resultado do pleito eleitoral, a população com baixa auto-estima, e o filme pode ser um lenitivo ao público:
– Chacrinha veio do rádio, cruzou pela ditadura, viveu na pós-abertura. É tão poderoso, que, depois de uma eleição, numa provável ressaca muito grande que a gente vá enfrentar, talvez ele traga algum tipo de alegria para o público.
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Chacrinha pelos atores que o interpretaram
O ator Eduardo Sterblitch dá vida ao comunicador ainda no início da sua carreira. Nascido em 1987, um ano antes da morte do Velho Guerreiro, ele teve todas as suas referências de um estudo de materiais e relatos familiares.
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Já Stepan Nercessian conheceu o comunicador pessoalmente e sempre o admirou. Ele lembra de ouvir gritos exigentes do comunicador após a exibição dos programas na TV Globo, ressaltando que o filme não inventa nada sobre o temperamento do apresentador.
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Ambos elogiaram o trabalho de Andrucha Waddington, que teve sensibilidade em dirigir e conduzir a história apresentada nos cinemas.
Elke Maravilha e a possível relação amorosa entre Chacrinha e Clara Nunes
Gianne Albertoni transformou-se em Elke Maravilha para o longa e as semelhanças com a artista ficaram surpreendentes. Nas palavras da própria atriz, “o mérito foi todo da equipe de maquiagem e figurino”. Assim que ela saía das cadeiras da maquiagem, sentia que a própria Elke estava ali. A artista considera que o papel foi foi um presente em sua vida, e a dobradinha com Stepan foi fundamental para a construção da sua personagem, já que ela não conhecia a relação entre Elke e “Painho” – como a artista carinhosamente chamava o apresentador.
Laila Garin, por sua vez, deu vida à Clara Nunes, famosa cantora brasileira. A história da amizade entre dois expoentes da cultura brasileira é romanceada de uma forma que surpreende.
– Quando a gente trabalha junto, o encantamento, trabalho e arte se misturam muito. Não sei, a relação com a música e a criança é muito sensual… é a vida!, afirmou a atriz.
A atriz disse que sempre admirou a cantora e, após a sua caracterização, evitava olhar-se no espelho para não fazer qualquer julgamento que pudesse impedi-la de viver a sambista no longa. Laila lembra-se dos programas do Chacrinha na TV Globo na década de 80, e tem uma memória viva do sucesso que o Velho Guerreiro fazia nas tardes de sábado na TV.
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Gianne Albertoni surpreendeu como Elke Maravilha (Foto: Nicolau Satudini / Divulgação)
José Bonifácio de Oliveira Sobrinho – O Boni
Quem conhece bem a história do Chacrinha sabe que a presença de Boni foi fundamental para o sucesso do Velho Guerreiro na televisão. Quem dá vida ao empresário no cinema é o ator Thelmo Fernandes, que não esteve presente na coletiva. Boni e Thelmo tiveram apenas um encontro, mas foi o suficiente para ajudar na composição do personagem.
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Andrucha e Stepan confessaram que Boni foi muito colaborativo e, em nenhum momento, chapa branca, sendo fiel à relação que tinha com Chacrinha nos bastidores, que sempre foi muito acalorada. Stepan disse que, no musical, em vários momentos, o personagem do Boni era visto como vilão:
– Em alguns momentos, o personagem do Boni era vaiado no teatro, mas nunca o empresário exigiu que fossem mais leve com a sua personalidade, revelou.
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O resultado nas telas é mais suave que no teatro, mas sem deixar de lado o caráter austero de Boni.
Chacrinha: O Velho Guerreiro chega aos cinemas em 8 de novembro em todo o país. A distribuição é da Paris Filmes e tem a coprodução da Globo Filmes e Media Bridge.