Christabel crítica do filme

CRÍTICA | ‘Christabel’, poesia e luxúria num filme aterrorizante

Cadu Costa

Responda rápido: qual foi o último bom filme de vampiros que você viu? Não vale “Crepúsculo”, hein? Nacional então… Bom, apresento-lhes Christabel, do diretor carioca Alex Levy-Helle.

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Baseado num poema clássico – e inacabado – de Samuel Taylor Coleridge, Christabel é ambientada no cerrado goiano e fala sobre a personagem-título, menina inocente que vive com seu pai humilde e trabalhador rural. Um dia, Christabel conhece a misteriosa Geraldine, uma mulher que diz ter sido atacada por homens e precisa de ajuda. Em sua pureza, ela acolhe Geraldine na casa de seu pai. É quando surge uma tensão entre as duas e Geraldine passa a influenciar a moça numa busca por paixão e liberdade.

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Depois de dirigir dois documentários (“O Relógio do Meu Avô”, de 2012 e “Macaco Tião”, de 2017), Alex Levy-Heller fez a sua primeira ficção e escolheu um tema difícil de ser feito com qualidade: o terror vampírico. E que estreia!

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Foto: Reprodução de internet

Talvez por conta de sua carreira documental, o filme seja um pouco mais lento que o esperado, mas isso dá tempo de entrar no clima proposto. A fotografia, a trilha sonora, tudo é de uma forma muito autoral. Um fim para o poema de Coleridge com um toque brasileiro e muito artístico. As cenas entre Christabel e Geraldine são poéticas, tensas e sexuais sem serem vulgares. A obra, como um todo, soa bem feminista, principalmente quando Geraldine diz à jovem: “O mundo é um lugar melhor quando quebramos um homem só porque podemos”, mas isso só reforça até onde o longa poderia chegar.

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Claro, falta uma coisa aqui outra ali, afinal, sabemos desde o início que algo está muito errado sem precisar de certos momentos sombrios. Mas isso não reduz o potencial da produção, pelo contrário. Veja como um filme de arte e se surpreenda com alguns sustos.

*Filme visto na programação do 3º Rio Fantastik Festival

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::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Christabel
Direção: Alex Levy-Helle
Elenco: Milla Fernandez, Lorena Castanheira, Julio Adrião, Alexandre Rodrigues
Estúdio / Distribuição: Pipa Produções
Data de estreia: qua, 21/11/18
País: Brasil
Gênero: Romance / Terror
Ano de produção: 2018
Duração: 112 minutos
Classificação: 14 anos

Cadu Costa

Cadu Costa era um camisa 10 campeão do Vasco da Gama nos anos 80 até ser picado por uma aranha radioativa e assumir o manto do Homem-Aranha. Pra manter sua identidade secreta, resolveu ser um astro do rock e rodar o mundo. Hoje prefere ser somente um jornalista bêbado amante de animais que ouve Paulinho da Viola e chora pelos amores vividos. Até porque está ficando velho e esse mundo nem merece mais ser salvo.
NAN