Cinema ao Pé da Letra – Parte 16: Espectadores são Ovelhinhas Manipuláveis: Pouca profundidade de campo
Pedro Lauria
Hoje vamos encerrar a primeira parte da discussão sobre Profundidade de Campo (que com certeza será retomada mais a frente). Por isso, nada melhor que finalizar com uma desconstrução de pensamento: “Se o uso da profundidade de campo tem um valor narrativo importantíssimo – o seu uso contrário (pouca profundidade) não surtiria um efeito equivalente?“.
E a resposta é sim.
Tudo no cinema é uma ferramenta linguística nas mãos do diretor. Inclusive abrir mão do foco de quase todos os elementos da cena.
Pra começar, voltemos com aquele esquema – já mostrado – para lembrar o que é a baixa profundidade de campo e seus efeitos.
Exemplificando o esquema acima:
Agora vamos aplicar essa ideia ao cinema.
Agora vamos focar em O Discurso do Rei, um filme que eu considero fraco e repleto de falhas, mas que ainda sim me chama a atenção por um trabalho constante de pouca profundidade de campo.
É isso criançada. Nos próximos filmes que assistirem, recomendo que prestem atenção sempre que o diretor mostrar parte do plano desfocado. E então se perguntem: qual é a intenção dele? Direcionar o olhar? Dizer alguma coisa das relações entre personagens? Falar algo sobre um personagem?
Descobrir essas pequenas intenções, ajudam a tornar a experiência do filme ainda mais recompensante.
E até a próxima.
Pedro Lauria
Em 2050 será conhecido como o maior roteirista e diretor de todos os tempos. Por enquanto, é só um jovem com o objetivo de ganhar o Oscar, a Palma de Ouro e o MTV Movie Awards pelo mesmo filme.NAN