Autoras

Conheça 5 autoras que desafiaram as regras de seu tempo

Stenlånd Leandro

O período Vitoriano é frequentemente lembrado por diversas autoras. Principalmente pelo conservadorismo, pudicícia e repressão. Mas os anos em que a Rainha Vitória esteve no poder também foram marcados por importantes avanços tecnológicos e da própria sociedade. Foi uma época em que as mulheres passaram a se fazer ouvir, desde aquelas no movimento sufragista até as escritoras do livro Vitorianas Macabras, publicado pela DarkSide Books.

A antologia reúne 13 escritoras do final do século 19 e início do século 20 através de seus contos assombrosos, um verdadeiro retrato do medo que predominava no inconsciente daquela época. Estas autoras desafiaram as convenções e combateram preconceitos para dedicarem suas vidas à arte, contrariando tudo o que se esperava de mulheres naquele tempo.

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Através de histórias envolventes, que prendem o leitor ao redor dos mistérios e crenças sinistras da Era Vitoriana, estas mulheres dão um retrato bem definido do que era considerado assustador no período: espíritos em lugares isolados, mansões mal-assombradas e fenômenos paranormais de arrepiar a espinha são apenas alguns exemplos. Mesmo reunindo a obra de diferentes autoras, Vitorianas Macabras entrega uma linha de pensamento coerente e condizente com a época.

Neste post apresentamos algumas das escritoras que tornam este livro obrigatório para todo fã do terror e do macabro:

1. Charlotte Brontë (1816-1855)

Charlotte Brontë

Esta escritora inglesa não é apenas um dos principais nomes da Era Vitoriana, Charlotte Brontë e suas irmãs Emily e Anne são referência na literatura até os dias de hoje. Em 1847 elas publicaram Jane EyreO Morro dos Ventos Uivantes e Agnes Grey, mas o caminho de Charlotte não foi fácil até aqui. Ela perdeu a mãe e as irmãs caçulas muito cedo, e trabalhou como governanta e professora antes de investir na carreira literária.

Antes dos sucessos mencionados, ela e as irmãs lançaram uma coletânea de poemas sob pseudônimos masculinos (algo muito comum naquela época), mas que foi um fracasso de vendas. Além disso, seu romance O Professor foi rejeitado para publicação. Graças à perseverança das três irmãs, elas tiveram seus maiores sucessos publicados no ano seguinte e abalaram a cena literária Vitoriana. Charlotte morreu jovem, aos 38 anos, em função de complicações na gestação.

Seu conto em Vitorianas Macabras é datado de 1833, muito antes do reconhecimento da escritora. Em Napoleão e o Espectro ela narra uma assustadora história em que uma estranha aparição perturba o sono de Napoleão Bonaparte.

2. Louisa Baldwin (1845-1925)

Autoras

Apesar de ter diversos homens notáveis na família, dentre muitas autoras, a escocesa Louisa Baldwin tem muitos motivos para se orgulhar. De saúde frágil e temperamento reservado, Louisa se refugiou na literatura, escrevendo diversos poemas e romances. A escritora fez uma coletânea de contos de terror dedicada ao seu sobrinho Rudyard Kipling, que também era escritor. Ela foi mãe de Stanley Baldwin, primeiro-ministro da Inglaterra durante o reinado de Jorge V.

O conto escolhido para o livro é O Mistério do Elevador, sobre um ascensorista que relata as idas e vindas de um hóspede cheio de mistério.

3. Rhoda Broughton (1840-1920)

Rhoda Broughton

Com tramas inventivas, apelo sensacionalista e personagens femininas que desafiavam as convenções da época, esta autora galesa se tornou bem popular no século 19. Sobrinha do escritor Sheridan Le Fanu — que a apoiou no início da carreira — Rhoda era tão popular que chegou a incomodar alguns colegas escritores, que desdenhavam de sua fama e conquistas (entre eles Oscar Wilde e Lewis Carroll).

Ademais, entre seus leitores, e uma das mais renomadas autoras, ela era tão querida que o capitão Markham, da Marinha Real Britânica, batizou uma montanha de Monte Rhoda em sua homenagem, já que seus livros tinham feito a alegria da tripulação durante a viagem. Ela nunca se casou e escreveu até morrer, aos 79 anos.

A saber, seu conto em Vitorianas Macabras se chama A Verdade, Somente a Verdade, Nada Mais que a Verdade conduz a narrativa totalmente através de trocas de cartas entre amigas ao redor de uma casa fantasmagórica alugada por uma delas.

4. Vernon Lee (1856-1935)

Vernon Lee

O verdadeiro nome desta escritora, dramaturga e ensaísta inglesa era Violet Page, que assinava com o pseudônimo Vernon Lee. Ela nasceu na França, consolidou sua carreira na Inglaterra, mas decidiu morar na Itália, passando muitos anos em uma vila em Florença.

Decerto, esta vitoriana macabra, provocava as convenções da época sendo lésbica, feminista, vestindo-se com trajes masculinos e mantendo relacionamentos nada discretos com outras mulheres. Suas histórias de horror não foram seus únicos trabalhos na Era Vitoriana: ela ficou famosa pelas suas contribuições teóricas à filosofia estética, através de artigos sobre música, pintura e literatura. Violet escreveu mais de 50 livros, entre contos, romances, peças e ensaios.

Seu conto Amour Dure, presente em Vitorianas Macabras, é ambientado na Itália, onde a autora passou boa parte da vida. O suspense narra a obsessão de um jovem historiador por uma mulher do século 16, notória pelos fins trágicos de seus amantes.

5. Edith Nesbit (1858-1924)

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Edith Nesbit foi uma escritora politicamente engajada, publicou mais de 60 livros infantis, além de também ter escrito romances, poemas e contos de horror. Assim, sua vida pessoal foi um tanto curiosa: ela se casou com Hubert Bland e pouco tempo após o matrimônio descobriu que o marido a traía com uma de suas melhores amigas, Alice Hoaston. A saber, ela permitiu que Alice morasse em sua casa como governanta. Hubert teve três filhos com Edith e dois com Alice, que foram adotados pela escritora.

Inteligente e comunicativa, a escritora se tornou professora convidada da Escola de Economia e Ciência Política em Londres. Edith era uma fumante inveterada e morreu de câncer aos 65 anos de idade.

Ademais, o conto Mortos em Mármore, publicado em 1887, foi escolhido para a coletânea de  Vitorianas Macabras. A história é sobre um casal que aluga um chalé em localizado numa região em que, em determinada época do ano, uma terrível maldição coloca em risco a vida de seus moradores.

Stenlånd Leandro

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
NAN