crítica do filme Continência ao Amor da Netflix de 2022

Foto: Netflix / Divulgação

‘Continência ao Amor’ tem o mérito de tentar fugir da mesmice

Wilson Spiler

Continência ao Amor (Purple Hearts), novo filme da Netflix, Cassie (Sofia Carson) é uma jovem predestinada que trabalha como garçonete, mas sonha em viver da música. Em determinado dia no bar em que está empregada, ela conhece Luke (Nicholas Galitzine), um militar do Exército que está prestes a embarcar para o Iraque em mais uma das muitas missões de guerra norte-americanas.

Entretanto, ambos são muito diferentes. Cassie é feminista, contra armas, uma verdadeira liberal americana (o mesmo que progressista aqui no Brasil, ou de esquerda, como alguns gostam de chamar). Luke, por outro lado, é um militar e acredita que esteja prestando um grande missão ao servir ao Exército em uma guerra.

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Diferenças e aparências

Ainda assim, essas duas visões completamente distintas de mundo acabam se unindo, inicialmente, por interesse: Cassie é diabética e não consegue pagar seu tratamento; já Luke é um ex-dependente químico que tem uma dívida com um traficante de drogas. Os dois decidem, então, se casar para garantir os benefícios que o Exército oferece para quem tem uma união estável. Com isso, ela consegue um plano de saúde e ele uma espécie de abono salarial para quitar o débito com o criminoso.

Mas eles precisam manter as aparências, pois se a Forças Armadas descobrem que se trata de um casamento arranjado, o casal pode ter que encarar a Corte Marcial e ser punido com prisão. A partir desse convívio do dia a dia, a dupla começa a desenvolver um carinho um pelo outro e, o que antes era um sentimento apenas forjado, se torna algo real.

Superficial, mas não é mais do mesmo

À primeira vista, Continência ao Amor parece mais um daqueles romances melosos que vemos por aí aos montes. E não deixa de ser. Mas entre essas idas e vinda, há algumas camadas que aprofundam a produção não deixando que ela caia no mais do mesmo. Essa questão de visões antagônicas sobre o mundo é bem abordada, de certa forma, o que os leva a uma espécie de equilíbrio para tentar deixar o mais importante  falar mais alto: o amor.

Decerto, o aflorar do sentimento entre os dois é pouco desenvolvido e acaba sendo deveras forçado. Além disso, um militar sendo ameaçado por um traficante minguado, que não imprime uma grande tensão e muito menos é cercado por capangas, é um pouco contraditório.

Mas as boas intenções de Continência ao Amor e a química entre o casal protagonista funcionam. Ainda que seja previsível, com um discurso anti-guerra apenas superficial e tenha pouca profundidade na hipocrisia do militar ‘cidadão de bem’ e ‘perfeito’, só de tentar sair da mesmice já vale o esforço para assistir ao filme.

Onde assistir ao filme Continência ao Amor?

A saber, Continência ao Amor estreou nesta sexta-feira, 29 de julho de 2022, no catálogo da Netflix.

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Trailer do filme Continência ao Amor, da Netflix

Continência ao Amor: elenco do filme da Netflix

Sofia Carson
Nicholas Galitzine
Chosen Jacobs

Ficha Técnica do filme Continência ao Amor (Netflix)

Título original do filme: Purple Hearts
Direção: Elizabeth Allen Rosenbaum
Roteiro: Liz W. Garcia, Kyle Jarrow
Duração: 122 minutos
País: Estados Unidos
Gênero: drama, romance, musical
Ano: 2022
Classificação: 14 anos

Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
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