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Corra, Querida, Corra crítica do filme 2022 Amazon Prime Video

‘Corra, Querida, Corra’ garante boas surpresas

Bruno Oliveira

A Blumhouse tem sido uma ótima produtora de filmes de terror nos últimos tempos. Sua parceria com o Amazon Prime Video já rendeu algumas obras interessantes. Nenhuma delas realmente excelentes, mas que conseguem cumprir o acordado: ser uma produção de baixo orçamento e eficaz para agradar os assinantes. O filme Corra, Querida, Corra (Run Sweetheart Run) certamente entra nesse esquema. Uma obra que consegue divertir dentro do que se propôe sem querer parecer grandioso.

Sinopse

Cherie (Ella Balinska) é uma mãe solteira que resolve embarcar na onda do “encontro às cegas”. Seu chefe (Clark Gregg) descobre e resolve ajudar a sua querida funcionária marcando um encontro com o encantável Ethan (Pilou Asbaek). Após tudo dar certo e ela ter vivido um ‘date’ incrível, as coisas começam a mudar. O que seria uma noite memorável positivamente, acabará sendo lembrada como um inferno em sua vida.

Divertido e eficiente

O seu início mostra uma linha de roteiro muito parecida com o que já vi por aí esse ano. Tudo começa lindo, uma maravilha, poderia até dizer que é um conto de fadas, até não ser mais. A mulher só descobre que seu amante é um psicopata após se casar com o homem. Aqui, tudo se desdobra em uma única noite e é o suficiente para uma pessoa do mal se revelar sem medo. O pior é que, quando isso começa a acontecer, você esquece que estamos falando de um filme de terror e cai rapidamente nesse mundo.

A cena em que temos essa virada de roteiro é muito boa. Começa com a câmera se aproximando do casal entrando em casa e, de repente, Ethan pede para a esposa parar. A porta se fecha, a câmera recua devagar e aos poucos começamos escutar gritos abafados. Do nada, surge nossa protagonista toda rasgada e ensanguentada com um “RUN” (CORRA) bem grande na tela. Assim começamos de verdade essa aventura de terror pelas ruas noturnas da Califórnia.

Esse recurso da quebra da quarta parede começou bem interessante, mas praticamente para por aí. Temos uma situação em que isso é usado em outro momento, mas já desnecessariamente e sem função narrativa. O abandono desse artifício foi o que mais me incomodou. Deram a esperança de algo muito bom e não cumpriram com a expectativa. O roteiro que é OK e nos dá algumas soluções meio sem nexo. É o que eu chamo de o “poder do roteirista”.

Conclusão

Corra, Querida, Corra não é excelente, mas garante boas surpresas. Se puderem, não vejam o trailer para ter uma experiência melhor. É um bom terror, leve para se ver em uma tarde ou noite chuvosa do lado da pessoa que gosta. Não dá medo, mas entretém bastante.