‘Cowboy Bebop’: a reformulação de um clássico
Matheus Soares
Temáticas futuristas sempre atraem um público grande, ainda mais ser for algo animado e considerado clássico. Os anos 90 tiveram grandes clássicos com essa temática, por exemplo. O mais lembrado é Neon Genesis Evangelion. Entretanto, não viemos falar sobre esse “buga mente”, mas sim sobre o fenômeno Cowboy Bebop, que ganhou série pela Netflix recentemente.
A nova produção não vai seguir exatamente os passos da animação. Ela tomará seus personagens e seguirá uma trama implícita durante o anime. Spike e o Sindicato, uma história pouco contada, abre suas nuances na live-action do streaming vermelhinho.
Ainda teremos personagens clássicos como Jet Black (Mustafa Shakir) e Faye Valentine (Daniella Pineda). Mas eles meio que servirão de um meio para o fim.
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Cowboy Bebop e sua estética
A estética de determinada produção diz muito sobre sua montagem. Cores, fotografias, temática e trilha sonora ajudam o espectador a serem atraídos pelo que está diante de seus olhos. Com a série Cowboy Bebop não vai ser diferente. A película tem um tom marrom em suas cenas em lugares abertos, representando bem o mundo “velho oeste”. Por outro lado, as cenas com tecnologia são mais escuras, causando certo contraste. Afinal, é um futuro distópico corporativista.
Além disso, temos os cenários que são um deleite para quem curte a obra e, principalmente, obras futuristas. As naves, os planetas habitados, os meios de transporte intergalácticos… tudo isso é bem aproveitado e não deixam a desejar.
Mas, se pudesse citar um detalhe crucial para a estética da série ser perfeita é que faltou uma trilha sonora mais adequada. O anime é carregado por um Jazz Bebop (um estilo rápido e cheio de improvisos), Funk , Blues, Country (para relembrar um pouco do velho oeste). Isso faz bastante falta na adaptação.
Essência narrativa no lixo
Então, se você espera uma adaptação que siga bem o anime, vá devagar. Isso porque toda a essência narrativa vai para o lixo. Afinal, a animação antiga é uma espécie de monólogo sobre caçadores de recompensas e suas aventuras. Onde caberia perfeitamente a frase “O caminho importa mais que a chegada”. Obviamente, teremos Spike como protagonista, mas os demais não são segregados por isso.
Em resumo, o anime Cowboy Bebop é uma narrativa sobre conhecer os personagens e suas histórias ao longo dos episódios e ir se identificando com eles. Algo que não acontece aqui. Pelo menos não por completo.
Na série da Netflix, eles vão pegar um enredo que serve de pano de fundo e transforma-lo na trama principal, que é a relação de Vicious, Sindicato, Julia e Spike. E, dessa forma, desenvolvem toda a história.
Propósito cumprido
Mesmo com todos esses “problemas”, a série Cowboy Bebop consegue servir seu propósito como uma produção de ação futurista. Afinal, as cenas de lutas são muito bem gravadas e a movimentação de câmera, em determina momento, causa a apreensão que a situação pede.
Por fim, Cowboy Bebop, com certeza, não irá agradar aos fãs da série animada. Tanto pelos fatos ditos quanto por cortar certos personagens que fazem parte do nosso coração. Contudo, cumpre o papel designado e, provavelmente, terá seu momento no holofote antes de ser esquecida como a maioria das adaptações.
Onde assistir à série Cowboy Bebop?
A saber, a série Cowboy Bebop está disponível para assinantes da Netflix. Aliás, vai comprar algo na Amazon? Então apoie o ULTRAVERSO comprando pelo nosso link: https://amzn.to/3mj4gJa.
Trailer Cowboy Bebop, da Netflix
Cowboy Beebop: elenco da série
John Cho
Mustafa Shakir
Daniella Pineda
Ficha Técnica
Título original da série: Cowboy Bebop
Temporada: 1
Episódios: 10
Duração: de 38 a 60 minutos
Criação: Christopher L. Yost
Direção: Alex Garcia Lopez e Michael Katleman
Roteiro: Sean Cummings, Karl Taro Greenfeld, Christopher L. Yost, Javier Grillo-Marxuach, Alexandra E Hartman, Jennifer Johnson, Vivian Lee e Liz Sagal
País: Japão e Estados Unidos
Gênero: ação e ficção científica
Ano de produção: 2021
Classificação: 16 anos