Cradle Of Filth Existence Is Futile crítica do álbum novo

Cradle Of Filth entrega ‘Existence Is Futile’ pensando no apocalipse

Cadu Costa

Se houvesse uma banda para fazer uma serenata para o fim de todas as coisas, existiriam poucas que pudessem ser tão chatas quanto Cradle Of Filth. Mas também poucas apreciariam mais o cenário apocalíptico. Feito durante, embora não sobre a COVID-19, Existence Is Futile é o 13º álbum da banda inglesa que teve um relativo sucesso na virada do século.

O disco possui um toque de armagedom com a grandeza cinematográfica e gloriosas proporções bíblicas. Existe guerra, existe morte. Há uma extinção humana chegando na primeira música com “Existential Terror”. Dani Filth, o homem por trás da banda, mantém seus vocais rasgados e sua infâmia herege. Seguimos com “Necromantic Fantasies” e o disco abre pesado e denso, características conhecidas da banda.

Circo macabro terminal

Frequentemente ridicularizados como os bobos da corte do black metal, em Existence Is Futile, o Cradle Of Filth parece estar em seu elemento como mestres de um circo macabro terminal. A banda quer redescobrir uma forma diabólica de permanecer forte e relevante.

Não como negar que há uma criatividade inspirada numa energia quase pirotécnica. “Crawling King Chaos” é o tipo de música boa para acompanhar em um festival. Conseguimos imaginar o palco, o fogo, a iluminação principalmente na hora que o teclado de Anabelle Iratni começa a ditar o ritmo.

“Black Smoke Curling From The Lips Of War” surge numa explosão black metal e tome mais pedaços de pompa teatral. No entanto, eles são tão poderosos e revigorantes que funciona.

Barulhento e bom

Os temas podem ser apocalípticos, mas em face do inevitável, o Cradle Of Filth parece mais emocionante do que em anos e isso soa realmente bom.

Para uma banda tão familiarizada com morbidez, vê-los soar como algo vivo é deveras interessante. O final com “Unleash The Hellion” é até mesmo fascinante. O Cradle Of Filth entrega com o álbum Existence Is Futile algo que se não é tão diferente do que já conhecíamos deles, pelo menos é barulhento o suficiente para termos um apreço.S

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Ouça Existence Is Futile, do Cradle Of Filth 

Cadu Costa

Cadu Costa era um camisa 10 campeão do Vasco da Gama nos anos 80 até ser picado por uma aranha radioativa e assumir o manto do Homem-Aranha. Pra manter sua identidade secreta, resolveu ser um astro do rock e rodar o mundo. Hoje prefere ser somente um jornalista bêbado amante de animais que ouve Paulinho da Viola e chora pelos amores vividos. Até porque está ficando velho e esse mundo nem merece mais ser salvo.
NAN