CRÍTICA | ‘Buscando’ acerta ao misturar thriller policial com redes sociais
Giovanna Landucci
Searching (ou Buscando…, como foi traduzido por aqui) é um filme da Sony que carrega a grande responsabilidade de conseguir passar sua mensagem de maneira clara, sendo que o espectador precisa prestar atenção em duas atividades ao mesmo tempo: as que acontecem aparentemente em tempo real nas mídias sociais dos personagens e nos diálogos entre os familiares e demais envolvidos no caso tratado.
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Buscando se preocupa milimetricamente em situar o espectador em redes sociais, aplicativos de bate-papo, busca por pastas pessoais e documentos nos computadores que são projetados na telona de maneira muito bem-feita e equilibrada, onde se pode acompanhar o que o pai conversa com sua filha, ora via celular, ora via computador, e as lembranças da família que ele acessa em seu notebook.
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Sim, David Kim (John Cho) é viúvo. Sua esposa faleceu de uma grave doença há alguns anos e, isso, aos poucos, é mostrado através destes vídeos que ele acessa para lembrar dela para situar que toda a vida deles é feita através das mídias sociais. Enquanto sua filha está na escola estudando, ele mostra para ela que se esqueceu de atividades importantes, como, por exemplo, levar o lixo pra fora, lavar a louça, entre outras. Ela conversa com o pai sobre suas atividades do dia, festas ou eventos que quer ir.
O estreante diretor Aneesh Chaganty, ao trazer uma excelente experiência de narrativa que imerge o espectador em uma tela de computador, o fez de maneira exemplar, mas não foge de algo que “Amizade Desfeita” já havia demonstrado, porém, desta vez, de uma maneira mais realista e convincente. Certas vezes, é possível se sentir dentro da trama, conversando com o pai da garota e interagindo com os vídeos e pastas que ele mexe e busca em seu computador. Dessa maneira, podemos dizer que o maior protagonista dessa história é a narrativa, ou seja, o método utilizado, que chega a brilhar mais que os protagonistas e o enredo.
Foto: Sony Pictures / Divulgação
Ultimamente o uso de narrativas com presença de shots de redes sociais tem sido cada vez mais presente no cinema. Recentemente, tivemos no cinema nacional algumas obras que retrataram muito bem esse uso em tela. Uma delas foi “Aos Teus Olhos”, que fala um pouco sobre linchamento através da internet e aplicativos, e “Ana e Vitória”, que mostra cenas de uso de Snapchat e a tela sendo uma grande experiência visual e virtual intercalada com um musical e um roteiro bem dirigido.
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No elenco temos Debra Messing (Will and Grace), que interpreta uma policial que investiga o que houve com a filha de David Kim (John Cho, o Sulu, de “Star Trek”). Sua filha desaparece, ele entra em pânico e começa a investigar através das redes sociais os últimos posts dela e com quem ela andou. Dessa forma, começa a perceber que não conhecia a jovem e que, antes de encontrá-la, terá que entender quem ela era realmente. Talvez porque sua mãe faleceu, ela tenha se distanciado do pai e se fechado. A trama traz uns plot twists bem interessantes e somente em alguns poucos momentos se torna um pouco cansativa durante os períodos de buscas. Será que ela está morta? Onde será que está? Você irá descobrir a resposta destas perguntas e muito mais mergulhando na intimidade desta família fuçando suas redes sociais.
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Buscando… é um filme feito na medida para os dias atuais, muito bem construído e elaborado, e com bons atores que encarnaram seus personagens de uma maneira a não deixar que o o enredo se torne previsível.
::: TRAILER
::: FICHA TÉCNICA
Título original: Searching
Direção: Aneesh Chaganty
Elenco: John Cho, Debra Messing, Joseph Lee
Distribuição: Sony
Data de estreia: qui, 20/09/18
País: Estados Unidos
Gênero: thriller
Ano de produção: 2018
Classificação: 14 anos
Giovanna Landucci
Publicitaria de formação, sempre gostei de escrever. Apaixonada por filmes e séries, sim, posso ser considerada seriemaníaca, pois o que eu mais gosto de fazer é maratonar! Sou geek principalmente quando falamos de Marvel e DC. Ariana incontestável, acho que essa citação de Clarice Lispector me define "Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa, ou forte como uma ventania. Depende de quando e como você me vê passar." Ah, como é de se notar pela citação, gosto de livros e poesia também.
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