CRÍTICA | ‘Certo Agora, Errado Antes’ tem um ritmo mais próximo da realidade
Demétrius Carvalho
O longa coreano do diretor San-soo Hong venceu o Leopardo de Ouro no festival de Locarno 2015 e ainda teve Jung Jae-yeong levando o prêmio de melhor ator e trás exatamente a estória de um diretor de cinema. Ham Cheon-soo (Jae-yeong Jeong) chega um dia antes na cidade coreana de Suwon em virtude da exibição de seu filme seguido de debate com o público, mas por confusão da organização do festival, chega um dia antes na cidade. Com o tempo ocioso, ele resolve conhecer um antigo palácio restaurado da cidade e conhece Yoon Hee-Jeong (Kim Min-Hee), uma jovem artista plástica. Tempo suficiente para que se envolvam emocionalmente mas também, que a jovem artista se decepcione ao saber que Ham Cheon-soo é casado. Até aí, o filme não tem aparentemente algum diferencial, mas imagine que o protagonista pudesse reviver o dia.
Pois bem, quando vou assistir as cabines de cinema, gosto de ter o menor número de informações possíveis sobre o filme e qual não foi minha surpresa quando por volta de uma hora de filme, temos o seu dia revivido?
Filmes orientais possuem como característica um ritmo mais próximo da realidade em contraste com o ritmo frenético das películas americanas e as tomadas longas em “Certo agora, errado antes” realçam essa sensação dando inclusive tempo para o telespectador pensar as diferenças de atitudes tomadas no “certo agora” e “errado antes”.
A fotografia e figurino do filme também nos trás uma sensação de proximidade com os atores e ouso dizer que mesmo os silêncios promovidos no longa realçam esse sentimento com uma trilha sonora servindo como ponte entre passagens apenas. A sonoplastia minimalista, o famoso clima oriental em um interessante filme de questionamentos sobre problemas que nos aparecem durante o decorrer da vida e as suas formas de abordagem.
FICHA TÉCNICA