CRÍTICA 2 | ‘O Bom Gigante Amigo’ é sensível e apaixonante [2]

Anderson Vidal

Steven Spielberg se junta a Disney em seu primeiro trabalho como cineasta em O Bom Gigante Amigo e o resultado é muito bom.

A história, lançada em 1982 em livro, gira em torno de Sophie, uma menina órfã que vê um gigante em uma madrugada e é levada a terra natal dele. Não li o livro, então essa crítica será feita apenas com o que vi na telona.

O Bom Gigante Amigo me lembrou muito O Bom Dinossauro, também da Disney e que eu gostei demais. A história é extremamente sensível, Sophie mora em um orfanato e é completamente deslocada daquele ambiente, sozinha, sem amigos e com quem conversar. E BGA também vive solitário na Terra dos Gigantes, cercado apenas com outros gigantes que fazem bulling com ele o tempo todo, então o encontro dos dois não poderia ser melhor e mais completo.

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O BGA é carismático desde a primeira aparição em cena, quando só a sua mão atalhada aparece para levantar a lata de lixo na rua que foi derrubada, já Sophie, demorei um pouco para me identificar com a personagem, de inicio a nova atriz Ruby Barnhill ainda parece sem expressão e sem carisma, mas logo em seguida a boa química com o Gigante Amigo acontece e ele a envolve em seu grande carisma.

O Bom Gigante Amigo me ganhou pela delicadeza e força da amizade que é traçada entre os protagonistas, algo bem natural e que vai crescendo gradativamente ao longo da película. Sophie assim que é levada para a Terra dos Gigantes está com medo, apesar de ser corajosa, ela quer sair dali a qualquer custo, mas BGA não quer deixá-la ir porque ela o viu e poderia contar para o mundo, e o que BGA menos quer é que humanos o descubram. Nisso, ela tenta fugir, em vão, até começar a conhecer o BGA e criar o laço da amizade.

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O modo como o BGA fala o torna ainda mais fofo e carismático, ele troca as palavras, mistura uma palavra na outra, em alguns momentos, confesso, é ruim em acompanhar a legenda, porque a frase toda é formada com ‘erros’ e nos confundimos, mas nada que vá comprometer o entendimento.

O Bom Gigante Amigo me ganhou em diversas formas, história por trás do motivo em que ele ia a ‘terra dos humanos’ é uma delas, ele apanha os sonhos e faz sonhos bons para as pessoas, a cena em que ele leva Sophie para a arvore dos sonhos de cabeça para baixo é fantástica e o visual é deslumbrante. Aliás, todo o visual do filme é extremamente deslumbrante, nos deixando fascinados durante toda a projeção.

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Destaco muito a sequência maravilhosa do plano em que Sophie tem para tirar os gigantes do pé do BGA, com a Rainha da Inglaterra, é divertidíssimo toda a cena. Outro deslumbre é quando BGA sequestra Sophie e faz uma jornada até chegar a Terra dos Gigantes, foi muito bem feita e a viagem é sensacional.

No mais, O Bom Gigante Amigo foi aquilo que eu imaginei que seria, sensível, amigável e apaixonante. Quem assina a trilha sonora é o incrível John Williams, que já fez Harry Potter, Stars Wars, Indiana Jones… e deixa a aventura do BGA ainda mais inesquecível. No meio do longa o ritmo se perde um pouco e as coisas ficam lentas, mas logo em seguida pega o embalo novamente e nos envolve em sua grande história. O filme estreia nessa quinta (28) no Brasil e não recomendo muito a versão 3D, nada muda, não atrapalha, as cores do filme e a nitidez continuam muito boas, mas é descartado.

Anderson Vidal

NAN