CRÍTICA | 3ª temporada de ‘Eu, Tu e Ela’ é a mais fraca

Giselle Costa Rosa

A segunda temporada de Eu, Tu e Ela fechou com a crise conjugal do “trisal” diante da discussão de ter um filho e com Emma enxergando um outro caminho cuja solução não agradaria aos demais envolvidos.

Nesta terceira temporada, coloca-se em questão mais uma vez os “efeitos colaterais” de uma relação poligâmica. O esforço será de inserir o “terceiro elemento” na unidade do matrimônio. O homem da relação, Jack, já não questiona mais a bissexualidade de sua esposa e, sim, passa ter a certeza da saída do armário de Emma, tendo pra si que ela é assumidamente homossexual.

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Crítica da 1ª temporada 
Crítica da 2ª temporada 

Agora o grande desafio de Emma, Jack e  Izzy será saber fugir da armadilha de idealizar uma relação como fonte da sua própria felicidade, esquecendo que a felicidade é um sentimento interno, que deve vir de dentro pra fora. Até onde se pode abrir mão de sua felicidade pelos outros ou por uma carreira super bem-sucedida permearão pequenas discussões ao longo dos episódios.

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O medo de todos os envolvidos no “trisal” voltará à tona, mas agora sendo colocado à baila de forma madura. Concomitantemente aos protagonistas temos a história da personagem Nina – mestranda e mulher independente que, como (quase) todos que tomaram um “pé na bunda” e ficaram magoados, está tentando se desviar de um novo relacionamento, transformando seus medos em problemas emblemáticos no outro.

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Enquanto Emma e Izzy fazem uma pequena viajem de autoconhecimento – tanto sexual como profissional. Novos personagens serão a esteio para tal fato, jogando aquela luz em cima de problemas antigos.

O roteiro continua leve e com falhas ao trazer a discussão sobre o poliamor. Com uma pegada e linguajar moderninhos provavelmente a série continuará agradando a geração dos Millennials (os nascidos imersos em tecnologia, banda larga, smartphones, games em 3D, numa época onde a privacidade é quase inexistente e que ser multitarefa e estar conectado é uma obrigação) – talvez nem tanto já que eles são citados de forma pejorativa nas várias tiradas feitas pela personagem da Nina.

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Poliamor não é e nunca foi novidade e, apesar da série não atrelar isso a uma geração – o que não faria muito sentido, coloca esse tipo de relação em certas cenas como coisa de outro mundo. A terceira temporada Eu, Tu e Ela – com dez episódios de no máximo trinta minutos cada – é a mais fraca de todas. O excesso de piadinhas cansa um pouco e torna a série meio boba demais. Mas ganham pontos ao trazer o velho dilema heteronormativo de que a mulher é a responsável por cuidar da casa, dos filhos e ainda estar sexy para o marido ao final do dia. Parece que faz pouco tempo que os homens descobriram que podem ser multitarefas também.

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::: TRAILER

:::: FICHA TÉCNICA

Temporada:
Criação: John Scott Shepherd
Elenco: Greg Poehler, Rachel Blanchard, Priscilla Faia
Gênero: Comédia
Ano: 2018
Classificação: 16 anos

Giselle Costa Rosa

Integrante da comunidade queer e adepta da prática da tolerância e respeito a todos. Adoro ler livros e textos sobre psicologia. Aventuro-me, vez em quando, a codar. Mas meu trampo é ser analista de mídias. Filmes e séries fazem parte do meu cotidiano que fica mais bacana quando toco violão.
NAN