CRÍTICA | ‘A Caminho de Casa’
Marko Costa
Os filmes contextuais da relação entre ser humano e animal sempre despertaram interesse e comoção do público nas telonas do cinema. Longas famosos, como “Meu Cachorro Skip” (2000), “Marley & Eu” (2008) e “Sempre ao Seu Lado” (2009) fizeram um baita sucesso de bilheteria e, até hoje, são assistidos no mundo inteiro por pessoas de diversas idades. Nada muito diferente dos clássicos citados, A Caminho de Casa (A Dog’s Away Home), dirigido por Charles Martin Smith (Os Intocáveis, 1987) e escrito por W. Bruce Cameron e Cathryn Michon, traz um “clichezão” de seu gênero adaptado em outras temáticas, mas cativa e emociona com o desdobramento da história.
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A narrativa conta a história de Bella, uma cadela que, ainda filhote, é encontrada por Lucas (Jonah Hauer‑King) em um terreno abandonado em frente sua casa e, a partir daí, a paixão recíproca torna-se iminente. O jovem é estudante de medicina veterinária e mora com sua mãe, Terri (Ashley Judd), juntos eles fazem parte de um serviço voluntário em um hospital de veteranos de guerra e cuidam de Bella com muito amor e afeto.
A Caminho de Casa é narrado por Bella (na voz de Bryce Dallas Howard), sempre demonstrando a sua satisfação e felicidade ao pertencer a família e o quanto eles são importantes para ela. Contudo, ao envolver-se numa discordância com um vizinho, ele faz uma denúncia ao Controle de Animais informando que a raça de Bella não é permitida na região aonde eles residem, fazendo com que eles coloquem a cadela para morar na casa de um conhecido da família.
Neste primeiro ato, o andamento do filme passa a ficar acelerado entre os diálogos e as cenas, dando a entender que o desenvolvimento da história pudesse ser mais importante do que a premissa. A voz doce de Bella quebra esse ritmo ligeiro, ainda que poucas coisas possam absorvidas em cada take.
Nesta ocasião, a direção preocupou-se em deixar explícito um tema bastante relevante. Quando Lucas e sua mãe precisam esconder Bella do proprietário da casa levando-a escondida para o hospital, observamos que o grupo de pacientes que sofrem de depressão pós guerra muda completamente sua autoestima quando a cadela está interagindo com eles, tornando o ambiente mais leve e descontraído, e mostrando a importância do auxílio de um animal no tratamento da depressão falado por Lucas durante as primeiras cenas do filme.
Voltando ao roteiro, o desdobre da trama acontece quando Bella decide fugir e reencontrar o seu dono. Trilhando caminhos difíceis, conhecendo novas pessoas e vivenciando momentos com outros animais, porém sempre na busca de seu principal ensinamento por Lucas, o “Go Home!” (Volta Pra Casa!). Durante essa aventura e desbravamento da cadela, não houve uma preocupação em mostrar o desespero da família para encontrá-la, acreditando que por ser um filme protagonizado pela perspectiva da cachorra, não fazendo-se necessário o outro lado da trama. Talvez aí o filme tenha errado.
Em A Caminho de Casa há alívios comoventes como qualquer outro filmes deste gênero, porém comete falhas que o prejudicam no desenrolar da história que poderia ser mais elaborada. Entretanto, num todo, acredito que vale a pena assistir. O filme estreia no dia 28 de fevereiro em circuito nacional.
::: TRAILER
::: FICHA TÉCNICA
Título original: A Dog’s Way Home
Direção: Charles Martin Smith
Elenco: Ashley Judd, Edward James Olmos, Alexandra Shipp
Distribuição: Sony
Data de estreia: qui, 28/02/19
País: Estados Unidos
Gênero: drama
Ano de produção: 2018
Duração: 96 minutos
Classificação: Livre