CRÍTICA | ‘A Maldição da Chorona’

Karinna Adad

Se eu fosse qualificar A Maldição da Chorona (The Curse of La Llorona) em uma frase diria que: é um filme que vai direto ao ponto. Tendo como premissa uma conhecida lenda mexicana chamada “La Llorona”, a assistente social Anna Tate-Garcia (Linda Cardellini) e seus filhos Chris (Ramon Christou) e Samantha (Jaynee-Lynne Kinchen) passam a ser atormentados pelo espírito de uma mulher que tenta matá-los.

Leia mais:

– ‘VINGADORES: ULTIMATO’ SOFRE “VAZAMENTO” NA INTERNET: CONHEÇA OS CASOS MAIS FAMOSOS DA HISTÓRIA
ANIMA MUNDI SE PRONUNCIA SOBRE CORTE DE PATROCÍNIO DA PETROBRAS: ‘PODE INVIABILIZAR NOSSAS OPERAÇÕES’

Após uma visita à sua assistida Patricia Alvarez (Patricia Velasquez), Anna encontra os filhos de Patricia, Carlos e Tomas (Aiden Lewandowski e Jaydan Valdivia), trancados no armário. A suspeita de que a própria mãe poderia ser uma ameaça faz com que a assistente social leve as crianças para dormir em um centro assistencial. No entanto, durante a noite, La Llorona (Marisol Ramirez) aparece e afoga os dois meninos num rio próximo.

A presença de Anna, Chris e Sam na cena do crime servem para que a família entre em contato com a Llorona, seja de forma direta ou indireta. Nessa ocasião, Anna fica sabendo que foi o espírito da mulher que chora quem afogou Carlos e Tomas, ao mesmo tempo, Chris, após ouvir um choro, é atacado e perseguido por uma mulher de branco.

Foto: Warner Bros. Pictures / Divulgação

Apesar de não ter gostado dessa cena, dada sua pouca probabilidade de ocorrer na vida real – qual mãe protetora e atenciosa levaria seus filhos pré-adolescentes a uma cena de crime, podendo deixá-los em casa dormindo? – entendo que ela possa ter sido feita para dar dinamismo ao filme e não fazê-lo perder tempo desenvolvendo a lenda mexicana ou explicando como tal narrativa juntamente com o espírito chegou em Los Angeles.

Um outro exemplo desse dinamismo é a fala de Chris sobre o propósito da La Llorona. Enquanto o espectador só descobre a real intenção da Chorona quando Anna fica sabendo sobre a lenda mexicana, Chris, após sofrer alguns ataques do espírito maligno, saca que o objetivo dele é levar as crianças.

Dinamismo ou falha de roteiro, a verdade é que esses detalhes para A Maldição da Chorona, um filme que se propõe a garantir uns bons sustos com uma narrativa relativamente bem elaborada não constituem um defeito considerável. De modo inverso é uma outra cena em que a família Tate-Garcia, com a ajuda de um ex-padre (Raymond Cruz), já está em combate com a Llorona quando inexplicavelmente Patricia aparece na casa de Anna.

Foto: Warner Bros. Pictures / Divulgação

Apesar de Patricia ter um objetivo claro com a captura de Chris e Sam, a forma como a personagem aparece na casa da assistente social e a relevância dela no desenrolar da história me deixaram com a impressão de que a cena só existe para garantir mais alguns minutos e sustos adicionais, sendo, portanto, totalmente dispensável.

Seja como for, A Maldição da Chorona é um terror que, apesar de alguns clichês comuns a produções desse gênero – a saber: espírito refletido no espelho; luz que acaba ou falha nos momentos mais tensos; personagens com maquiagens perturbadoras; eventos inexplicáveis como porta batendo e objeto caindo –, não procura ser um filme que assusta por assustar. No final das contas, é uma produção que não tem uma história com profundidade, mas que entrega sem fazer rodeios o que propõe: sustos. Além de dar margem a uma possível continuação.

::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Título original: The Curse of La Llorona
Direção: Michael Chaves
Roteiro: Mikki Daughtry, Tobias Iaconis
Elenco: Linda Cardellini, Patricia Velasquez, Raymond Cruz
Distribuição: Warner
Data de estreia: qui, 18/04/19
País: Estados Unidos
Gênero: terror
Ano de produção: 2018
Duração: 93 minutos
Classificação: 14 anos

Karinna Adad

Tranquila, mas multitarefada. Sou daquele tipo de pessoa que sempre está fazendo alguma coisa e descobrindo outras tantas pelo caminho. Topo qualquer parada desde que tenha prazer nela e uma das que por mais tempo vem me enchendo de alegria é a escrita. E como boa leitora consigo escrever sobre quase qualquer coisa, por mais que, como uma cientista social em formação, não consiga deixar de fazer agir meu raio problematizador nos meus textos.
NAN