Foto: 20th Century Fox / Divulgação

CRÍTICA | ‘Alita: Anjo de Combate’

Thiago Alexandre

Desde o primeiro trailer de Alita: Anjo de Combate (Alita: Battle Angel) estava ansioso para saber como seria esse filme, mesmo sem conhecer previamente o mangá de Yukito Kishiro (Gunnm – Hyper Future Vision).

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Gosto muito da temática cyberpunk e conhecia outros clássicos japoneses do gênero como “Akira” e “Ghost in The Shell”. Nesse ponto, Alita: Anjo de Combate não decepciona, pois a ambientação é fantástica. A caracterização estonteante da “Iron City”, com vários humanos usando implantes cibernéticos, alta tecnologia e “pobreza” abundante. A existência de outro tipo de clima, que não uma noite chuvosa, também me deixou em choque.

A história se passa no ano de 2.563, com o Dr. Ido (Christoph Waltz) vasculhando por partes úteis a “sucata” despejada no chão por Zalem, a última cidade voadora. Nisso, encontra a parte superior de um ciborgue com um cérebro intacto que ele resolve reconstruir, assim criando a nossa protagonista Alita (Rosa Salazar). Ao acordar, ela descobre não ter lembranças de nada do que pode ter acontecido, e assim começa a sua jornada de auto-descobrimento. Também somos apresentados a Hugo (Keean Johnson), que, junto com o Dr. Ido, será responsável por guiar Alita no decorrer do longa.

Foto: 20th Century Fox / Divulgação

Aqui cabe um aviso: não espere por uma história muito profunda, afinal, são pouco mais de 2 horas de projeção. Outra observação que preciso fazer é sobre a relação de Alita e Hugo. E, nisso, vou numa linha que talvez seja distante do que a maioria vai pensar: esse romance, apesar de colocar uma interessante questão filosófica sobre o amor entre homem e máquina, ainda que seja interessante no começo, acaba perdendo o ritmo, dura tempo demais e tira tempo de tela de outros detalhes que poderiam ser melhor explorados. Por fim, fica tão monótono a ponto de querer comemorar o seu final.

Outro poderoso fio condutor da história é o Motorball, que, a princípio, parece um esporte quase comum, uma espécie de basquete motorizado que logo se revela algo sangrento disputado por seres humanos altamente modificados com o objetivo de vencer a qualquer custo, o que – obviamente – é uma oportunidade muito bem aproveitada de usar efeitos de tirar o fôlego, realmente lindo de se ver. Um complemento perfeito para as diversas cenas de lutas que temos no decorrer do filme com todo tipo de armas.

Foto: 20th Century Fox / Divulgação

A trilha sonora, apesar de destoar um pouco no começo do longa, consegue embalar e passa o resto da projeção praticamente despercebida, o que, num filme desse tipo, repleto de cenas de ação, considero um grande mérito.

Ao final desse ambicioso projeto aguardado tanto tempo por James Cameron para formar parceria com Robert Rodriguez mostra que a aposta foi por um excelente caminho, ainda que tenha deixado meio de lado uma atriz do calibre de Jennifer Connelly. O visual, no entanto, mais uma vez, merece elogios, digno de outros filmes recentes do gênero, com excelentes cenários e cenas de luta, e um roteiro bem amarrado, que ainda consegue deixar aquele gosto de quero mais. Definitivamente, Alita: Anjo de Combate vale muito o ingresso.

::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Alita: Battle Angel
Direção: Robert Rodriguez
Elenco: Rosa Salazar, Christoph Waltz, Jennifer Connelly
Distribuição: Fox
Data de estreia: qui, 14/02/19
País: Estados Unidos, Argentina, Canadá
Gênero: ficção científica
Ano de produção: 2018
Classificação: 14 anos

Thiago Alexandre

NAN