CRÍTICA | ‘Anjos da Noite: Guerras de Sangue’ busca apenas agradar aos fãs da franquia

Thiago de Mello

Anjos da Noite: Guerras de Sangue (Underworld: Blood Wars) é a confirmação cabal de que essa franquia é umas das mais regulares da história do cinema. Esse é o único elogio que considero pertinente à Anjos da Noite.

Selene (Kate Beckinsale) está sendo perseguida pela facção dos vampiros, que a consideram uma traidora e buscam matá-la. Enquanto isso, os lycans, agora liderados por Marius (Tobias Menzies), o procuram a fim de descobrir onde está sua filha, Eve, cujo sangue por mudar os rumos da guerra entre os monstros.

Não é necessário ter assistido aos filmes anteriores para ver Anjos da Noite: Guerras de Sangue. O começo do filme faz um retrospecto com toda informação “necessária”. Mas após o término do longa, esse mesmo resumo soa desnecessário, já que o filme não busca nada além de um entretenimento visual onde a história e a continuidade ficam em segundo planos. O roteiro constantemente “inventa” uma solução preguiçosa ou novo conceito para os vampiros e lobisomens da franquia sempre que necessário, a fim de para justificar um determinado momento da ação, sem qualquer explicação e plausibilidade dentro de seu próprio universo. Toda vez que a narrativa esbarra numa situação mais complicada ou tentar criar uma cena de ação vistosa, o filme apresenta um subterfúgio qualquer para justifica a cena ou decisão narrativa. Logo, além de não haver necessidade de qualquer conhecimento prévio, também não há de prestar atenção além do visual.

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A proposta única de Anjos da Noite é uma ação estilizada com um pouco mais de sangue do que o normal. Mas o filme confunde a paleta azulada e o látex preto com estilo. As lutas e batalhas não impressionam, e o sangue não causa qualquer impacto. Quando ele apresenta alguns momentos de maior agressividade, eles aparecem muito esporádicos e acabam ficando deslocados. Outro ponto é paleta azul, presente o tempo todo. Ao se apoiar apenas nela, a coloração cria um certo incômodo e relega o visual sempre para o mesmo tom. Fica a impressão de que sempre há um flerte, mas nunca o ato.

Outro defeito do visual é a qualidade do CGI, que transborda artificialidade e, somado à edição fraca e à coreografia ruim, tiram qualquer emoção das lutas e batalhas, que não transmitem peso nem impacto. Assim, o próprio 3D torna-se desnecessário, tamanha pouca inventividade e mau uso da profundidade de campo.

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A atuação segue o padrão dos demais. Os personagens são estereótipos do próprio universo, portanto quase irrelevantes quanto à personalidade. Apenas Selene apresenta algo além, mas ainda assim, é demasiadamente rasa. Portanto, são trabalhos meramente funcionais.

Conclusão

Gostar ou não da franquia é o suficiente para falar sobre Anjos da Noite: Guerras de Sangue. O filme não busca ir além do aspecto visual e de agradar àqueles que gostam dos longas anteriores. Portanto, se você se encaixa nisso, sairá satisfeito. Se não, é melhor nem arriscar.

TRAILER:

FICHA TÉCNICA:

Título original: Underworld – Blood wars
Direção: Anna Foerster
Roteiro: Cory Goodman
Elenco: Theo James, Kate Beckinsale, Bradley James
Distribuição: Sony
Data de estreia: qui, 01/12/16
País: Estados Unidos
Gênero: ação
Ano de produção: 2015
Classificação: a definir

Thiago de Mello

Jornalista amante de cinema, de rock, de cultura pop e de Bloody Mary. Além de colaborar para o Blah Cultural, é idealizador do osete.com.br.
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