CRÍTICA | ‘Black Mirror’ (5ª Temporada)
Marko Costa
A eletrizante série que mexe completamente com o nosso psicológico desde 2011, bem como tornou o bordão “Isso é muito Black Mirror!” cada vez mais atual, estreou a sua 5ª temporada no dia 5 de junho e já despertou dúvidas, assim como teorias que, como de costume, a produção da sequência sempre deixa o ar de mistério em cada episódio de sua franquia.
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Após as duas últimas temporadas de Black Mirror virem com 6 episódios cada, desta vez, a produção optou por encurtar o conteúdo. Além disso, a escolha foi por focar na linguagem contextual interligada com os três episódios da nova session.
1º EPISÓDIO – Striking Vipers
No primeiro episódio, dois amigos de infância se reencontram após alguns anos. Karl (Yahya Abdul-Mateen II), o solteiro e independente, dá de presente ao seu amigo Danny (Anthony Mackie) o mais novo lançamento de Striking Vipers (uma espécie de imitação de Street Fighter). O jogo que aparenta ser algo comum, é mais inovador do que imaginamos. O projeto é totalmente voltado para a realidade virtual. Ao vivenciarem a experiência pela primeira vez, os amigos, assumindo os corpos de seus personagens da animação, se beijam e começam a criar um relacionamento virtual e platônico, tornando o rumo da vida de Danny uma incógnita de aceitação sexual e, ao mesmo tempo, precisando conciliar a sua vida conjugal com Theo (Nicole Beharie), sua esposa.
2º EPISÓDIO – “Smithereens”
O segundo episódio, de fato, convence. Chris (Andrew Scott), um pacato motorista de aplicativo, resolve sequestrar o funcionário de uma empresa do ramo de uma rede social a fim de conseguir a atenção do dono da marca, o empresário Billy Bauer (Topher Grace). O objetivo é que ele faça uma confissão, mas isso fica em segundo plano durante toda a trama. Com o passar dos momentos, ele percebe que raptou um estagiário e uma insana perseguição acontece, tornando a narrativa conflitante e incerta a cada minuto. Chris está disposto a qualquer custo falar com Bauer. Quando consegue, enfim, o desenrolar é convincente e emocionante. Como uma crítica social, o episódio é um verdadeiro ponto de reflexão a respeito da obsessão pelas redes sociais.
3º EPISÓDIO – “Rachel, Jack and Ashley Too”
Por fim, o terceiro episódio entrega a compilação dos três episódios, evidenciando o contexto da temporada: o mundo virtual. Após a recente morte de sua mãe, Rachel (Angourie Rice), é uma jovem de quinze anos que lida com problemas de aceitação e autoestima em sua nova escola. Tímida e de pouca fala, a menina é fã da popstar Ashley O (Miley Cyrus), onde é aficionada na letra das canções por passarem mensagens de coragem, confiança e emponderamento. O mais novo lançamento da artista é uma boneca/robô que possui suas características e personalidade chamada de Ashley Too. Tudo começa a desandar quando a vida real começa a entrelaçar a tecnológica.
Em resumo, os episódios de pouco mais de uma hora agradam, mas são pouco convincentes. Além disso, a temporada pouco destoa do que vimos nas últimas. Talvez pelo fato de sua linguagem em cada episódio possuir o mesmo contexto, mudando apenas o ponto chave da crítica social apresentada. O fato é que Black Mirror já possui mercado e, ainda que caia um pouco de qualidade, a sua franquia tem sua hegemonia defendida pelos fãs.
::: TRAILER
https://www.youtube.com/watch?v=iB-xHv3jtxQ
::: FICHA TÉCNICA
Título original: Black Mirror
Temporada: 5
Criador (es): Charlie Brooker
Produtor(es): Barney Reisz
Distribuição: Netflix, Endemol UK
Produção: Zeppotron (2011–2013), House of Tomorrow
Elenco: Miley Cyrus, Angourie Rice, Madison Davenport, Anthony Mackie, Yahya Abdul-Mateen II, Nicole Beharie, Andrew Scott, Damson Idris, Topher Grace
Data de estreia: qua, 05/06/18
País: Reino Unido
Gênero: ficção científica
Ano de produção: 2019
Duração: 41–89 minutos
Classificação: 16 anos