CRÍTICA | ‘Dark’ é um suspense instigante e inteligente que merece atenção

Gabby Soares

Dark é uma série original da Netflix produzida inteiramente na Alemanha, parte dos esforços da plataforma de oferecer conteúdo diversificado ao seu público. A narrativa Barran bo Odar, que também dirige muitas dos episódios, e de Jantje Friese conta a história de quatro famílias, Nielson, Kahnwald, Doppler e Tiedmann, na pequena cidade de Winden. A trama é centrada no desaparecimento de uma criança e os mistérios que cercam a cidade e que podem ter o envolvimento de uma das últimas usinas de energia atômica do país.

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Com personagens complexos e interessantes, além de uma narrativa inteligente, complexa e sóbria, Dark consegue realizar uma reflexão instigante. Através da física e da filosofia, a série discute sobre o sentido e a organização da vida e qual a influência do tempo e do lugar. Jonas Kahnwald (Louis Hofmann) é um dos personagens que trazem essa complexidade desde o início. Após o suicídio de seu pai, tudo o que o garoto quer é compreender o porquê, assim como Ulrich Nielson (Oliver Masucci), que busca desesperadamente por seu filho que desapareceu.

As características que mais simbolizam essa história são seu clima sombrio e complexo. Todos os personagens estão lidando com traumas e tem personalidades e histórias com demonstram uma fragilidade e instabilidade emocional e psíquica que que faz com que a tensão seja recorrente. E essa característica tão humana de cada personagem colabora com a narrativa que busca uma relação estreita e paradoxal entre o passado, o presente e o futuro dessas pessoas.

O roteiro se utiliza de ideias físicas e a influência de nomes como Albert Einstein é clara desde o início, além de, como não podia deixar de ser, dá espaço consequentemente para grandes questões filosóficas. Assim, a ficção científica ganha novos tons e uma densidade ainda maior. No entanto, o roteiro se faz compreensível e permite o espectador acompanhar suas linhas de raciocínio ao desvendar e dar dicas tanto quanto cria novos mistérios a serem solucionados, o que também garante a assiduidade do público em frente a tela.

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Tecnicamente a produção se destaca no que diz respeito à fotografia. Seguindo a lógica de que a série é sombria e, como seus personagens, melancólica e complexa, a fotografia é apresentada como um ambiente de pouca luz, tons mais escuros e sem vida. Ao mesmo tempo, alguns elementos são vibrantes ou muito coloridos, seja para evidenciar esse aspecto depressivo ou para dar um tom de bizarro à cena.

Com um roteiro sólido e complexo, personagens interessantes e a manipulação de teorias e ideias interessantes, Dark é uma ótima junção de ficção científica e suspense. As reviravoltas e um final que dá uma ótima deixa para a segunda temporada, é de se esperar que a já garantida segunda temporada da produção alemã continue com uma qualidade similar.

TRAILER

https://www.youtube.com/watch?v=zy0b9e40tK8

Gabby Soares

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