Crítica de Filme: Alabama Monroe

Demétrius Carvalho

Acabo de ver a lista dos filmes indicados ao Oscar e Alabama Monroe concorre a Melhor Filme Estrangeiro. Então vamos direto ao assunto e, no final, mais uma sequência de conquista de prêmios do filme.

O roteiro é baseado em uma peça de teatro, escrita por Johan Heldenbergh e Mieke Dobbels. Felix Van Groeningen, o diretor do filme assistiu o espetáculo e pediu autorização dos autores para fazer o filme após ficar encantado com a história do casal. A adaptação para o cinema foi escrita pelo próprio diretor em parceria com o roteirista Carl Joos.

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Johan Heldenbergh saltou dos palcos para a tela de cinema também como ator, interpretando Didier que faz par romântico com Veerle Baetens (Elise Vandevelde), dona de um estúdio de tatuagem. Ele, líder de uma banda de bluegrass (um estilo de country mais raiz), entra no estúdio de tatuagem de Elise e depois solta no ar que uma banda tocará e que ele estará por lá. Uma deixa para ela aparecer e se surpreender ao perceber que ele é o vocalista. Daí, o relacionamento engata, culminando com uma filha. O relacionamento digno de contos de fada do século XXI só é desestruturado quando a filha Maybelle (Nell Cattrysse) é diagnosticada com câncer. As diferenças do casal são então ressaltadas pelo arraso emocional que o casal chega.

O drama que parece um conto de fadas, com sinais de que tudo vai acabar bem, pode remeter à Romeu e Julieta com um final dramático. O enredo é contado com viagens no passado e no tempo real e a trilha sonora merecer destaque. Composta por Bjorn Eriksson, e interpretada pelos atores Veerle Vaetens e Johan Heldenbergh, também chama atenção no filme. A trilha já alcançou o número 1 em vendas na Bélgica.

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Pode continuar a sequência de prêmios agora? Prêmio FIPRESCI de Melhor Filme Estrangeiro no Palm Springs International Film Festival. Alabama Monroe ainda foi premiado no Festival de Berlim (prêmio do público de Melhor filme de Ficção e o Label Europa Cinemas), recebeu dois prêmios no Festival de Tribecca (melhor atriz e melhor roteiro), levou 9 prêmios Ensor na grande premiação belga, o Ostend Film Festival, e também concorre ao prêmio de audiência no European Film Awards 2013.

BEM NA FITA: Um casal extremamente apaixonado, mas sem cair no piegas.

QUEIMOU O FILME: As viagens temporais do filme podiam ser utilizadas um pouco menos. Recurso interessante para contar algo não cronologicamente, mas que foi utilizado por todo o filme.

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FICHA TÉCNICA:

Nome: Alabama Monroe (The Broken Circle Breakdown)
Direção: Felix Van Groeningen
Roteiro: Carl Joos e Felix Van Groeningen
Produção: Dirk Impens
Elenco: Veerle Baetens, Johan Heldenbergh, Nell Cattrysse, Geert Van Rampelberg, Nils de Caster
Fotografia: Rubens Impens
Edição: Nico Leunen
Gênero: Drama
País: Bélgica
Ano: 2012
Duração: 111 min.
Classificação: a verificar

Demétrius Carvalho

Demétrius Carvalho é músico, multi-instrumentista e produtor musical de origem, mas anda com frequência em outras artes passando pela literatura, fotografia. Blogueiro, da suas impressões ainda sobre cinema, artes plásticas e definitivamente é multimídia adorando sobrepor arte sobre arte.
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