Crítica de Filme | Cinquenta Tons de Preto

Juliana Góes

Cinquenta Tons de Preto é uma paródia gênero Marlon Waynes, baseado no romance homônimo de E. L. James, (50 Tons de Cinza), segue a mesma linha de humor pastelão do “Todo Mundo em Pânico” e “Inatividade Paranormal”.  Se você ainda não conhece a história original, o filme é sobre uma estudante universitária virginal, aqui chamada de “Hannah” (Kali Hawk, satirizando Dakota Johnson) que encontra um misterioso, bonitão bilionário, Christian Black, interpretado por Marlon Wayans, este com mais expressões faciais que Jamie Dornan em todo o filme original. Quando ele conhece a doce inocente Hannah Steele, Christian Black/Grey se apaixona por ela e propõe um relacionamento nada convencional, com chicotes, algemas, e espancamento. Uma vez que Christian finalmente traz Hannah ao seu mundo, ela descobre sua obsessão pelo sadomasoquismo.

Os fãs do romance certamente vão rir (ou não) de cenas-chave do livro: o primeiro encontro quando Hannah literalmente cai no escritório de Christian; a entrevista para o jornal da faculdade; Christian perseguindo Hannah na loja de ferragens onde trabalha; a sessão de fotos; o encontro no café; a primeira visita ao Quarto Vermelho da Dor; a negociação de um contrato sexual, e por aí vai.

Filme-Cinquenta-Tons-de-Preto-Cinemas-2016-capa Há tiradas inteligentes como a cena em que Black mostra o conjunto de chicotes à Hannah, eles são rotulados como “Amistad”, “Glória”, “Django Livre” e “12 anos de Escravidão”. São piadas que envolvem pênis (de todos os tamanhos), piadas raciais (Waynes adora), referências da cultura pop, além de sátira dos filmes Magic Mike (passado de Christian de stripper) e “Whiplash”. Mas o nível de comédia desde filme é baixo. Nem os outros integrantes do elenco conseguem reforçar o humor, como as atrizes Jenny Zigrino, no papel de Kateesha, melhor amiga (boca-suja) de Hannah, e Jane Seymour, a mãe racista de Christian.

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No mínimo, uma paródia deve ser mais engraçada que o longa original, mas parece que falta criatividade em Wayans, que é co produtor, porque tudo é voltado à referências de outros filmes e piadas raciais, tornando cansativo. Antes de assistir, tinha esperança nessa comédia, pois gostei dos dois primeiros “Todo Mundo em Pânico”, escrito e estrelado por Wayans.

O filme em si teve um grande filme para parodiar (50 Tons de Cinza), mas não conseguiu fazê-lo de forma inteligente, focando no mesmo humor grotesco. Mas quem é fã dos trabalhos de Marlon Waynes, certamente irá de gostar de Cinquenta Tons de Preto.  

FICHA TÉCNICA

Cinquenta Tons de Preto (Fifty Shades of Black)
Direção: Michael Tiddes

Produção: Marlon Wayans, Rick Alvarez
Com: Marlon Wayans, Kali Hawk, Jane Seymour, Jenny Zigrino, Florence Henderson
Duração: 92 min
Gênero: Comédia
País: EUA
Ano: 2016

Juliana Góes

Leonina, carioca, adora filmes e séries, apaixonada pelos animais, e não vive sem chocolate...
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