Crítica de Filme | Entrando numa Roubada

Rafael Mendonca

É de conhecimento de um bom cinéfilo que o Cinema Brasileiro é rico em sua filmografia, seja em filmes mais conhecidos que nem precisam serem citados, e a outros mais ocultos, que estão às margens da atenção dos telespectadores, que usufruem demasiadamente de comédias e outros tipos de longas brasileiros que, infelizmente, não tem quase nada a acrescentar.

E toda esta atenção e divulgação que nos propõem do nosso Cinema, fazem muitos crerem que ele é monótono e pobre culturalmente. Felizmente, “Entrando Numa Roubada’’ é um filme de uma forte distribuidora que expõe em tela que a história não é sempre essa, podendo mudar o foco daqueles que pensam erradamente que só temos a proporcionar as mesmas ideias fracas e bobas.

Seu enredo gira em torno de amigos que fizeram uma breve fama ao lançar um longa chamado ‘’Missão Explosiva’’, e que depois disso, foram traídos e esquecidos no limbo depois de sofrerem um roubo de um dos colegas.

Quando Vitor (Bruno Torres) recebe uma premiação de cem mil reais por um de seus roteiros, este decide reunir seu grupo e tentar mais uma vez o sucesso: Laura (Deborah Secco), Eric e Alex, que atuam junto a ela e que são vividos por Julio Andrade e Marcos Veras respectivamente, e por último Valter, o diretor, interpretado por Lucio Mauro Filho. Diante do objetivo, mais uma vez, nem todos sabem que os planos de um deles podem ser outros.

É importante dizer que o filme tem uma metalinguagem muito interessante, pois mostra um filme dizendo sobre um filme, e que todos os atores em tela se assemelham em ‘poderes de atuação’, tirando Ana Carolina Machado (Letícia), que não se ofusca mas possui uma dramaticidade menor em relação aos cinco, e tais atuações vão desde cenas mais densas à algo mais cômico ou despretensioso, e a película nos faz passear por momentos tais, nos dando boas cenas de ação e alguns momentos engraçados que não quebram o ritmo e sim adicionam algo a mais à história.

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A direção de André Moraes nos remete aos moldes hollywoodianos, como a montagem frenética de Edgar Wright e Guy Ritchie, alias o roteiro e trilha sonora também são de sua autoria, esta última tendo participação do baterista Omar Hakim que já tocou ao lado de Sting e Madonna por exemplo, e suas músicas ao lado do dito cujo só fazem com que o telespectador mergulhe mais em tudo que nos é oferecido, desde tons que nos causam um suspense a algo mais energético e barulhento para o acompanhamento de uma cena com mais adrenalina.

Em suas falhas apresentadas estão os efeitos especiais, que ao passarem em tela nos fazem perceber claramente que são situações regidas por um computador, mas isto não nos pesa negativamente pois o diretor faz com seus usos não sejam exacerbados e quando necessários, os põe ao fundo ou ao extremo canto da tela, não quebrando nosso ritmo que ele tanto tenta nos preservar.

E falando sobre ritmo, seu terceiro ato deixa algo a desejar, as resoluções de tensas situações são facilmente resolvidas, e certas críticas que o longa nos propõe se tornam por um breve momento cansativas, por mera repetição de ideias e diálogos.

Resumindo: ‘’Entrando numa Roubada’’ é um filme que pode chegar ao grande público diante dos rostos conhecidos e grande distribuição, fazendo aos que assistem mudar um pouco sobre o que pensam do nosso paradigma em relação a sétima arte, não sendo um filme perfeito, aos que no propõe alcança: nos diverte, nos da curiosidade, risos e minutos de vigor. Não precisa correr para assisti-lo, mas seus 107 minutos também não serão perdidos.

FICHA TÉCNICA

Elenco: Deborah Secco, Lucio Mauro Filho, Julio Andrede e Marcos Veras.

Direção: André Moraes.

Gênero: Ação.

Duração: 107 minutos

Distribuidora: Europa Filmes

Estreia: 3 de Setembro de 2015

Rafael Mendonca

NAN