Crítica de Filme | Jessabelle – O Passado Nunca Morre
Blah Cultural
A onda de terror em Hollywood continua. Depois de sucessivos longas do gênero, alguns com boa receptividade da crítica e do público, como “Invocação do Mal” e “Annabelle”, e outros nem tanto, como “Renascida do Inferno” e “Poltergeist – O Fenômeno”, chega aos cinemas brasileiros, na próxima quinta-feira (15/06), Jessabelle – O Passado Nunca Morre, filme dirigido por Kevin Greutert, responsável pelo irregular e sanguinário “Jogos Mortais – O Final”.
Sem grandes nomes no elenco e com produção razoável, o BLAH CULTURAL enviou dois críticos para conferir o filme. As opiniões ficaram divididas: Bruno Cavalcante não gostou e não tomou grandes sustos. Já Demétrius Carvalho achou interessante, gerando uma resenha dupla com nota mediana. Mas ainda assim “passou na escola”.
Se vale a pena conferir Jessabelle – O Passado Nunca Morre no cinema? Leia as duas críticas e tome sua decisão. Caso assista, compartilhe sua opinião conosco!
“POUQUÍSSIMAS COISAS REALMENTE ASSUSTAM”, por Bruno Cavalcante
Jessabelle – O Passado Nunca Morre estreou em novembro do ano passado nos Estados Unidos sem muita euforia. O longa de terror do diretor Kevin Greutert (Jogos Mortais – O Final) têm obtido opiniões contraditórias de críticos e cinéfilos de plantão de todo o mundo. Alguns o consideraram um bom filme, já outros definitivamente odiaram a película.
A sinopse acompanha o drama da jovem Jessie (Sarah Snook), que após sofrer um acidente brutal que quase lhe custou a vida, precisa voltar para casa de seus pais, onde não pisa desde quando resolveu partir para a universidade. Tudo lhe parece muito estranho, e necessitar dos cuidados de seu pai, um homem bastante sério e mistério, não a favorece muito. As coisas começam a mudar quando Jessie encontra por acaso antigas fitas de vídeo que sua mãe havia gravado para ela antes de morrer, de momentos antes e depois de seu nascimento. O conteúdo do material, de início parece inofensivo, porém ao longo das gravações ele se mostra bastante tenso e assustador. E para conhecer um pouco mais de seu passado, ela precisará desvendar um segredo que poderá lhe custar a vida.
O roteiro de Robert Ben Garant (Meu Bebê é o Diabo!) mesmo não sendo muito original, não chega a ser ruim. Inclusive o longa vem sendo muito comparado com o ótimo A Chave Mestra (2005), filme estrelado pelas veteranas Kate Hudson e Gena Rowlands. O problema da trama se dá justamente a partir dessa comparação. Não sei se Garant é um grande fã da obra de dez anos atrás, mas a história careceu de momentos mais singulares e criativos, pois desde o momento em que você entende a trama central, todo o resto começa a ficar previsível demais, incluindo o final.
Jessabelle é citado como um filme de terror, porém acredito que pouquíssimas coisas realmente assustam de verdade. O diretor Kevin Greutert poderia ter se aproveitado melhor dos sustos, da trilha e dos planos de câmera fechada para fazer com que o expectador pulasse da cadeira mais vezes. Encontrei poucos momentos assim e realmente senti falta disso, pois o longa tinha elementos e potencial para tal. Também irei falar sobre a condução da trama, que careceu de um pouco mais de atenção. O final, apesar de ser bem previsível, não é ruim, mas faltou um cuidado maior e um olhar mais criativo sob o mesmo.
A atuação de Sarah Snook (Preciso Ser Pai) estava no tom certo. A bela atriz conseguiu passar toda a angústia e desespero de sua personagem. Eu não a conhecia de fato, mas deu para notar que a menina tem bastante potencial, e se aproveitada da maneira correta, poderá ter um futuro promissor em Hollywood. Já o restante do elenco também não decepcionou, porém como quase toda atenção é voltada para a protagonista, os outros tiveram poucas chances de se destacar.
Jessabelle – O Passado Nunca Morre não é filme que fará você morrer de medo ou ficar intrigado com algum detalhe ou situação. Apesar de ter algum potencial, se mostra bastante simples, com uma mensagem bem direta. Na verdade, é um daqueles longas que não decepcionam terrivelmente, mas também não chegam a criar maiores impressões. É uma obra feita para quem deseja sentar e relaxar comendo pipoca.
“UM BOM FILME DE TERROR”, por Demétrius Carvalho
Jovem, casada, grávida do primeiro filho e indo morar na nova casa. Perspectivas de vida beirando a perfeição na vida de Jessie (Sarah Snook), mas isso muda radicalmente em sua vida em um acidente automobilístico. Jessie perde seu marido e o filho ainda em gestação e passa alguns meses internadas no hospital.
Se isso lhe parece uma grande mudança em sua vida, ela realmente não tinha noção do que lhe aguardava. Ainda em recuperação e impossibilitada de andar, ela é forçada a voltar para a casa do pai do qual não tem contatos por muitos anos.
Uma típica casa de campo afastada, um pai alcoólatra, e uma cadeira de rodas. A relação com seu pai parece fria e distante e começa a piorar quando ele flagra sua filha vendo fitas dos antigos vídeos cassetes que sua mãe havia gravado para ela. Jessie se emociona ao ver sua mãe, ao perceber que está com a pulseira que era dela, mas logo de cara recebe a notícia de que se ela está vendo a fita, é por que sua mãe não sobreviveu à um câncer.
Pesadelos ou acontecimentos sobrenaturais estão de fato acontecendo? Seu pai diz que sua mãe estava perdendo a sanidade no final de sua vida e não quer que ela veja tais fitas. A tensão com o pai cresce, mas as fitas, mais as pistas que ela encontra com um amor potencial que ressurge casado vão explicar o que de fato está acontecendo.
FICHA TÉCNICA:
Título Original: Jessabelle
Gênero: Terror; suspense
Direção: Kevin Greutert
Roteiro: Robert Ben Garant
Elenco: Sarah Snook, Mark Webber, David Adrews, Joelle Carter, Ana de la Reguera, Larissa Oleynik, Chris Ellis, Brian Hallisay, Amber Stevens e Jason Davis.
Produção: Jason Blum, Peter Principato, Paul Young e Jessica L. Hall
Duração: 1h30min
Ano: 2014
País: Estados Unidos
Cor: Colorido
Estreia: 18/06/2015 (Brasil)
Distribuidor: Playarte Pictures