Crítica de Filme | Kingsman: Serviço Secreto

Kingsman: Serviço Secreto, que estreia nesta quinta-feira (05/03), nasceu de uma noite de bebedeira de Mark Millar (Kick-Ass) e o diretor Mathew Vaughn (X-men: Primeira Classe e Kick-Ass) enquanto discutiam sobre os problemas dos filmes de espionagem recentes. Para ambos, as produções atuais estavam muito sérias e cheias de si. Cansados dessa pegada realista, discutiram sobre longas de espionagem divertidos de antigamente e como fazer um. Mark Millar decidiu levar aquele papo de bêbado a sério e escreveu o primeiro rascunho de Kingsman, que impressionou tanto o diretor que ele largou a pré-produção do behemont “X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido”, uma produção com algo de em torno de 800 milhões de dólares, para “dar vida ao seu filhote”, uma película menor, mas que, no final das contas, seria mais recompensador. Em uma entrevista, o diretor diz que o que o levou fazer este filme foi simples: ele tinha um roteiro sangrento e divertido em mãos e que ninguém, a não ser ele, iria querer filmar.

Com o roteiro agora reescrito por Jane Goldman (Kick-Ass e X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido), não é de se espantar que o resultado seja um Kick-Ass com espiões. Ultra-violento, divertido e despretensioso (assim como o Kick-Ass), Kingsman: Serviço Secreto não traz nada de novo à fórmula de filmes de ação, mas as cenas de pancadaria são tão bem coreografadas e divertidas que fazem você esquecer deste detalhe. Há de se falar também que é catártico em ver alguém que merece apanhar levar uma baita de uma surra de pau mole.

A tecla do comentário social volta e meia é batida durante o filme, com o protagonista se sentindo deslocado por não pertencer a classe social a qual a maioria dos candidatos a gentlemen pertencem. E o final… Bem… Ele dá uma reviravolta nesse aspecto, que não foi nem um pouco gentlemen.

Se o diretor queria homenagear os longas de espionagem de antigamente, Kingsman: Serviço Secreto fica entre a homenagem e a ridicularização do gênero. Não chega a ser um Austin Powers, mas sim, dá uma leve caçoada no gênero.

Aqui vai uma sinopse breve da trama: Eggsy é um jovem britânico brilhante que não faz nada da vida. Até que ele é recrutado por uma organização de espiões super classudos, a qual seu finado pai pertenceu. Eggsy passa por um ciclo de treinamento quase impossível e então ele descobre um plano diabólico para destruir o mundo.

Mas essa sinopse meia-boca não faz jus à obra, que é bastante divertida com suas reviravoltas e sua violência tão exacerbada que chega a ser cômica. O quão violento é? MUITO. A violência do filme é tão estilizada e bizarra que é impossível leva-lo como um filme de espionagem. É um longa de ação que brinca com o gênero, brincadeira essa que quase o  transforma em uma sátira.

O elenco conta com nomes de peso como Colin Flirth, Michael Caine, Samuel L. Jackson e Mark Strong. Todos estão muito bem escalados. Taron Egerton está bem também. O ator prova que tem o carisma tanto que, está sendo cotado para viver, segundo boatos, um jovem Han Solo em uma futura produção do Guerra nas Estrelas.

Kingsman: Serviço Secreto é um filme de ação que brinca com os clichês das produções de espionagem sem medo do ridículo e com cenas fantásticas ação. Perfeito para quem quer deixar o cérebro em casa e e simplesmente divertir.

BEM NA FITA: Cenas de ação divertidas e bem executadas. Humor. Reviravoltas interessantes. Violência além do limite do ridículo.

QUEIMOU O FILME: Cena desnecessária POV do final.

TRAILER:

FICHA TÉCNICA:

Título Original: Kingsman: The Secret Service
Gênero: Ação
Direção: Matthew Vaughn
Roteiro: Jane Goldman, Matthew Vaughn
Elenco: Cali, Colin Firth, Corey Johnson, Daniel Westwood, Edward Holcroft, Erica Emm, Geoff Bell, Hanna Alström, Jack Davenport, Jaymes Butler, Jorge Leon Martinez, Lee Nicholas Harris, Lily Travers, Mark Hamill, Mark Strong, Matt Hookings, Michael Caine, Morgan Watkins, Neve Gachev, Paulina Boneva, Richard Brake, Samantha Womack, Samuel L. Jackson, Sofia Boutella, Sophie Cookson, Taron Egerton, Theo Barklem-Biggs, Tobi Bakare, Tom Prior, Velibor Topic, Yolandi Franken
Produção: Adam Bohling, David Reid, Matthew Vaughn
Fotografia: George Richmond
Montador: Conrad Buff IV, Eddie Hamilton, Jon Harris (II)
Trilha Sonora: Henry Jackman, Matthew Margeson
Duração: 128 min.
Ano: 2015
País: Estados Unidos / Reino Unido
Cor: Colorido
Estreia: 05/03/2015 (Brasil)
Distribuidora: Fox Film do Brasil
Estúdio: 20th Century Fox / Marv Films
Classificação: 16 anos
Informação complementar: Baseado na HQ de Mark Millar e Dave Gibbons