Crítica de Filme | No Limite do Amanhã
Anderson Vidal
All You Need is Kill conta a história de Keiji, um militar que está deitado em sua cama lendo um livro. O jovem está à defesa de seu país contra ataques alienígenas e em seu dia comum antes de defender a ilha onde serão enviados treina durante três horas com seu esquadrão e conhece a “Cão de caça de massacre” Rita Vrataski. No dia seguinte o jovem e seu esquadrão são enviados para a ilha, e acaba morrendo. E acorda deitado em sua cama lendo o seu livro, e tudo o que havia acontecido anteriormente, volta a acontecer.
Baseado neste romance de Hiroshi Sakurazaka, o diretor Doug Liman (do ótimo “A Identidade Bourne” e dos divertidos “Sr. e Sra. Smith” e “Jumper”) leva as telonas No Limite do Amanhã, novo filme do ator Tom Cruise. No longa, quando a Terra é tomada por alienígenas, O major William Cage (Cruise) é um oficial que nunca viveu um dia de combate e é designado para uma missão suicida. Morto em alguns minutos, Cage agora se vê inexplicavelmente num túnel do tempo que o força a viver o mesmo combate brutal diversas vezes, lutando e morrendo de novo… e de novo.
Filme de Tom Cruise é sinônimo de muita explosão, muita ação, aventura e doses de mentiras. Tudo isso está incluso aqui em No Limite do Amanhã. Porém mesmo com essa fórmula batida, o longa me agradou bastante. Talvez o fato do enredo ser essa pequena confusão e querermos saber o que ocasionou essa manipulação de tempo. E a forma como foi se desenrolando e apresentando resposta foi muito convincente.
Primeiro vamos falar de Tom Cruise como o major Cage. Realmente não entendi o que fizeram a ele para o “obrigarem” a se juntar as forças armadas, isso não ficou claro para mim – alguma armação? Mas Cruise sustenta um personagem com medo, que não sabe o que está acontecendo, que não sabe manusear uma arma de tamanha tecnologia e vai descobrindo isso aos poucos até se tornar, como sempre, o grande herói. É nítido que conforme a repetição dos eventos o personagem vai crescendo e adquirindo conhecimento, força e resistência. Por falar em repetição, gostei muito pelo fato de em momentos o longa lembrar um vídeo game. No qual jogamos até certo ponto e já memorizamos tudo o que aconteceu até determinado momento, até morrermos e voltar no ponto em que foi salvo, e repetir tudo novamente até onde já sabemos o que vai acontecer e com isso ir adquirindo a mesma experiência de Cage.
A química com Emily Blunt (Rita Vrataski) é impressionante. A atriz é uma camaleoa que briga frente a frente e defende o seu papel de guerreira. O que houve com o Major Cage, aconteceu com Rita em outra guerra contra os alienígenas, portanto, eles se juntam para combater essa invasão, e Emily convence como uma guerreira veterana, cansada de também ter vivido inúmeros dias até ganhar a sua batalha.
O que me incomodou um pouco no filme foram algumas sequências de continuidade. Não entendi, por exemplo, o que tem haver e como eles descobriram aquela casa com o helicóptero, uma vez que fica muito distante da praia onde a guerra está rolando. Sei que os miméticos – como os robôs alienígenas são chamados, implantaram uma falsa memória no Major Cage como emboscada, mas não justifica o conjunto deslocado.
Porém em contra partida, No Limite do Amanhã teve uma edição maravilhosa em suas batalhas. Um destaque principal para a primeira batalha em questão, ela é muito bem construída, conseguimos acompanhar tudo o que está acontecendo em cena sem ficarmos perdidos. Sugiro a versão 2D, o 3D pouco acrescenta no filme e, imagino, que se não houvesse os óculos, a apreciação das cenas de ação seria muito melhor.
O filme diverte e agrada. E para descobrir o que ocasionou essa manipulação no tempo e o desfecho da trama, sugiro comparecer ao cinema a partir no dia 29 de maio, quando o filme será lançado.
Destaque também para a ótima explicação do que houve para tudo isso acontecer, gostei muito da ideia dos alienígenas usaram isso a seu favor e acabar ocorrendo o contrário e ainda a participação do ótimo Bill Paxton. Desligue os celulares, bom filme e #VivaMorraRepita.
BEM NA FITA: Direção de arte e efeitos visuais riquíssimos. Ótimo entrosamento entre os personagens centrais e ótima explicação dos fatos ocorridos.
QUEIMOU O FILME: 3D descartável. Sequência em Paris, no avião, mais mentirosa impossível.
FICHA TÉCNICA:
Diretor: Doug Liman.
Elenco: Tom Cruise, Emily Blunt, Bill Paxton, Noah Taylor, Kick Gurry, Dragomir Mrsic, Charlotte Riley, Jonas Armstrong, Franz Drameh, Massayoshi Haneda e Tony Way.
Produção: Erwin Stoff, Tom Lassally, Jeffrey Silver, Gregory Jacobs e Jason Hoffs.
Roteiro: Christopher McQuarrie, Jez Butterworth e John-Henry Butterworth.
Trilha Sonora: Christopher Beck.
Duração: 117 min.
Ano: 2014.
País: Estados Unidos.
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