Crítica de Filme | Magic Mike XXL

Blah Cultural

Magic Mike XXL chega chegando. Para os alucinados de plantão e para outros, o filme pode ser quem sabe o filme do ano? Com ninguém menos que o ator Channing Tatum, o longa que é uma história bem diversa, pode decepcionar aos que vão pensando que o filme é a sétima maravilha do mundo.

O BLAH CULTURAL enviou Bárbara Braga e Bruno Cavalcante, dois críticos bem exigentes, para a cabine de imprensa e ambos saíram com um certo ar de decepção. Parece que a sequência não vai agradar como a original.

Confira as críticas abaixo, veja o filme e compartilhe sua opinião conosco:

“ROTEIRO FRACO E PREVISÍVEL”, por Bárbara Braga

Após abandonar a vida de stripper, Mike (Channing Tatum) se dedica a seu negócio de móveis e leva uma vida sem grandes emoções até que uma virada do destino o coloca em contato mais uma vez com o que sobrou dos Reis de Tampa. Nesse  filme de Gregory Jacobs, seus antigos amigos estão prestes a abandonar a carreira mas antes querem fechar com chave de ouro e convencem Mike a se juntar a eles em uma viagem para uma convenção de Strippers em Myrtle Beach, onde se apresentarão juntos pela última vez.

O que vemos em sequência é um típico road movie cheio de paradas estratégicas, novos e antigos encontros. Com roteiro fraco e previsível, Magic Mike XXL abandona os diálogos existenciais do primeiro longa e parte para ação com algumas cenas engraçadas como a que eles dançam vogue em um bar de drags ou a que Ricchie (Joe Manganiello) tenta fazer uma mulher amarga sorrir em uma loja de conveniência de um posto de gasolina.

Para compensar a falta de parte do elenco original de Magic Mike (como Mathew McConaughey e Alex Pettyfer), o filme tenta dar ênfase aos dramas pessoais de Ricchie e Ken (Matt Bomer), com cenas e atuações simples e pouco enriquecedoras, fecha a história dos antigos e apresenta novos personagens como Andie Mcdowell no papel de uma mãe divorciada e solitária, Amber Heard no papel de Zoe, uma fotógrafa em busca de um rumo na vida e que pode despertar um interesse amoroso em Mike e  Jada Pinkett Smith, uma grata surpresa, que está muito bem no papel de Rome, uma mestre de cerimônias e antigo affair de Mike e que possui seu próprio palácio dedicado à beleza e ao prazer feminino, onde tenta elevar a auto estima das mulheres que frequentam o lugar. Mesmo com a tentativa de mostrar os dramas pessoais e econômicos das personagens, o filme nos mostra que os reis de tampa e mesmo Channing Tatum só estão lá para tirar a roupa, mas isso é feito através das ótimas coreografias de Alisson Faulk que mostram movimentos sensuais, eróticos e vigorosos próprios para agradar o olhar feminino. O interessante desse filme é que ele não se pretende mais do que é: um filme simples de homens com corpos perfeitos tirando a roupa com incrível apelo sexual.  Enfim, Magic Mike XXL é o desejo feminino enlatado, etiquetado e posto à venda, não espere mais do que isso.

“ROTEIRO PREGUIÇOSO E MUITO HOMEM SEM CAMISA”, por Bruno Cavalcante

Um dos filmes mais esperados do ano chega finalmente aos cinemas. Estou falando de Magic Mike XXL, a continuação do popular longa-metragem protagonizado pelo astro Channing Tatum, no ano de 2012.

Com uma bilheteria em torno de US$ 167,2 milhões, o primeiro filme arrancou os suspiros de muitas mulheres ao redor do mundo e elevou Tatum a um status de “objeto sexual”. A partir daí, os strippers mais cobiçados do cinema criaram uma enorme expectativa em relação ao segundo longa. É claro, principalmente entre elas.

A verdade é que muitas mulheres ansiavam por esta estreia. Digo isso com propriedade, devido ao número de espectadores do público feminino nos Estados Unidos. De acordo com o site The Hollywood Reporter, nos primeiros dias após a estreia oficial, constatou-se que 96% do público era composto por mulheres. E também pude atestar isso na própria apresentação do longa para a imprensa aqui no Rio de Janeiro, onde consigo afirmar que a porcentagem de espectadoras era praticamente o mesmo.

Depois de um tempo afastado dos palcos e voltando seus esforços para seu próprio negócio, Mike (Channing Tatum), recebe uma ligação de Tarzan (Kevin Nash), seu velho amigo de Tampa, convocando-o para uma reunião com seus antigos companheiros, devido a um motivo especial. Mike atende o pedido e viaja até o encontro de todos. O que ele não sabia é que tudo aquilo serviria como pretexto para que o grupo de amigos voltasse a cobiçar um novo show, só que agora de despedida, na cidade de Myrtle Beach.

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Com um roteiro preguiçoso e muito homem sem camisa, Magic Mike XXL parece ter sido feito com a única intenção de causar furor entre o público feminino. Na verdade, não posso negar que de fato essa era uma das propostas do longa desde o início, mas não poderia imaginar que se resumiria a apenas isso. Algumas cenas eram tão vazias, que mesmo com toda aquela apelação, eu quase caí no sono algumas vezes. Os diálogos eram pobres demais, se resumiam a flertes mal feitos e discussões evasivas. A impressão que dava era que o roteirista Reid Carolin não estava com muita inspiração e decidiu criar quase que uma cópia de “American Pie” (1999), no pior dos sentidos.

Tudo estava tão sem rumo, que até o casal Channing Tatum e Amber Heard Depp pareciam mais gelados que o iceberg do filme “Titanic” (1997). A química entre eles definitivamente não rolou e sequer tivemos uma chance de torcer pelos pombinhos. A verdade é que Tatum ficou totalmente apagado na trama, sendo engolido pela presença de Joe Manganiello durante toda película. Richie (Joe Manganiello) roubou a cena como galã, mesmo tendo servido como “step” devido a não presença de Matthew McConaughey na continuação. Para mim, essa segunda parte deveria se chamar “Magic Richie”, sem sombra de dúvidas.

A participação de veteranas como Andie MacDowell e Jada Pinkett Smith serviu apenas para preencher lacunas deixadas por um roteiro pouco criativo e algumas atuações bem isossas. Já o vencedor do Globo de Ouro, o ator Matt Bommer, mesmo tendo um destaque maior neste filme, não conseguiu se sobressair.

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A trilha sonora da película não se destacou, mas serviu como estratégia para que a plateia não caísse no sono durante a exibição do filme. Repleto de músicas dançantes, Magic Mike XXL acabou se tornando repetitivo demais. Já a fotografia também não chegou a ser um ponto forte da obra, que optou por cenas mais escuras e muita luz de palco.

O fato é que o novo filme do diretor Gregory Jacobs (Estrada Maldita) não passou de uma distração para mulheres sedentas por corpos malhados e definidos. Visualmente, o filme cumpre o seu papel, mas não se engane achando que terá algo mais profundo, pois Magic Mike XXL será só mais uma distração um pouco apimentada.

FICHA TÉCNICA:

Título original: Magic Mike XXL

Gênero: Comédia, drama

Direção: Gregory Jacobs

Roteiro: Reid Carolin

Elenco: Channing Tatum, Matt Bomer, Joe Manganiello, Kevin Nash, Adam Rodriguez, Gabriel Iglesias, Stephen Boss, Amber Heard, Donald Glover, Andie MacDowell, Jada Pinkett Smith, Elizabeth Banks, Rhoda Griffis, Kathy Deitch e Ann Hamilton.

Produção: Reid Carolin, Gregory Jacobs, Channing Tatum e Nick Wechsler.

Duração: 115 min

Ano: 2015

País: Estado Unidos

Cor: Colorido

Estreia: 30/07/2015

Distribuição: Warner Bros.

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