Crítica de Filme | Marcas da Água

Para quem tem preguiça de documentários, ainda mais quando o tema é meio ambiente, irá se surpreender com Marcas da Água (Watermark). O filme mostra a relação da sociedade com a água, pelo viés econômico, social, espiritual, científico e também artístico, com imagens lindas de diversos lugares do mundo.

Um mega aqueduto na China, campos agrícolas no Estados Unidos, terras indígenas cortadas por rios na fronteira EUA e Canadá, manifestações religiosas na Índia, escavação de gelo na Groelândia e muito mais. O filme se propôs a traduzir em imagens o que estudiosos e suas palavras não expressariam o suficiente. Aparecem pessoas comentando, mas muito pouco. Você sente o choque do desperdício, da poluição, de desastres ambientais do passado e também aqueles beirando a esquina, além de ficar muito impressionado com a beleza da água e do quanto somos dependentes dela.

Belas imagens marcam o filme

Foram usados drones e slowmotion para capturar a imensidão das paisagens e a dinamicidade da água. Difícil dizer o que é mais tocante em  Marcas da Água, se é a enorme força de trabalho chinesa e a megalomania de suas construções, a extinção de uma comunidade ribeirinha com a transposição de um rio ou um nativo americano esclarecendo que o ser humano e a água são os mesmos e se alimentam um do outro dentro de um ecossistema. Na vida urbana, a água vem de uma torneira e vai para o ralo, usamos e jogamos fora, não nos sentimos parte de algo vivo de co-dependência e o filme relembra ou ensina isso.

Algumas questões do documentário, no entanto, poderiam ser mais claras. O efeito de certas construções ou campos agrícolas na natureza, por exemplo, deveria ser mais detalhado. O filme, como se vê, não é feito para pessoas totalmente leigas no assunto.

Marcas da Água é de 2013, mas estreia nesta quinta-feira (26/03) nos cinemas brasileiros. O documentário já ganhou prêmios como o “Director Guild of Canada” e “Toronto Film Critics Association Awards”. O filme é dirigido pela documentarista Jennifer Baichwal e pelo fotógrafo Edward Burtnsky.

BEM NA FITA: Mensagem; emocionante; fotografia.

QUEIMOU O FILME: Não é feito para leigos no assunto.

TRAILER:

FICHA TÉCNICA:

Título original: Watermark
Direção: Jennifer Baichwal, Edward Burtynsky
Roteiro: Jennifer Baichwal
País: Canadá
Gênero: Documentário
Ano de produção: 2013
Duração: 90 minutos
Classificação: Livre
Distribuição: Espaço Filmes
Data de estreia: 26/03/15