Crítica de Filme | Não Olhe para Trás

Stenlånd Leandro

Dan Fogelman, conhecido por escrever os longas: “A Última Viagem a Vegas (2013)” e “Amor a Toda Prova (2011)”, também responsável pelo roteiro de animações como, “Enrolados (2010)” e “Carros (2006)”, teve, em Não Olhe para Trás a responsabilidade de dirigir seu primeiro filme.

A trama começa com um jovem Danny Collins, aspirante a rock star, revelando em uma entrevista o medo de se transformar em algo que ele não é. John Lennon comove-se com a inexperiência do rapaz e escreve-lhe uma carta que só chega às mãos de Danny 40 anos depois. Agora, com 60 anos nas costas, o velho Danny vê seus medos tornarem-se realidade: um rock star milionário que levou toda a sua vida à base dos prazeres carnais, sem família, namorando mulheres mais novas, com um filho, fruto de suas aventuras, perdido no mundo e vivendo de suas músicas do passado. Então, ele recebe de seu empresário, como presente de aniversário, a tal carta de John. E o que uma carta pode mudar na vida de uma pessoa? Tudo.

Não Olhe para Trás é uma regressão, uma busca àquilo que o astro do Rock viveria caso a carta chegasse à suas mãos no tempo certo. Não como um arrependimento, mas como a possibilidade de uma segunda chance de vida, com um amor de verdade e o perdão do filho que ele ignorou a vida inteira.

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Se você deseja estrear na cadeira de diretor com sucesso, a receita é escalar Al Pacino para o papel principal. Bem, mas justiça seja feita: o ator não fez o filme, ele o completou. Al Pacino é um espetáculo por si só, é verdade, mas Dan Fogelman (diretor e roteirista) mostra que mesmo contando um tema clichê, um astro de Rock viciado em drogas e sexo que chega à meia idade sem família ou propósitos maiores, é possível fazer a arte de forma inteligente e digna. Com sutilezas e detalhes (um pequeno exemplo é o nome “Hope”, esperança em português, de uma das personagens), Fogelman imerge o espectador em uma simples poesia transcrita através das cenas. Dito isso, não se faz necessário o excesso de diálogos explicativos, pecado cometido pelo filme. Não Olhe para Trás tem um roteiro simples dividido em três atos, com pontos de viradas bem demarcados como pede o figurino de um filme comédia-drama comercial. A burocracia, no entanto, não diminui a qualidade da película.

Al Pacino foi impecável, como já foi mencionado (e como era de se esperar). Contudo, vale destacar seu par na trama, Annette Bening (como Mary Sinclair), a qual forma um casal carismático com o ator, e Christopher Plummer (como Frank Grubman, empresário de Danny). Uma ótima surpresa fica por conta da atriz mirim, Giselle Eisenberg, que dá um S-H-O-W. Apesar dos 7 anos de idade, a menina, que já participou dos filmes, “O Lobo de Wall Street (2013)” e “O Ano Mais Violento (2014)”, entre outros, e na série “Law & Order: SVU (2014)”, mostrou que talento tem de sobra. Fiquemos de olho!

O filme estreia em terras brasileiras dia 16/04. Fãs de Al Pacino e/ou de uma boa drama-comédia, não percam a oportunidade, pois vale muito a pena.

BEM NA FITA: Surpreendente; emocionante; cenas com ótimas mensagens.

QUEIMOU O FILME: Excesso de diálogos explicativos.

TRAILER:

FICHA TÉCNICA:

Título Original: Danny Collins
Gênero: Drama
Direção: Dan Fogelman
Roteiro: Dan Fogelman
Elenco: Al Pacino, Annette Bening, Bobby Cannavale, Jennifer Garner, Christopher Plummer, Giselle Eisenberg
Produção: Jessie Nelson, Nimitt Mankad
Fotografia: Steve Yedlin
Montador: Julie Monroe
Trilha Sonora: Bryan Adams, Theodore Shapiro
Duração: 106 min.
Ano: 2015
País: Estados Unidos
Cor: Colorido
Estreia: 16/04/2015 (Brasil)
Distribuidora: Imagem Filmes
Estúdio: Big Indie Pictures / ShivHans Pictures
Informação complementar: Baseado em uma história real

Stenlånd Leandro

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
NAN