Crítica de Filme | Need for Speed – O Filme
Anderson Vidal
A série Need for Speed é um de meus jogos preferidos. Joguei, praticamente, quase que todos da segunda geração do game e contando com tal bagagem fui assistir a essa adaptação cinematográfica com a minha expectativa beirando a 0 e acabei me surpreendendo positivamente.
Sempre imaginei como seria a história de um game no qual todo o seu desenvolvimento tem como base corridas, rachas e conquistas de territórios, porém Need for Speed – O Filme acabou ganhando meu apreço e atenção. Claro que não possui nenhum enredo muito original, mas o trabalho do novato diretor Scott Waugh foi agradável ao apresentar uma história convincente por trás das corridas.
Temos ainda um personagem sólido, convincente e carismático na pele de Aaron Paul, que consegue nos fazer imaginar como seria o rosto daquele que controlamos nos jogos. Aaron Paul, inclusive, que esteve incrível no personagem do início ao fim, consegue construir um protagonista forte junto com a talentosa atriz britânica Imogen Poots, interprete de Julia Maddon, compradora do Mustang e que o ajuda após os dois anos de prisão. Apesar de previsível o envolvimento dos dois é absolutamente divertido de se acompanhar.
Tal química, aliás, funciona com todo o elenco. De início fiquei um pouco assustado com algumas piadas bobas que são soltas em uma cena ou outra, mas com o desenrolar da trama e o laço de amizade dos parceiros, Tobey, Benny, Finn e Joe formando um Dream Team.É engraçado acompanhar, por exemplo, a sequência em que Joe e Finn ajuda Tobey e Julia a abastecer o Mustang em plena estrada. O esforço de ambas as partes para concluir o objetivo é de um companheirismo surreal e as caras e bocas que Finn e Julia trocam, já serve de prova viva para atestar a amizade de tais personagens.
Um ponto que me chamou muita a atenção foi o da forma com que as corridas foram realizadas. Em todos os momentos me veio à cabeça os incríveis confrontos dos games: Underground 2, Most Wanted e Carbor– os que joguei. Fazendo jus às aventuras e às emoções que as corridas virtuais nos proporcionam. Não se é utilizado diálogos longos ou chatos, sendo assim exatamente iguais aos jogos, ainda com a presença de uma voz nos guiando para onde devemos percorrer, rota de fuga e tudo o mais. Já na primeira perseguição, somos jogados para trás do volante do Tobey, remetendo à incrível sensação de que estamos pilotando a máquina, igual ao game. Até mesmo os cenários são parecidos ao jogo, cidades nas quais pilotamos na contra mão, grandes avenidas com pedágios e ainda a presença do Drift.
Um receio que tinha era o do filme se bandear para o lado de Velozes e Furiosos, mas fiquei impressionado pelo fato de tal bandeamento não acontecer. Este se trata de corridas com máquinas possantes, rachas, premiações e não de bandidos, tiros e perseguições em favelas. Com sua desenvoltura diferenciada Need for Speed se distancia do seu maior concorrente e cria a sua identidade sem ficar na sombra de nenhum outro filme do gênero já feito.
Destaco aqui a ótima sequência em que Tobey quer impressionar o dono da De Leon, vivido pelo maravilhoso Michael Keaton, para que seja convidado para a corrida, gravando todas as manobras alucinantes dignas de um jogador desgovernado enlouquecendo a cidade.
O longa metragem como um todo, satisfez-me de tal forma que eu não esperava, divertindo-me. Dando esperanças em uma continuação, uma trilogia, talvez. Need for Speed – O Filme estreia no dia 13 de março em todo o Brasil.
BEM NA FITA: a ótima e divertida participação de Michael Keaton, como Monarch, criador da De Leon e a narrativa das corridas, que não nos deixa perdidos ou confusos em meio a toda a ação.
QUEIMOU O FILME: A falta de premiações que ocorrem no jogo, nas quais podemos vencer corridas até chegar no “chefão” e ir “tunando” o veículo. Temos ainda a participação de Dakota Johnson, como Anita, uma personagem completamente perdida e descartável na história.
FICHA TÉCNICA:
Diretor: Scott Waugh.
Elenco: Aaron Paul, Dominic Cooper, Imogen Poots, Scott Mescudi, Rami Malek, Ramon Rodriguez, Harrison Gilbertson, Dakota Johnson e Michael Keaton.
Produção: John Gatins, Patrick O’Brien, Mark Sourian.
Roteiro: George Gatins e John Gatins.
Fotografia: Shane Hurlbut.
Trilha Sonora: Nathan Furst.
Duração: 210 min.
Ano: 2013.
País: Estados Unidos.


















































