Crítica de Filme | O Destino de Júpiter
Stenlånd Leandro
Se você curtiu “Matrix” e “V de Vingança”, consequentemente é fã dos irmãos Andy e Lana Wachowski. Apesar deles terem deslanchado após as obras citadas, a esperança de bons filmes no decorrer de suas carreiras é sempre grande. Mas a esperança é algo muito mal expressada em algumas situações e na filmografia da dupla, algumas insanidades foram desenvolvidas como a animação “Speed Racer” e, claro, “Cloud Atlas”, que nem foi um filme tão expressivo.
Assim, a espera por O Destino de Júpiter era grande. O filme foi adiado e remarcado para fevereiro de 2015. Com uma expectativa assim – e por ser fã de Channing Tatum -, me deparei com um longa um tanto quanto oco, apesar de incrivelmente interessante no quesito efeitos especiais.
A trama “oca” acompanha a trajetória de Jupiter Jones, que é descendente de uma linhagem que a coloca como a próxima ocupante do posto de Rainha do Universo. Sem saber disto, ela segue sua vida pacata trabalhando como empregada doméstica nos Estados Unidos, país onde vive após deixar a Rússia. Um dia, a moça recebe a visita de Caine, um ex-militar alterado geneticamente que tem por missão protegê-la a todo custo e levá-la para assumir seu lugar de direito. O desenvolvimento do texto definha e, consequentemente, não empolga. O roteiro é muito lento, obrigando os diretores e produtores a sobressaírem com efeitos especiais intensos, que duram quase que 5 minutos ou mais, tornando a produção cansativa.
Mila Kunis tenta convencer de todas as formas que ser uma boa atriz independe da má produção e/ou direção. Ela até consegue, mas o clichê visual e de situações é o de sempre, focando num romance chato e que, no fim, já sabemos o que acontecerá. Como se não bastasse isso, a atuação de Sean Bean é tão estranha quanto.
Quanto a Channing Tatum, o mesmo incorpora uma espécie de Hermes, com suas botas voadoras, cujo objetivo é possuir asas análogas ao formato pomposo do famoso Ícaro como parte de um futuro acordo. Ele terá que proteger a rainha da Terra ou quem sabe a herdeira de todo nosso espaço (Mila Kunis). A jovem é prepotente, mesmo tendo que limpar vaso sanitário todo dia, e fica reclamando e dizendo que sua vida não presta.
E o que faz O Destino de Júpiter ser interessante, de certo modo, é apenas o universo envolto do longa. Raças, conflitos e tudo mais. Há motivos para uma grande expectativa ao redor desta película, uma vez que fizeram um grande mistério para com ela, mas também foi assim com o segundo “G.I Joe”, que também foi incrivelmente pior do que o esperado.
O Destino de Júpiter não é de todo ruim, mas o diretor é incapaz de deixar a riqueza da produção visual em um segundo plano, ao contrário de outros longas que não têm vergonha do baixo orçamento e colocam a precariedade a seu favor. Este não é um problema aqui, realmente se formos apenas analisar os efeitos, o filme é excepcional. Mas é preciso muito mais do que isso para poder emplacar e a trama vinda dos irmãos é decepcionante. No fim, resta somente frustração.
BEM NA FITA: Efeitos especiais muito bons, apesar de bem sintéticos e por demais artificiais.
QUEIMOU O FILME: Os irmãos Wachowski não inovam; roteiro, assim como a direção, são lentos.
FICHA TÉCNICA:
Título Jupiter Ascending (Original)
Ano produção 2014
Dirigido por Andy Wachowski Lana Wachowski
Estreia: 5 de Fevereiro de 2015 ( Brasil )
Duração 127 minutos
Classificação 12 – Não recomendado para menores de 12 anos
Gênero Ação Aventura Ficção Científica
Países de Origem Estados Unidos da América