Crítica de Filme | O Enigma Chinês

Xavier é um escritor francês, de 40 anos, que considera a vida tão complicada quanto um enigma chinês. Mas, também ele tem até motivos para tal analogia. A melhor amiga do cara é lésbica e sonha em ter um filho. Adivinha quem vai resolver esse problema para ela? Isso não seria complicado se ele não tivesse uma esposa e um casal de filhos (imagina explicar isso aos pequenos…). Mas, isso ainda não é o mais complicado… Não! Xavier sofre mesmo uma reviravolta em sua vida quando sua esposa o troca por um americano e vai morar, com os filhos, nos Estados Unidos. Como é escritor, o francês tem a possibilidade de largar tudo e lutar para continuar fazendo parte da família.

Com boas atuações, o Enigma Chinês prende já no início. Logo nas primeiras cenas é uma correria só, mas ao mesmo tempo, é explicado o que se passa na cabeça do protagonista. É muito legal porque o filme todo é centrado nele. Em suas percepções, visões de mundo, em como ele lida com as complicações alheias que entram com tudo na vida dele. Com um personagem tão reflexivo e confuso, é muito assertivo o fato de o longa não ser linear o tempo todo.

Outro ponto positivo que merece destaque é o uso de forma relevante, criativa e funcional das novas tecnologias no filme. É Google Street View, é Skype (só faltou whatsapp rs). Para Xavier só é preciso um notebook conectado a internet e a presença dos filhos e amigos… Outra sacada legal foi situar o espectador sobre a história da mãe lésbica do filho dele em animação.

Apesar de não ser algo inovador, o uso de grandes filósofos alemães para ajudar o personagem principal a compreender melhor o seu enigma chinês é muito interessante. É engraçado, profundo e tem tudo a ver com o roteiro. Lógico que foi inevitável não lembrar de “Meia-Noite em Paris”, de Woody Allen, mas enriqueceu bastante o filme.

Divertido demais do início ao fim! Em momento algum O Enigma Chinês é entediante, pelo contrário, é puro movimento. Mas, é preciso destacar que o final foi previsível e até clichê. A cena final parecia algo entre propaganda de margarina e fim de novela ( daqueles que até vilões mortos reaparecem para celebrar com o elenco). As últimas sequências me remeteram também a cenas de filme Sessão da Tarde…  Apesar disso, o desfecho combina com o clima de alegria e ação que o longa passa o tempo todo.  Recomendo para quem quer passar horas divertidas no cinema.

BEM NA FITA: Bom Roteiro. Bom elenco e boas atuações. Boas sacadas como o uso criativo e funcional das novas tecnologias. Divertido demais do início ao fim! Queimou o filme: Sequências finais do longa foram previsíveis e clichês. Até parecia fim de filme de Sessão Tarde e fim de novela… mas sei que muitos vão amar.

QUEIMOU O FILME: Sequências finais do longa foram previsíveis e clichês. Até parecia fim de filme de Sessão Tarde e fim de novela… mas sei que muitos vão amar.
FICHA TÉCNICA:
Direção: Cédric Klapisch
Elenco: Amin Djakliou, Audrey Tautou, Benoît Jacquot, Cécile De France,Clara Abbasi, Flore Bonaventura, Jochen Hägele, Kelly Reilly, Li Jun Li,Margaux Mansart, Pablo Mugnier-Jacob, Peter McRobbie, Romain Duris,Sandrine Holt, Sharrieff Pugh
Ano: 2013
Duração: 117 min
País: França
Classificação: 14 anos
Gênero: Comédia romântica