Crítica de Filme | O Espetacular Homem-Aranha 2 – A Ameaça de Electro
Stenlånd Leandro
Há uma gama de gente por ai ovacionando filmes da Marvel, e com isso espera-se evolução em todos os campos para um longa tão esperado quanto O Espetacular Homem-Aranha 2. É simples se conter quando esta para ir no cinema assistir um filme de um herói tão aclamado? NÂO…E assim, é preciso ter bala na agulha e sim, ter também bom senso para poder discernir o que realmente é necessário fazer para que seu público potencial não tenha visto o suficiente para se comprometer a comprar um ingresso em trailers que as vezes mostram tanta coisa, que no fim, não passa de um fiasco.
Em O Espetacular Homem-Aranha 2 – A Ameaça de Electro, tudo que é relativo a roteiro, tem um Quê de ponto fraco, talvez seja esta a kryptonita do filme, ou é totalmente aceitável que Harry Osbourne já venha como o primeiro Duende Verde ao invés de Norman? E assim erros e mais erros de roteiro aparecem.
Vamos somente por enquanto visualizar o lado do roteirista e adaptações, mas a Doutora Ashley Kafka que é encarregada e chefe do instituto Ravenscroft por exemplo, neste longa é um homem, ou seja, Bizzaro, certo? Seria esta uma forma de enlouquecer mais ainda os vilões? O Instituto Ravenscroft é como um Asilo Arkham em Batman, ou seja, local para ensandecidos vilões que querem dominar o planeta de forma lunática, como nosso saudoso ÊNEAS.
Com o intuito de evitar spoilers, não entrarei muito em detalhes sórdidos, e assim vamos para um quesito interessantíssimo: OS EFEITOS ESPECIAIS.Caro leitor…a gama de efeitos especiais chega a ser corrosiva e exagerada, tanto quanto em o O Homem de Aço, mas com um diferencial: Mapeamento 360º full.
Em O Espetacular Homem-Aranha 2 – A Ameaça de Electro, simplesmente fiquei muito satisfeito em ver como os efeitos especiais de Electro foram deduzidos e inclusos no olhar do fã, que sobre sai a cada movimento e faz parecer do vilão alguém similar ao Doutor Manhatan visto em Watchmen. Se você simplesmente adorou os efeitos especiais utilizados no herói da DC, vai ter um vislumbre de como houve uma total motivação para evoluir tais efeitos, sem contar as lutas contra Electro…Nossa…de deixar em pânico tantos efeitos Azuis, raios, trovões provindos dos clarões enviados pelo vilão e etc. Electro é um vilão totalmente visual, todas as cenas de ação em que ele está envolvido tem efeitos visuais que chegam fazer você se ajoelhar de tão intensos, o sistema de teleporte dele também é incrivel e o filme inteiro tem uma ação soberba, e quando se trata de Electro, você verá muita coisa no Slow-Motion, que é interessante, especialmente na primeira briga entre o vilão e o herói.
Este longa em questão é bom…muito bom, o novo Homem-Aranha é muito melhor que o antecessor, e a namorada também …evoluíram muito mais no quesito de interpretação, e Emma Stone estava linda… Ficou maravilhosa como ela lida de forma cômica com seu amado herói, o elenco é bom, apesar de ter achado o Harry Osbourne de James Franco muito mais convincente.
O que mais me deixou triste é que depois das aventuras de O Espetacular Homem-Aranha (2012), o intrépido Peter Parker (Andrew Garfield) tenta manter a promessa que fez ao pai de Gwen Stacey (Emma Stone), de que a protegeria sem chegar perto dela, mas infelizmente o derradeiro teria que acontecer, certo? Alias o herói está apaixonado, e não consegue se afastar. Ao mesmo tempo, vários inimigos tomam conta da cidade, e a formatura da escola se aproxima, ou seja, é complicado demais ser o Homem Aranha.
Apesar de não se equipararem, e não pertencerem a mesma produtora, depois de Os Vingadores, nenhum filme de super-heróis deixará os fãs de quadrinhos mais felizes e boquiabertos. O Espetacular Homem Aranha 2 é um poço de referencias as HQs e uma das obras mais bem feitas “em termos”. Se você pensa em não assistir este filme, por que é fã de Sam Raimi, infelizmente perderá um bom filme, onde a ação impera. Eu reconheço que o longa realmente tem alguns problemas menores mas há uma diversão, emoção e ação fazem com que o filme seja bem proveitoso e digno. Podemos dizer que o funciona muito como o começo de um grande planejamento para futuros filmes da Sony, que ainda tem o que evoluir. Tal evolução já é bem quista neste longa no sentido de Efeitos e Mapeamento de área, que foi o que eu gostei muito.
Quando a Sony anunciou que iria reiniciar a franquia do herói, a grande pergunta era: O novo filme irá contar tudo o que já foi visto mais uma vez? Por mais que certos fatos, como a morte do tio Ben, sejam incontornáveis e para aqueles que se acostumaram com isso se revoltam até hoje pela forma como foi deduzida a história toda, os produtores e o diretor Marc Webb buscaram um novo olhar sobre o personagem em O Espetacular Homem-Aranha.
Desta forma, explorando mais o lado piadista e que é bem entonado aqui, com Gwen Stacy ao invés de Mary Jane Watson como interesse amoroso, e uma trama pouco explorada (no primeiro longa), envolvendo o desaparecimento dos pais de Peter Parker, a gama deste filme se torna dimensional, somente a cada filme. Por mais que renovasse o personagem e tenha feito sucesso junto ao público – foram US$ 752 milhões arrecadados nas bilheterias mundiais, fora brinquedos e produtos relacionados -, ficou sempre a sensação de ser um filme menor diante dos que foram dirigidos anteriormente. Agora, de um ângulo mais otimista, é claro que houve uma significativa motivação dos diretores para afirmarem que o filme 3 e 4 acontecerão respectivamente em 2016 e 2018, afinal, podemos afirmar que depois deste longa, há mais esperança de que tudo vá mudar.
O problema até hoje é o público saudosista que não entende como funciona a evolução (ou não das coisas). Olha, eu acho legal a trilogia do Raimi e respeito, mas essa fase já passou, e o mesmo acontece com O Homem de Aço, que muitos ainda preferem o longa de Christopher Reeves. Gente…essa época já foi…ou Tudo que é antigo é tão melhor assim que os novos? Se formos analisar deste ângulo, o Tokusatsu Homem Aranha Japonês, lançado em 1978? Ou as séries anteriores do Superman foram melhores? É complicadíssimo, mas devemos entender.
De volta ao mérito dos filmes anteriores, ta bom, eu assumo que O Espetacular Homem-Aranha 2 não é tão bom quanto o Homem-Aranha 2 de Raimi, mas é facilmente melhor que os outros dois filmes da trilogia antiga, melhor que o antecessor da nova geração e está praticamente no mesmo nível que as melhores obras de super-heróis que já saíram até hoje e quase que se equipara ao Thor 2 em questão de efeitos especiais e diversão. É quando um amigo se torna uma ameaça e um fã se torna um inimigo que tudo começa.
Mas nem tudo é as mil maravilhas, afinal, os diálogos pífios de Harry com seu pai Norman Osbourne, simplesmente fizeram com que o pilar de sustentação do filme se descaracterizasse, e fizesse deste vilão que estaria por aparecer, alguém tão mentalmente elusivo, que só de pensar irrita. Outro detalhe é por um Rino totalmente ineficiente e sem utilidade, apesar da cena final, ser tão tocante, que eu simplesmente diria que o encerramento do filme devido a um garotinho que tentou defender a cidade, quando o aranha teve aquela famosa “frescurite” comum dos heróis de sumirem por sei la quanto tempo quando a sua amada morre, sim, isso acontece e é chato pacas em longas. Mas, como é bom estar de volta aos negócios, certo?
Mas de volta ao ponto fraco do filme, é como o trailer engana aqueles que vão assistir o cabeça de teia. No trailer, Harry tem motivações maiores do que as do filme, “Nós podemos mudar o mundo”, ele diz em um dos vídeos, mas por birrinha, revoltinha, coisinhas de gente mimada, concentrou toda sua raiva numa vingancinha barata contra o aranha e desfocou-se do que ele tinha dito ao Electro, ou seja, mais um furo de roteiro.
Quer mais pontos fracos? ok… Max Dillon (Jamie Foxx) é um péssimo personagem e o ator não ajuda nem um pouco, sem motivações claras e sem razão lógica para ser quem é, tudo bem que pode-se argumentar uma real insanidade que foi potencializada pelo acidente, mas pelo amor de Deus, por que todos tem q focar a raiva no Homem Aranha? A clareza dos vilões é parcial e vaga, não é como o Coringa em Batman o Cavaleiro das Trevas, sabe, não há um vilão imponente pela inteligencia, nem que Harry Osbourne quisesse teria 1% da capacidade do Coringa, mas movido pela força bruta, ou raios estelares que ofuscam a vista e a coerência do fã mais fiel, é o que nos resta, ter de nos contentar com tais vilões e atores tão medíocres (no sentido de médios). Gente, pelas barbas do profeta, Max Dillon chega a ser caricato demais, chega dá nervoso, de roer as unhas de raiva por um personagem tão esquisito.
Alias, o desfecho do Duende Verde com seu planador não é o que foi esperado, já que originalmente, na cena onde Gwen morreria, o mesmo morreria, mas aqui não, afinal, ele precisa estar no Sexteto Sinistro se quisermos ver um filme melhor que o atual, e seu antecessor, ou seja, uma adaptação ousada e totalmente fora da original e descabida de lógica.
Mas, nem tudo são espinhos e temos mais lados positivos para motivar assistir o longa, como a forma em que brilhantemente, foi-se possível ver como Gwen Stacy tem seu desfecho neste longa, e é fiel, ao menos isso.
O drama é presente no longa, tanto quanto seu mais presente lado cômico, arrebentando a boca do balão e deixando todos os filmes do herói pra trás, fazendo deste o mais hilário de todos. Um outro lado positivo é como as coisas vão se encaixando, como a história da morte dos país de Peter, que é adicionada novas histórias dos mesmos no início do longa, para fundir e dar paz ao fã, que ficou boiando com a história inicial, deixando aquele vazio do primeiro para trás, com algo mais confortante e satisfatório, afinal, eu ouvi isso “Sabe o que eu mais gosto em ser o Homem Aranha? TUDO”.
E assim, O Espetacular Homem-Aranha 2 – A Ameaça de Electro esta por demais sobrecarregado, diversos furos de roteiro e personagens muito mal adaptados, lacunas que precisam ser preenchidas por nossa imaginação, como se estivéssemos lendo um gibi ao invés de ler um livro, dentre outras coisas. Dos três vilões, dois sofreram por demais com o filme e vão precisar de mais tempo para serem bem quistos pelo publico. Electro, apesar de ser visualmente perfeito para as cenas de ação e realmente ameaçador, mas é um vilão mal escrito e mal pensado, um verdadeiro desperdício. Mesmo para o Duende Verde que mal aparece e assim Rino também.
Resumindo, os três vilões são uma comédia pelo lado objetivo do filme e deixam a desejar. Lado positivo seriam os poderosos efeitos especiais, a trama de romance que nem é tão melosa assim, o lado cômico, a famosa trilha sonora de ninguém menos que Hans Zimmer dentre outros detalhes que se sobrepõem as falhas do filme e fazem do mesmo uma boa diversão, sim sim, entre altos e baixos, O Espetacular Homem-Aranha 2 se prova um grande filme para um final de semana.
BEM NA FITA: Efeitos especiais; romance pouco meloso; humor; trilha de Hans Zimmer.
QUEIMOU O FILME: Os três vilões não funcionam bem.
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FICHA TÉCNICA:
Título original: The Amazing Spider-Man 2
Distribuidor :SONY PICTURES
Ano de produção: 2014
Data de lançamento: 02 de Maio 2014
Direção: Mark Webb
Origem: Estados Unidos
Direção: Marc Webb
Roteiro: Alex Kurtzman, James Vanderbilt,