Crítica de Filme | O Último Caçador de Bruxas

Bernardo Sardinha

Com as expectativas lá no chão, fomos assistir O Último Caçador de Bruxas. Afinal, não se faz mais filmes de ação como antigamente: as coreografias das lutas foram trocadas por câmeras super tremidas, a ação super editada fazendo com que você não tenha noção do que está acontecendo e o que não dá para ser feito com efeitos práticos, é feito em computação gráfica.

Podemos até mesmo averiguar a decadência do gênero comparando os números de astros de filmes de ação dos anos 80 (o auge!) com os de agora. Nos anos 80 havia: Stallone, Van Dame, Bruce Willis, Schwartznegger, Dolph Lundgren, Steven Segal, Chuck Norris, Cristopher Lambert, Charles Bronson… E quem temos agora? Vin Diesel, Jason Staham, Liam Neeson (qualé! Depois de Taken ele fez uma penca de coisas do mesmo naipe) e Dwayne “The Rock” Johnson (que curte fazer comédias mais do que filmes de ação). Não é a toa que quando assisto “Os Mercenários” sinto que estamos em uma Festa Ploc.

Na trama, Kaulden, um caçador de bruxas “amaldiçoado” com a imortalidade, luta para manter a trégua entre a humanidade e as bruxas.

Apesar da sinopse spoiler free ser bem boba, a trama em si do filme surpreende por ser bem costurada e com algumas reviravoltas bem legais. Outro aspecto interessante do roteiro é a apresentação e construção deste mundo aonde esses seres mágicos vivem.

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Não é a toa que o roteiro estava na blacklist dos estúdios de 2010 (blacklist’s é a lista dos melhores roteiros não produzidos do ano).

O que o roteiro tem de bom, as atuações tem de RUIM. Não que dê para esperar muito de Vin Diesel, que faz o papel que ele sabe fazer melhor: o “The man´s man” – as mulheres o querem e os homens querem ser que nem ele. Ele é rico, sarado, mata quem ele quiser, tem um apelido maneiro e todos babam ovo dele. Fica até difícil acreditar no personagem quando ele diz que a imortalidade é uma maldição porque ele parece curtir adoidado a vida. Michael Caine interpreta Dolan, padre que serve de… Vamos dizer que ele interpreta o Alfred do Batman de novo. E nos dez minutos em que ele está em quadro, seis ele está deitado. Fazendo nada. Deve ter sido o trampo mais fácil da vida do Michael Caine.

No elenco também temos Rosie “You know nothing Jon Snow” Leslie que junto com o Vin Diesel, cria os diálogos mais bregas do mundo. É muito difícil não ver os dois interagindo e não revirar os olhos.

Temos também Elijah Wood, que interpreta o padre novato que auxilia o protagonista em sua jornada. Elijah está bem, está longe de ser irritante como Frodo do “Senhor do Anéis” – papel que é simplesmente impossível não associa-lo – e se você olhar bem…Ele tem cara de coroinha mesmo.

Os efeitos especiais…Bem… não tem nada de especial. Assim como a direção, fotografia e edição.

Apesar do enredo interessante e de apresentar um mundo novo, O Último Caçador de Bruxas não consegue criar nada para se destacar, fazendo com que seja um daqueles filmes que você vai esquecer hora depois de ter assistido.


Gênero: Aventura
Direção: Breck Eisner
Roteiro: Burk Sharpless, Cory Goodman, Matt Sazama
Elenco: Allegra Carpenter, Armani Jackson, Bex Taylor-Klaus, David Whalen, Elijah Wood, Inbar Lavi, Isaach De Bankolé, Jack Erdie, Joseph Gilgun, Julie Engelbrecht, Laura C. Smiley, Lotte Verbeek, Michael Halsey, Ólafur Darri Ólafsson, Rena Owen, Rose Leslie, Toussaint Raphael Abessolo, Vin Diesel
Produção: Bernie Goldmann, Mark Canton
Fotografia: Dean Semler
Montador: Dean Zimmerman

Bernardo Sardinha

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