Crítica de filme: Os homens são de Marte… E é pra lá que eu (também) vou
Antonio de Medeiros
****Colaboração de Patty, A Crítica Bipolar****
Toda mulher sonha em encontrar o amor da sua vida. Um homem padrão-Fifa: romântico, companheiro, sincero, que tenha pegada, que saiba montar um armário, matar barata e levar as nossas bolsas no shopping.
É uma busca para a vida inteira. Digo isso por experiência própria, sou viúva, tenho 84 anos, mas como diria meu sobrinho Fernandinho, ainda estou na pista pra negócio.
Ainda bem que me chamaram para a cabine do filme ”Os homens são de Marte… E é pra lá que eu vou.”, só assim eu consegui me desconectar do Baddoo, Badalo, do Amor-sêmem-perfeito e do Tinder. Eu estava tão viciada nesses sites e aplicativos de encontro, que passei uma madrugada inteira procurando o amor da minha vida. Quando Fernandinho chegou pela manhã vindo da night, eu estava com a cabeça deitada em cima do tablet, a tela babada. Por causa disso, dei um jeito na coluna e tive que ser atendida na emergência do Souza Aguiar D`or.
Eu estava muito ansiosa para ver esse filme, pois as minhas amigas que fretam van pro teatro já tinha visto a peça e adorado. Então, as minhas expectativas eram as melhores. Não me decepcionei. O filme cumpre o que promete.
Fernanda é uma mulher disposta a encontrar o amor da sua vida, otimista e sem medo de ser feliz ela mergulha de cabeça em todos os relacionamentos, sempre acreditando ter encontrado o homem da sua vida.
Fernanda não desiste fácil do amor e apesar das constante decepções, continua acreditando nele. Quando o relacionamento dá errado, e isso acontece bastante, ela não desanima, “Não era pra ser”! –diz ela.
Por isso, fechei com a Fernanda! Já voltei pro sites de encontro. Encontrei um fazendeiro, também viúvo, que quer relacionamento sério. Até já me chamou pro Skype. Deixei o quarto só na luz do abajour pra criar um clima intimista. Espero que Fernandinho não volte logo. Como a personagem da Mônica diz no filme: “O que vai ser amanhã eu não sei , mas alguém sabe?” Então, vou continuar tentando, assim como Fernanda, acredito que a vida com paixão é muito melhor de ser vivida.
BEM NA FITA: Carisma e bom-humor de Mônica Martelli que causam empatia imediata com o público. Mônica é uma atriz com forte presença cênica e essa característica se manteve no cinema. O trio formado por ela, Paulo Gustavo (sempre muito engraçado) e Daniele Valente (também muito divertida) funciona muito bem.
QUEIMOU O FILME: Algumas cenas enfraquecem o roteiro por não ter função dramática, como a cena da ida de Fernanda à joalheria da Vivara. O cinema brasileiro ainda tem essa dificuldade de lidar com o merchandising com naturalidade, sem parecer que a cena é um comercial. Algumas cenas pecaram pela previsibilidade, mas nada que comprometa o filme.
FICHA TÉCNICA:
Direção: Marcus Baldini.
Elenco: Mônica Martelli, Paulo Gustavo, Daniele Valente, Eduardo Moscovis,
Humberto Martins, Marcos Palmeira, José Loreto , Peter Ketnath, entre outros.
CoDireção: Susana Garcia.
Roteiro: Mônica Martelli, Patricia Corso e Susana Garcia com a colaboração de Herson Capri e Pedro Aguilera.
Direção de Fotografia: Pedro Farkas.
Direção de Arte: Vera Hamburger.
Figurino: Leticia Barbieri.
Edição de Som: Miriam Biderman.
Trilha Sonora: Plinio Profeta.
Produção: Biônica Filmes.
Duração: 106 min.
País: Brasil.