Crítica de Filme | Ouija – O Jogo dos Espíritos [VISÕES ANTAGÔNICAS]

Blah Cultural

Ouija – O Jogo dos Espíritos chega ao Brasil cercado de expectativas após longas de terror com produção barata apresentarem boa qualidade como “Invocação do Mal” e “Annabelle”. A película tem feito bonito nas bilheterias norte-americanas. Com um custo de apenas US$ 5 milhões, o filme já rendeu mais de US$ 50 milhões só nos EUA.

Com isso, o BLAH CULTURAL reservou dois críticos para assistirem ao terror e eles tiveram opiniões diferentes. Confira abaixo as resenhas de Leandro Steland e Thamiris Tohru:

“DEPOIS DE ‘ANNABELLE’, É O MELHOR TERROR DO ANO”, por Leandro Steland

Para começar, Ouija – O Jogo dos Espíritos tem muitos clichês. Mesmo assim, mesmo depois de “Annabelle”, posso afirmar que este é o melhor terror do ano. O longa apenas traz tudo que um filme do gênero pede, diferente dos outros títulos lançados no ano. O que faz com que eu tenha a certeza de que não vivemos bons tempos para os filmes de terror (pós Invocação do Mal).

A premissa do filme é bem original na medida do possível, interessante e cativante para amantes do gênero, Após o suspeito suicídio de sua melhor amiga, Laine , reúne um pequeno grupo de amigos para tentar se comunicar com a menina através do famigerado jogo de tabuleiro Ouija. Mas é claro que a comunicação não sai como esperado, e o grupo acaba despertando entidades malignas do tabuleiro.

O diretor estreante Stiles White entrega sim, de um ponto de vista, um bom filme. O roteiro, escrito pelo próprio White, que já havia entregado os eficientes roteiros de PRESSÁGIO e POSSESSÃO, é muito interessante, apesar de alguns furos. Ouija – O Jogo dos Espíritos começa como uma simples história de espíritos, e de repente, quando o espectador acha que o filme vai seguir a linha de um simples suspense, matando personagens em sequência, a produção surpreendentemente toma um outro caminho. E não é apenas uma vez que o filme faz isso.

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O longa possuí de tudo um pouco, isso inclui momentos fora da tensão de um dia escuro e tenebroso, também o longa se dá ao luxo de ter momentos ao clarear do dia. O diretor deixou a peteca cair em alguns momentos, mas a história prende cada vez mais e mais e faz com que este seja uma boa escolha para uma noite fria para se assistir um ”bom” filme de suspense/terror.

No elenco, o destaque vai para a protagonista Olivia Cooke, em uma atuação que surpreende deliberadamente. Sua personagem é esperta, corajosa, e detalhista, e o espectador acredita nisso por causa da atuação de Olivia. Mas como nem tudo são flores, o filme próximo do final fica fraco e sem força, diminuindo a potência de suspense do longa.

De resto, a fotografia do filme é bem clichê, e a edição é um tanto exagerada, sendo que o filme poderia ter acabado em umas três cenas específicas. Mas mesmo assim, Ouija – O Jogo dos Espíritos entrega um longa um tanto quanto satisfatório. É um filme que garante ótimos sustos, e merece ser assistido.

BEM NA FITA: Enfim, mais um filme com momentos de tensão e real susto como em Invocação do Mal.

QUEIMOU O FILME: Infelizmente o fim e a lutra contra o ”demônio” deixou a desejar , ficando algo muito simples e não houve tanto embate quanto esperado.

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‘TERRORZINHO LEVE PARA PASSAR O TEMPO’, por Thamirs Tohru

Definitivamente bons filmes de terror estão cada vez mais difíceis de se achar. E não é diferente com Ouija – O Jogo dos Espíritos. A história segue Laine que após o suicídio suspeito de sua melhor amiga, decide tentar contato através de uma tábua Ouija junto com alguns amigos. Logo eles descobrem que com certas coisas não se deve brincar pois podem librar ou contactar coisas das quais não se pode escapar.

O filme que é repleto de clichês conta com alguns sustos porém não consegue transmitir medo. Se isso não fosse o bastante a direção de elenco deixou, e muito, a desejar. A personagem principal vivida pela atriz Olivia Cooke que deveria ser forte e determinada, passa uma imagem de sonsa, chata e sem vida, simplesmente não cativa nem um pouco o espectador. O único destaque em atuação vai para Shelley Hennig que morre nos primeiros minutos do filme, apesar de breve seu personagem consegue cativar em 2 minutos o que a principal não consegue no filme inteiro.  O resto do elenco não fica atrás, muitos deles sem muita emoção, tornando tudo bem meia boca.

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A direção tenta, não tão satisfatoriamente, utilizar posicionamentos diferentes para promover um suspense maior, porém em alguns momentos o básico funcionaria bem melhor. O roteiro, se trabalhado mais, poderia ser digno de atenção, mas não foi o caso. Em alguns momentos chega te fazer rir de algo que deveria ser algo aterrorizante.O único ponto positivo foi a pequena surpresa no desfecho do mistério, fora isso, nada muito interessante. Os maiores pontos negativos foram mais para o final onde você espera mais e o filme desanda totalmente. Como na perseguição do espirito aos amigos, a derrota do mal e o “poder da amizade” que quem for ver o filme vai entender. Além disso o filme conta com várias opções de término, mas decidiram escolher justamente a pior com um ar de continuação (por favor não).

Para quem gosta de um terrorzinho bem leve e tranquilo pra passar o tempo, Ouija – O Jogo dos Espíritos é a sua praia. Não vá com altas expectativas para não se decepcionar.

BEM NA FITA: ….cri…cri…cri.. ah sim, os sustos inesperados.

QUEIMOU O FILME: Direção de elenco; clichês em demasia; roteiro fraco para intermediário.

FICHA TÉCNICA:

Nome original: Ouija
Gênero: Terror
Direção: Stiles White
Roteiro: Juliet Snowden, Stiles White
Elenco: Afra Sophia Tully, Ana Coto, Bianca A. Santos, Bill Watterson, Claudia Katz, Daren Kagasoff, Douglas Smith, Leigh Bush, Lin Shaye, Matthew Settle, Olivia Cooke, Robyn Lively, Shelley Hennig, Vivis Colombetti
Produção: Andrew Form, Bennett Schneir, Bradley Fuller, Brian Goldner, Jason Blum, Michael Bay
Fotografia: David Emmerichs
Montador: Ken Blackwell
Trilha Sonora: Anton Sanko
Duração: 90 min.
Ano: 2014
País: Estados Unidos
Cor: Colorido
Estreia: 11/12/2014 (Brasil)
Estúdio: Platinum Dunes / Universal Pictures
Classificação: 14 anos

Blah Cultural

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