‘A Rede Social’ | CRÍTICA
Wilson Spiler
Como o próprio nome já diz, A Rede Social (The Social Network) conta a história da criação da maior rede social existente atualmente no mundo: o Facebook. No Brasil, apesar de o Orkut ainda ser o mais utilizado, ela vem crescendo a passos largos e, acredito eu, um filme contando a criação dessa rede gera grande curiosidade.
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Sobre o filme
A saber, A Rede Social é uma adaptação do livro de Ben Mezrich, “The Accidental Billionaires: The Founding of Facebook, a Tale of Sex, Money, Genius and Betrayal”. Como não li a publicação, não vou também julgar se a transposição para a telona foi bem-feita ou não.
O longa começa num bar, onde o protagonista Mark Zuckerberg (brilhantemente interpretado por Jesse Eisenberg, do ótimo “Zumbilândia”) e a namorada dele discutem e terminam o relacionamento. Partindo disso, bêbado e com raiva, ele posta em seu blog pessoal palavras não tão carinhosas para sua ex, enquanto rola uma festa onde não foi convidado, mas nem por isso deixou de participar. Provoca os convidados criando uma pequena rede que conta com uma eleição para escolher a mais sexy de Harvard. O site é um sucesso de cara, onde mais de 22 mil pessoas visitaram em uma noite. Foi obrigado a esclarecer a situação para os diretores da universidade, mas ganha admiradores de sua inteligência.
E isso é o que leva a toda a trama da história: Zuckerberg recebe um convite dos garotos populares da faculdade (que não sabiam nada de programação) para se juntar a eles e criar uma rede social onde somente quem tivesse o e-mail ‘harvard.edu’ poderia se cadastrar. Óbvio que, malandramente, o cara aceita, mas já com más – ou seriam boas? – intenções. Com o sucesso do site, a página vai se prolongando para outras instituições como Cambridge e Stanford. E isso, claro, chama a atenção de aproveitadores. Um deles é, simplesmente, o criador do Napster, Sean Parker – interpretado por Justin Timberlake (isso mesmo, o cantor… ex-N’sync), o que, futuramente, vai fazê-lo se desentender com o seu melhor amigo Eduardo Saverin (Andrew Garfield – o novo Homem-Aranha). Enfim, como já me prolonguei demais com a história, vamos ao que interessa.
Diálogos precisos
O que realmente impressiona na produção de David Fincher – e nos deixa um pouco tontos, de início (não, não é a minha labirintite) – é a velocidade nos diálogos, sempre muito bem amarrados e inteligentes também. Afinal, logo na primeira cena – a do bar, citada acima – já é uma pequena pancada na cabeça, mas com o desenrolar do filme, vamos entrando no ritmo da dança. De fato, o cineasta constrói uma cadeia de situações onde não se sabe exatamente quem é o mocinho ou o bandido.
Pode-se pensar que Mark Zuckerberg é um baita babaca – ou, de acordo como uma das promotoras do caso, ele apenas faz um esforço muito grande pra ser um -, ou será que os garotos de Harvard que o acusam de roubar a ideia deles é que queriam se aproveitar da inteligência do rapaz? Ou ainda, Sean Parker também usou Mark ou foi a salvação dele? Confesso que fiquei sem saber pra quem “torcer”. É isso o grande ponto de interrogação e positivo do baita diretor de “Seven – Os Sete Crimes Capitais” e “O Curioso Caso de Benjamin Button”. E, como ele mesmo diz, ‘você não pode fazer 500 milhões de amigos sem fazer alguns inimigos’.
Por fim, Fincher nos deixa uma tremenda lição quando ‘escarra’ na tela: ‘Na internet se escreve à caneta e não a lápis’. Entenda como quiser…
::: TRAILER
::: FICHA TÉCNICA
Direção: David Fincher
Elenco: Justin Timberlake, Rashida Jones, Jesse Eisenberg
Distribuição: Sony
Data de estreia: sex, 03/12/10
País: Estados Unidos
Gênero: drama
Ano de produção: 2010
Duração: 121 minutos
Classificação: 14 anos