Crítica de Filme | Velozes e Furiosos 7
Bernardo Moura
E chegamos ao filme de número 7. Segundo os astrólogos, o número 7 representa um fechamento de ciclo, jornada, era. E podemos ver isso muito bem no novo filme da franquia de Velozes e Furiosos 7, que chega aos cinemas nesta quinta-feira (02/04).
Com a morte em novembro de 2013 de um dos principais atores da franquia, Paul Walker, envolvido em um acidente de carro, o mundo inteiro se perguntou “E agora? Vão continuar?”. Na época, soubemos que o filme estava praticamente pronto. E, sendo assim, a Universal divulgou nota oficial alegando que finalizaria o filme e lançaria-o nos cinemas normalmente. Os fãs fizeram uma festa. Bem, correu mais de um ano para que o filme chegasse pronto nas telonas.
Depois de tantas histórias, tantos personagens, tantos lugares paradisíacos e tantas mulheres de saias e biquínis, é difícil não fugir da mesmice. Velozes e Furiosos 7 traz a turma de sempre com os mesmos diálogos numa agitada Los Angeles: Dom (Vin Diesel), Brian (Paul), Letty (Michelle Rodriguez), Mia (Jordana Brewster), Hobbs (Dwayne Johnson), Tej (Ludacris) e Roman (Tyrese Gibson). O fator novo fica por conta do vilão Deckard Shaw (Jason Statham) que promete acabar com quem acabou com seu irmão em Londres no filme passado.
Se você é fã ou já está acostumado com os filmes desta franquia, já pode esperar para ver as cenas de ação que beiram ao exagero, as lutas que parecem saídas do filme “O Clã das Adagas Voadoras” (2004), as coisas estapafúrdias que não aconteceriam no mundo real e as máquinas maravilhosas que fazem qualquer um cair o queixo. Principalmente no carro que vale 11 milhões de reais (conheça um pouco mais sobre ele no vídeo abaixo). Com uma fotografia excelente e uma trilha sonora melhor ainda, o filme agrada. A parte ruim é que o 3D pouco aparece. Você tem a sensação de que era melhor ter sido feito em 2D normal. Mas acredita-se que o filme foi feito em 3D para dar uma proximidade de Paul ao público.
O roteiro te leva muito pelo lado da comédia, mas o drama e o tom de despedida ao ator se fazem presentes também, principalmente nas cenas finais. O diretor James Wan privilegiou muitas cenas em que o Paul aparece somente ele ou que tenha ele como destaque no enquadramento. Há uma cena em que todos estão de cinza e preto e ele aparece de branco como se fosse um ser celestial. Só falta auréola acima da cabeça. É neste contexto que entra uma pulga atrás da orelha. Porque o longa teve muito tempo de pós-produção. E após o acidente, ainda rolaram algumas cenas atuadas pelo irmão de Paul. Ou seja, os caras capricharam no tom de despedida em 3D à Walker.
Por ter este tom de despedida em alguns momentos, o roteiro de Velozes e Furiosos 7 ao mesmo tempo que traz flashes dos antigos filmes para relembrar mesmo a personagem de Letty e ao público, deixa alguns personagens soltos e subaproveitados. Mia, Elena (Elsa Pataky) são alguns dos personagens que poderiam ter um desenvolvimento e argumento melhor dos que os apresentados.
Fazendo uma análise comparativa com este e os outros seis, Velozes e Furiosos 7 consegue ser igual aos demais, mas diferente na essência. Após você se debulhar em lágrimas (prepare o lencinho), a impressão dada é que o filme parece deixar de ser um pouco “velozes” e ficar só na fúria. Não à toa, o título do filme em original é apenas “Furious”. Será que já é uma ponte para um novo recomeço sem Paul?
BEM NA FITA: Fotografia. Trilha sonora. Roteiro.
QUEIMOU O FILME: Cadê o 3D que estava aqui? Personagens subaproveitados.
FICHA TÉCNICA:
Título Original: Furious 7
Gênero: Ação, Crime, Thriller
Direção: James Wan
Elenco: Vin Diesel, Paul Walker, Jason Statham, Michelle Rodriguez, Jordana Brewster, Ludacris, Tyrese Gibson, Dwayne Johnson, Lucas Black, Kurt Russel, Nathalie Emmanuel, Elsa Pataky, Gal Gadot, Luke Evans
Fotografia: Marc Spicer, Stephen F. Windon
Trilha sonora: Brian Tyler
Produção: Bill Brzeski
Duração: 137 min
Ano: 2015
País: Estados Unidos
Cor: Colorido
Estreia: 02/04/2015 (Brasil)
Distribuidor: Universal Pictures