‘Ragnarok’ (Netflix) | CRÍTICA
Thiago Alexandre
Podemos dizer que, atualmente, todos sabemos algo sobre a cultura nórdica. Assim, algumas pessoas querem saber um pouco mais. Estímulos não faltam, como na série de filmes da Disney/Marvel envolvendo o deus do Trovão Thor; seriados como Vikings; ou ainda livros baseados na cultura, como as Crônicas Saxônicas, de Bernard Cornwell, que também virou seriado recentemente.
Então, como uma série poderia somar nesse meio já tão concorrido? É exatamente isso que Ragnarok, da Netflix, vem tentar provar, contando com alguns trunfos bem interessantes.
Logo de cara, uma introdução avisa aos mais desatentos que o significado no nome da série está diretamente ligado com os eventos que conduzem ao fim do mundo de acordo com a crença nórdica. E muito dessa origem será usado ao longo da série.
De fato, uma boa sacada, mas que também permite a quem tem mais conhecimento sobre o assunto estar sempre um passo a frente do roteiro.
Ótima ambientação
Toda falada em norueguês, Ragnarok, da Netflix, possui 6 episódios de cerca de 45 minutos na sua primeira temporada. Por isso, não há um minuto a perder para contar a história.
A saber, a trama já começa com a mudança da família do jovem Magne (David Stakston) para a cidade de Edda. Sim, licença poética para a mesma cidade do conto. Ao chegar no local, um encontro com uma estranha senhora idosa desperta algo em seu interior. A partir disso, o jovem começa a descobrir que possui novas habilidades.
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Entretanto, somente quando ele finalmente associa os seus poderes recém-adquiridos ao deus Thor que a sua personagem finalmente fica interessante. Com isso, Magne logo descobre quem serão seus antagonistas nas figuras de Vidar (Gísli Örn Garðarsson), Saxa (Theresa Frostad Eggesbø) e Fjor (Herman Tømmeraas).
Boas características técnicas
Ademais, com paisagens maravilhosas e cenas espetaculares Ragnarok, da Netflix, se equilibra, com algum sucesso, entre uma história medieval e um tema muito atual: a preservação do meio-ambiente e seu ecossistema. Para isso, utiliza a personagem que será grande amiga de Magne e fio condutor da sua sanidade, Isolde (Ylva Bjørkaas Thedin).
Além disso, a trilha sonora colabora com o equilíbrio, indo da música clássica de Wagner ao techno moderno do M83.
No entanto, mesmo parecendo patinar em alguns momentos, a história avança sem grandes problemas. As referências à mitologia nórdica estão escancaradas no seu decorrer. Ainda assim, quem espera que essa seja a série das séries a se aprofundar nesse assunto, infelizmente, terá uma decepção.
Também não teremos raios, explosões e batalhas a todo momento na tela, afinal, é uma história leve que trata o “fantástico” de um modo mais sutil do que fomos acostumados ultimamente.
Ragnarok, da Netflix, tem apenas um problema muito sério. Sobretudo, quando a história finalmente ganha corpo e ritmo, a primeira temporada termina. Espero que isso signifique que teremos ao menos uma segunda temporada, pois temos um desfecho altamente interpretativo, com diversas pontas soltas que podem ser exploradas.
::: TRAILER
::: FICHA TÉCNICA
Título original: Ragnarok
Temporada: 1
Criação: Adam Price
Direção: Mogens Hagedorn
Elenco: David Stakston, Jonas Strand Gravli, Herman Tømmeraas
Distribuição: Netflix
Gênero: Drama, Fantasia
Ano: 2020
Classificação: 16 anos