Crítica de Série | Better Call Saul (1ª temporada)
Sabrina Rodrigues
Ao som de “Smoke on the Water” da banda britânica Deep Purple, termina a primeira temporada de Better Call Saul , com o advogado Jimmy McGill ao volante, incorporado com um misto de decepção, tristeza e muita determinação, e seguindo para o rumo que só conheceremos na segunda temporada.
No primeiro episódio, nos deparamos com um jovem que sai da prisão com a ajuda do irmão mais velho, Chuck MC Gill e por gratidão e admiração, James McGill, o Jimmy Sabonete, como era conhecido na prisão, vai estudar e se graduar na mesma profissão do estimado irmão: Direito.
Ao longo dos dez episódios de Better Call Saul exibidos aqui no Brasil, pelo site de streaming Netflix, conhecemos um pouco das artimanhas do advogado que tanto ganhou admiração na série Breaking Bad. Soubemos um pouco mais da vida do ex-policial Mike Ehrmantraut (Jonathan Banks), a forma como perdeu o único filho, a sua relação com a neta e a nora.
Mas, uma vez, assistimos a uma série que retrata o quanto é importante a aprovação de um ente que tanto amamos. Como em Bloodline, em Better Call Saul, o personagem principal tanto se esforça para ser motivo de orgulho do seu irmão. Em Bloodline _ série também exibida pelo Netflix, a primeira temporada está toda lá _ vemos a busca da aceitação no sentido de pertencimento, o perdão que não é dado, o sentimento que não é compartilhado.
James McGill, personagem brilhantemente interpretado por Bob Odenkirk, esforça-se para cuidar do irmão que sofre de uma espécie de hipersensibilidade eletromagnética. Ao mesmo tempo, Jimmy faz o que pode para manter as contas em dia.
A série é um misto de drama e comédia, com cenas engraçadas quando se trata das tentativas de trambiques que Jimmy provoca para ter vantagem em alguma situação.
O último episódio_ é interessante vermos o desfecho (mesmo que triste) da primeira temporada, com o último episódio explicando o primeiro_ intitulado “Marco”, em homenagem ao amigo de Jimmy Sabonete que morre de forma inesperada, num beco onde os dois aplicavam golpes e no dia em que Jimmy havia prometido ao amigo que aquele seria o último golpe aplicado por ele. Mas, a morte do amigo junto com a grande decepção de Jimmy com o seu irmão Chuck, que o impediu de entrar na firma onde é sócio e bem sucedido, por achá-lo incapaz e uma piada como advogado, foram a gota d’água para a transformação que veremos na próxima temporada.
Vince Gilligan e Peter Gould fizeram o que muitos duvidaram: deram cara própria a um personagem, que mesmo surgindo de uma série de imenso sucesso como Breaking Bad, tem muito a apresentar daqui para frente. Se você ainda não assistiu a série, aproveite esse intervalo de um ano para conhecer o advogado mais trambiqueiro dos últimos anos na TV.
Veja também um apanhado dos cinco primeiros episódios da série aqui.