Crítica de Série: Psi (episódio piloto)

Giselle Costa Rosa

O personagem Carlo Antonini (Emílio de Mello), psiquiatra/psicanalista com atração por casos desafiadores, é uma espécie de “Dr. House” da psicologia em Psi, que conta com a direção de Marcus Baldini (Bruna Surfistinha) e a produção da HBO Brasil. Antonini, ao longo dos episódios, segue elucidando problemas físicos e/ou psíquicos das pessoas que cruzam sua vida íntima.

O protagonista é um cara de meia idade, com barba por fazer, com características físicas muito parecidas com as do ator Hugh Laurie (Dr. House), até mesmo no jeitão, só que bem menos rude. Ele ainda possui uma ex-mulher, cujo relacionamento flui bem, e dois enteados muito próximos a ele. Muito presente na vida de Carlo está também Valentina, colega de profissão, amiga e confidente, vivida por Claudia Ohana, com boa atuação. Os acontecimentos cotidianos se passam na cidade de São Paulo.

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Carlo Antonini e seus enteados.

Ao longo dos dois episódios de estreia tiveram inserções de nomenclaturas, informações e pílulas de sabedoria psicanalíticas, médicas e até antropológicas, validados por citações de autores renomados nas áreas citadas. E parece ser esse mesmo o mote da série. Aproximar o espectador desse contexto hoje em dia nem tanto nebuloso e distante da pessoa comum.  Fica mais fácil assim atingir o objetivo do roteiro, da obra ser uma porta de acesso às nossas próprias questões. Comparação com a série “Sessão de Terapia”, sucesso do GNT, podem até surgir, mas não se sustenta. Lá a história está focada nos pacientes, em Psi, no personagem Antonini. Contardo Calligaris, um dos roteiristas (o outro é Thiago Dottori) e também psicanalista, enuncia a ideia de que a normalidade seria a maior das patologias dentro da história.

Claudia Ohana no papel da Valentina.

Claudia Ohana no papel da Valentina.

Não foi muito fácil embarcar de cara no enredo do piloto, no engate de um romance entre Antonini e uma moça que fazia malabarismos num semáforo. No entanto, acho que serviu de cartão de visitas, apresentação de um personagem nada convencional, delineando seu modo de agir/pensar. Além do que, o ator Emílio, que fez novelas como “Lado a Lado” (2012), “Cordel Encantado” (2011) e filmes como “Cazuza – O Tempo Não Pára” (2004) e Amores Possíveis (2001), parece ainda não está confortável em seu personagem.

Os mais ávidos pelo tema talvez não gostem tanto da série por causa de seu teor muito didático e elucidativo. Como é o início, há chances dos roteiristas encaixarem melhor aquilo que eles querem passar com a história de vida do protagonista e demais personagens.

Veja o trailer:

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Ficha Técnica:
Título: Psi
Duração: 106
Gênero: Drama
Censura: 16
Direção: Marcus Baldini
Roteiro: Contardo Calligaris e Thiago Dottori
Elenco: Emilio de Mello, Aída Leiner, Igor Armucho, Bianca Vedovato, Otávio Martins, Victor Mendes, Claudia Ohana, Camila Leccioli.
Ano de produção: 2013
País de origem Brasil
 

Giselle Costa Rosa

Integrante da comunidade queer e adepta da prática da tolerância e respeito a todos. Adoro ler livros e textos sobre psicologia. Aventuro-me, vez em quando, a codar. Mas meu trampo é ser analista de mídias. Filmes e séries fazem parte do meu cotidiano que fica mais bacana quando toco violão.
NAN