CRÍTICA | Remake de ‘Desejo de Matar’ é violência gratuita da melhor qualidade!
Paulo Cardoso Jr.
O filme Desejo de Matar (2018) dispensa maiores apresentações, mas caso não tenha ouvido falar do original de 1974, que teve quatro continuações, sendo a última em 1994, e também não conheça o ator Charles Bronson, então, segue a sinopse:
O médico Paul Kersey (Bruce Willis) vive com sua mulher e filha em Chicago e tem uma vida relativamente normal, com um casamento estável, pai de uma jovem recém aprovada numa universidade e, claro, trabalhando em um ritmo frenético em um dos maiores hospitais da cidade. Essa rotina é quebrada quando a casa do Dr. Kersey é assaltada e sua esposa morre e sua filha fica em coma. Elisabeth Shue (Lucy Kersey) parece ficar mais bonita e charmosa com o passar dos anos e sua saída brusca do filme é realmente uma pena.
O maior medo do espectador talvez seja justamente na interpretação do Bruce Willis, será que Paul Kersey ficará parecido com John McClane o maior sucesso da vida do ator? Se o seu receio de assistir ao filme é porque ele talvez perca o chame do cidadão comum em fazer justiça com as próprias mãos, então, pode ficar tranquilo, isso não vai acontecer. Se pararmos para pensar, a nova versão do Paul Kersey é um cidadão ainda mais pacato que seu antecessor, pois é “apenas” um médico, enquanto que o vivido por Charles Bronson apesar de ser “apenas” um arquiteto, é um veterano de guerra, com bastante experiência em armas.
Não adianta, o mais interessante desse Desejo de Matar é poder comparar com o outro, sério! Fica também mais engraçado em algumas partes. A começar pela cidade escolhida, enquanto que no original a cidade era Nova York, que um dia já foi a cidade mais violenta dos EUA, mas que hoje tem seus índices com menos da metade que era na década de 70, agora temos Chicago. A liberdade para agir é outro fator que chega a ser engraçado, enquanto que, no original, o justiceiro sai para passear de cara limpa e de terno, nosso “herói” do século 21 sai de moletom e capuz na cabeça. Isso é até fácil de compreender já que vivemos numa época onde o mundo está conectado e tudo é compartilhado. O Paul Kersey da década de 70 chegou a receber suas armas pelos correios, enquanto que o atual precisa preencher uma papelada, mas como a atendente mesmo informa, “nunca vi ninguém ter o pedido de arma rejeitado”.
Entre mortos e feridos, dessa vez não sobra quase ninguém para contar no final! Ponto negativo do filme é que a violência sofrida pelo Paul Kersey atual não é tão explícita e sádica quanto do seu homônimo da década de 70, isso ficou de certa forma até “light”. Para tranquilizar os fãs do justiceiro tem muita coisa boa. Por exemplo: já imaginou um “meme” do justiceiro saindo no Facebook? O fato de o personagem ser médico faz com que passe por uma reflexão dos seus atos e veja o quanto é difícil bancar o justiceiro. Destaque para a cena de abertura do longa. Para futuras continuações, a coisa pode ficar complicada, já que Charles Bronson tinha 53 anos na época do primeiro filme, enquanto Bruce Willis já tem 63, mas isso não deve ser problema para o ator, visto que está fazendo personagens de meia idade no cinema há mais de 30 anos!
Desejo de Matar versão 2018 estreia nesta quinta-feira, 10/05, em todo o Brasil, num cinema perto de você.
::: TRAILER
https://youtu.be/e1hIXEClwBQ
::: FOTOS
::: FICHA TÉCNICA
Título original: Death Wish
Direção: Eli Roth
Elenco: Bruce Willis, Vincent D’Onofrio, Elisabeth Shue
Distribuição: Imagem
Data de estreia: qui, 10/05/18
País: Estados Unidos
Gênero: ação
Ano de produção: 2017
Classificação: 18 anos