critica do filme Ligações Perigosas de 2022 da Netflix

Foto: Netflix / Divulgação

‘Ligações Perigosas’ versão 2022 é brega, cafona e esquecível

Wilson Spiler

É sempre difícil adaptar um romance de sucesso e, principalmente, que já teve uma versão para o cinema com atores como Glenn Close, bem como John Malkovich e Michelle Pfeiffer no elenco. Além disso, para deixar a comparação ainda mais pesada, Ligações Perigosas, de 1988, contou com a direção de Stephen Frears. Nesta sexta-feira (8), chega ao catálogo da Netflix, uma atualização do clássico em uma visão francesa, sem nenhum nome de peso e com uma diretora iniciante.

Já não bastasse essas diferenças, a trama da versão 2022 de Ligações Perigosas foge bastante da obra, tanto cinematográfica quanto literária. No livro de Choderlos de Laclos e no filme de 1988, Uma viúva e sua ex-amante manipuladora tentam destruir um casal recém-casado. Por outro lado, nesta adaptação da Netflix, a estudiosa Célène (Paola Locatelli) se apaixona pelo rebelde Tristan (Simon Rérolle) sem saber que ela faz parte de uma aposta cruel dele com Vanessa (Ella Pellegrini), a rainha das redes sociais da escola.

Leia também:

‘A Ilha’ tem roteiro raso, mas com saborosas alegorias

‘Vingança Fatal’ adormece o cérebro do espectador

‘Bons Meninos’ diverte sendo inocente e pesado ao mesmo tempo

Ligações Perigosas 1988 e 2022

Bom, a julgar pelas grandes diferenças já citadas acima, é até covardia comparar as duas versões. Ligações Perigosas de 2022 não tem protagonistas carismáticos, muito menos uma direção diferenciada que faça o espectador se cativar com o mistério que a trama tenta carregar.

Célène é quase uma santa. Aos 17 anos é virgem e está noiva do seu primeiro namorado, sofrendo bullying por isso na escola. Um drama comovente, só que não. Enquanto isso, tenta resistir às tentações de Tristan, um jovem bonito que se apega à protagonista logo de início, sem grandes motivos ou aprofundamento dessa relação.

Sem rumo

A versão 2022 do filme Ligações Perigosas não sabe aonde quer ir. Classificado como drama e romance, ele flerta com também com suspense, comédia, musical e até soft porn, mas não é bem-sucedido em nenhum dos gêneros. Afinal, quem atira para tudo quanto é lado dificilmente acerta o alvo ou atinge no lugar errado.

Em resumo, a nova adaptação de Ligações Perigosas é brega, cafona, sem identidade e esquecível. Não surpreende, não emociona, nem cria tensão e, claro, é completamente previsível, seguindo um roteiro básico e raso. A crítica social à questão da popularidade nas redes sociais é até interessante, mas somente esse ponto não faz disso uma boa adaptação.

Onde assistir ao filme Ligações Perigosas (2022)?

A saber, O Sentido da Vida está disponível para assinantes da NetflixAliás, está de olho em algo na Amazon? Então apoie o ULTRAVERSO comprando pelo nosso link: https://amzn.to/3mj4gJa.

Não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do ULTRAVERSO:

https://app.orelo.cc/uA26

https://spoti.fi/3t8giu7

Trailer do filme Ligações Perigosas (2022), da Netflix

Ligações Perigosas, da Netflix (2022): elenco do filme

Paola Locatelli
Simon Rérolle
Ella Pellegrini

Ficha Técnica do filme Ligações Perigosas, da Netflix (2022)

Título original: Les Liaisons Dangereuses
Direção: Rachel Suissa
Roteiro: Slimane-Baptiste Berhoun e Rachel Suissa, baseado no romance de Choderlos de Laclos
Duração: 109 minutos
País: França
Gênero: romance dramático
Ano: 2022
Classificação: 18 anos

Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
0

Créditos Galáticos: