Crítica de filme: Meu Malvado Favorito 2

Bruno Giacobbo

Sempre que anunciam a continuação de um filme de sucesso, a expectativa gerada é grande. Há gente que defenda que uma película assim deve ser única. Um segundo episódio, mal feito, pode perfeitamente macular a fantasia que habita a cabeça dos fãs, criada pelo primeiro. Quando o filme é um live action, tendo a concordar que os riscos são maiores devido à quantidade de fatores envolvidos: direção, atores, roteiro, trilha sonora… Quando se trata de uma animação, creio que a chance de algo dar errado é menor. Neste caso, a chave do sucesso passa essencialmente pelo roteiro.

Não estou dizendo que produzir uma animação é mais fácil e menos digna de nota do que produzir um filme com atores. Mas, uma vez que a parte um bombou, não há muito que mudar na embalagem. A arte seguirá basicamente a mesma linha, os dubladores na maioria dos casos podem ser perfeitamente repetidos, mas o roteiro continua a ser um desafio à parte. Dito isto, Meu Malvado Favorito 2, dirigido por Pierre Coffin e Chris Renaud, com estreia marcada para o Brasil, sexta-feira (05/07), tem tudo para bisar o sucesso da obra original.

A família Gru

A família Gru

Gru, o ex-vilão que antes só pensava em roubar a lua, já não é tão mau. Agora, suas preocupações são mundanas. Como as de qualquer cara que decidiu adotar três meninas: organizar uma festa de aniversário para a caçula Agnes, saber quem é o garoto que balançou o coração da (quase) adolescente Margô e por ai vai. Só Edith, a filha do meio, não gera tanta preocupação, afinal é a que mais se parece com o pai. Tudo corre relativamente calmo quando, do nada, a transloucada agente secreta Lucy Wilde cruza o caminho da família do nosso malvado favorito. A partir daí, pode se esperar uma confusão sem fim e muitas gargalhadas. Muitas mesmo!

Dublados por Steve Carell e Kristen Wiig, Gru e Lucy ganharam na versão nacional as vozes de Leandro Hassum e Maria Clara Gueiros. Se o segredo de uma boa dublagem feita por atores conhecidos é você não reconhecer o dono da voz, Hassum está de parabéns. Precisei ficar até o fim dos créditos para ter certeza que era o próprio (sim, eu não lembrava que era ele no primeiro). Já Gueiros é ela mesma. Não tem como não reconhecer sua singular voz (eu diria histérica em diversos momentos). O engraçadíssimo dublê de cantor e ator, Sidney Magal, também está no filme dublando um personagem que é a sua cara. Seu desempenho é melhor do que o de Gueiros.

Esta continuação não teria a mínima chance de fazer sucesso sem a marcante participação dos minions, os misteriosos ajudantes de Gru. Da mesma forma que os pinguins roubam a cena em Madagascar, os amarelinhos de palavreado incompreensível dão um show! Destaque para a performance musical da trupe. Uma das músicas interpretadas (?!?!) é um nítido “caco” da dublagem brasileira.

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Lucy Wilde

Lucy Wilde

Meu Malvado Favorito 2 é um filme para vovôs de cabeça jovem, pais de espírito leve e crianças que adoram rir.

Desliguem seus celulares e boa diversão!

BEM NA FITA: Os diretores Pierre Coffin e Chris Renaud souberam manter a mesma pegada do filme original.

QUEIMOU O FILME: Na versão brasileira, o ponto mais fraco é a dublagem da personagem Lucy Wilde, embora não chegue a comprometer o todo.

FICHA TÉCNICA:

Diretor: Pierre Coffin e Chris Renaud
Elenco: Steve Carell, Kristen Wiig, Russell Brand, Miranda Cosgrove, Benjamin Bratt, Steve Coogan, Dana Gaier e Elsie Fisher
Produção: Chris Meledandri e Janet Healy
Roteiro: Cinco Paul e Ken Daurio
Trilha Sonora: Pharrell Willians e Heitor Pereira
Duração: 98 minutos
Ano: 2013
País: EUA

Bruno Giacobbo

Um dos últimos românticos, vivo à procura de um lugar chamado Notting Hill, mas começo a desconfiar que ele só existe mesmo nos filmes e na imaginação dos grandes roteiristas. Acredito que o cinema brasileiro é o melhor do mundo e defendo que a Boca do Lixo foi a nossa Nova Hollywood. Apesar das agruras da vida, sou feliz como um italiano quando sabe que terá amor e vinho.
NAN