CRÍTICA | ‘Hotel Artemis’ tem muito potencial, mas se perde no meio do caminho
Giovanna Landucci
Do lado de fora do Hotel Artemis há uma rebelião alimentada pela fúria popular contra uma grande empresa que controla a água da Califórnia. O filme se passa em Los Angeles em um futuro não muito distante. Nesse futuro, portanto, distópico, e que lembram episódios de “Black Mirror”, a ação se desenvolve no local, com capa de hospedagem, mas que, na verdade, esconde um hospital reservado a criminosos em dia com a taxa de associação, como se fosse um clube.
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Gostou do enredo? Sim, atrativo, né? E se, em meio a esse cenário apresentado, ainda fosse dito que teria um elenco de peso? Seria mais atrativo ainda, certo? Errado! Poucos sentimentos são tão frustrantes quando se vê algo com esse potencial desperdiçado. Temos um elenco de peso mal aproveitado, um diretor aclamado ofuscado por um roteiro que não foi bem elucidado e poucas cenas de ação, onde as “aproveitáveis” foram protagonizadas por uma atriz que deixou a desejar, e não estou falando de Jodie Foster, que é um dos elementos que salva no contexto geral.
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Hotel Artemis está longe de ser o ápice da inovação e da genialidade, porém, vemos uma boa ideia sendo mal explorada, pois mesmo com um futuro passando mais próximo dos dias atuais, não contextualiza o espectador e o deixa perdido. São personagens demais e muita coisa acontece em apenas 94 minutos de projeção, impedindo que nenhum deles seja desenvolvido suficientemente. Em sua segunda metade, o filme joga fora qualquer elemento de seriedade, maturidade ou proposta de discutir temas relevantes que vinha apresentando para se tornar apenas um veículo de ação (mal feita, por sinal).
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Jodie Foster interpreta uma enfermeira aposentada que recebe criminosos em seu hotel, que serve de base para um hospital de luxo bancado por um dos gangsteres mais famosos e temidos da região, e onde opera e hospeda feridos em combate. A cidade está caótica, sob a ameaça da população, que já esta farta da situação econômica em que se encontra e onde rebeldes estão sendo presos. Há uma rebelião quase beirando uma guerra entre polícia e manifestantes que recentemente tiveram o abastecimento de água cortado. Nesse mesmo cenário os criminosos, matadores de aluguel, gangsteres e afins também são atingidos e precisam de local seguro para se refugiar. É aí que o Hotel Artemis entra, registrando esse pessoal e tratando de suas feridas.
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Sempre reclamamos que ideias originais estão cada vez mais raras em Hollywood. Quando se trata de produções mais caras, com artistas de prestígio, realizadores de renome e ideias de alto conceito (como a ficção científica mirada a um grande público), a coisa se torna ainda mais escassa. Tudo o que é feito – e dá certo – são sequências intermináveis e adaptações. Ou seja, reciclagem de material um copy paste e uso de muitos clichês.
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Hotel Artemis poderia ter sido muito, mas falhou. Na provável necessidade de ser mais comercial, acabou se traindo quanto às boas ideias que mostrou inicialmente e tornou-se mais uma dispensável obra hollywoodiana. Não é um total desastre, mas a indiferença que esse filme traz é tão presente que seria desonesto não comentá-la ao falar sobre ele. Mais um dentre tantos outros que passarão batido nas salas de cinema e nos streamings via internet.
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::: TRAILER
::: FICHA TÉCNICA
Título original: Hotel Artemis
Direção: Drew Pearce
Elenco: Jodie Foster, Sofia Boutella, Dave Bautista
Distribuição: Diamond Films
Data de estreia: qui, 13/09/18
País: Estados Unidos, Reino Unido
Gênero: ação
Ano de produção: 2018
Classificação: 16 anos