CRÍTICA | ‘IT: A Coisa’ adapta o clássico de Stephen King para antigos e novos espectadores
Juliana Góes
A nova adaptação de IT: A Coisa é um filme de terror psicológico e sentimental, porém, com temas mais “pesados” que o original. Uma mistura de terror, nostalgia e aventura, a trama explora o amadurecimento das crianças da história a medida que demonstram coragem enfrentam o Pennywise. O autor Stephen King cativou com o conto, não apenas os leitores, mas também espectadores do início dos anos 90, e com certeza irá conquistar os de hoje.
Ambientado nos anos 80, o longa acompanha a história dos amigos Bill, Richie, Stan, Mike, Eddie, Ben e Beverly, sete crianças que estão em férias escolares, e que juntos, formam o “Clube dos Perdedores”. Eles vivem em uma cidadezinha pacata, onde começa haver desaparecimentos infantis, e com isso, precisam enfrentar o “perigo” em forma de palhaço aterrorizante, conhecido como Pennywilse. A amizade, a confiança e o amadurecimento são os alicerces para encararem a “Coisa” tenebrosa.
Para amenizar as questões mais pesadas, como o abuso infantil e o bullying, IT: A Coisa procura intercalar entre o drama e comédia, e assim vai desenvolvendo cada personagem. As crianças sofrem com os problemas da vida e precisam pensar como adultos ao longo da trama. A personagem Beverly sofre violência sexual pelo pai e o protagonista Bill se culpa pela morte do irmão. Ambos precisam lidar com os sentimentos, vencer o próprio medo, encontrando apoio um no outro.
Todos os atores mirins foram brilhantes. Finn Wolfhard (Richie), conhecido da série “Stranger Things”, Jack Dylan Grazer (Eddie), Jeremy Ray Taylor (Ben), Wyatt Oleff (Stan), Chosen Jacobs (Mike), Nicholas Hamilton (Henry) e Sophia Lillis (Beverly) vão muito bem, mas o destaque maior fica por conta de Finn, Jack e Sophia, que são os mais divertidos e carismáticos.
Enquanto o Pennywise do clássico tem jeito irônico, o novo, interpretado por Bill Skarsgård, é meio “malucão”, com muita expressão facial e voz agoniante. O personagem de Skarsgård está lembrando outro personagem icônico, o Coringa, da série “Gotham”, tanto na atuação quanto na caracterização da maquiagem.
O roteiro está bem desenvolvido, no início é lento de propósito para focar em cada personagem, da metade ao fim ele pega um ritmo acelerado. Quanto a trilha sonora, achei que em determinados momentos, ela não era necessária, mas há algumas exceções como a referência a banda New Kids on the Block, que tocava nos momentos mais hilários. Vale lembrar que o filme faz várias referências a cultura pop, como o jogo de video game “Street Fighter”, o boneco do próprio Pennywise, e filmes famosos que aparecem no letreiro do cinema.
Com direção de Andy Muschietti (Mama), sem dúvida, a nova versão está mais violenta e séria ao retratar temas “adultos” como pedofilia e violência sexual. A cena pós-créditos mostra que terá uma sequência, provavelmente com os personagens na fase adulta.
IT: A Coisa traz um novo Pennywise com cenas de terror excelente para quem curte o gênero e humor na medida certa. O filme soube ser criativo e ao mesmo tempo manter o enredo da obra original.
::: TRAILER
::: FOTOS
::: FICHA TÉCNICA
Título original: It
Direção: Andrés Muschietti
Roteiro: Chase Palmer
Elenco: Bill Skarsgård, Jaeden Lieberher, Finn Wolfhard
Distribuição: Warner
Data de estreia: qui, 07/09/17
País: Estados Unidos
Gênero: terror
Ano de produção: 2016
Duração: 135 minutos
Classificação: 16 anos