CRÍTICA | ‘Johnny English 3.0’ tem esquetes previsíveis, mas que funcionam

Paulo Cardoso Jr.

Rowan Atkinson está de volta na pele do agente secreto mais atrapalhado do mundo, Johnny English. Se você não viu os dois primeiros longas, não tem problema (eu também não tinha visto!). Johnny English 3.0 (Johnny English Strikes Again) é o tipo de filme fácil de entreter e parece um grande programa com várias situações cômicas vividas pelo antigo personagem Mr. Bean.

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A história não poderia ser mais simples: depois de um ataque hacker que deixou todos os agentes secretos ingleses expostos, a Primeira Ministra (Emma Thompson) resolve recorrer a uma seleção de antigos agentes secretos, que somente aparecem em registros físicos, para descobrir quem é o responsável pelo ataque cibernético. A essa altura, o ex-agente se transformou num professor e vive muito bem dando as suas aulas e ensinando técnicas de camuflagem para crianças, mas que não pensa duas vezes em voltar à ativa. O processo seletivo com antigos agentes secretos é uma das melhores cenas do filme.

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Como ninguém sabe quem é o hacker capaz de causar tanto estrago na terra da Rainha, então, o agente Johnny English resolve tomar uma medida radical, não usará nenhum dispositivo eletrônico para não correr o risco de ser rastreado ou descoberto pelo inimigo. Você já imaginou sua vida sem celular, ter que ficar sem usar cartão, ou internet? Sem querer (será?) o filme proporciona essa reflexão e as situações pelas quais tem que passar por causa da falta da tecnologia são as cenas mais engraçadas, como em um determinado momento que seu assistente Bough (Ben Miller) entrega umas 20 páginas de fax para o agente, já que ele não tem e-mail. Mas o colírio dos olhos na película fica por conta da agente Ophelia, a belíssima Olga Kurylenko (007 – Quantum of Solace e Hitman – Assassino 47) e que também mostra uma veia para comédia.

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Foto: Universal Pictures / Divulgação

Johnny English 3.0 diverte, mas dificilmente daria certo se fosse com outro ator que não o Rowan Atkinson. Algumas cenas são bem previsíveis e você SABE que o personagem complica tudo, até as tarefas mais simples, então, as possibilidades de confusão são ilimitadas. As caras e bocas que o ator faz proporcionam algumas gargalhadas mesmo sabendo como vai terminar. Johnny English não é super herói, não é um James Bond, não é filme de arte, mas entretém. Quando o filme acabar, fique tranquilo para sair: não tem cena pós-créditos.

::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Johnny English Strikes Again
Direção: David Kerr
Elenco: Rowan Atkinson, Emma Thompson, Olga Kurylenko

Distribuição: Universal

Data de estreia: qui, 01/11/18
País: Reino Unido
Gênero: comédia
Ano de produção: 2017
Duração: 135 minutos
Classificação: 12 anos

Paulo Cardoso Jr.

Jornalista formado pela PUC-RJ e Pós Graduação em "Comunicação com o Mercado" pela ESPM-RJ.
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