CRÍTICA | Vale conferir cada momento de ‘Luzes no Céu’ (Fireworks) e se inspirar!

Giovanna Landucci

As animações asiáticas geralmente te deixam no ar.

As animações asiáticas geralmente te deixam no ar para que você use sua imaginação e possa fazer sua própria interpretação e o Studio Ghibli não poderia ser diferente. Com sucessos como “A Viagem de Chihiro” (ganhador do Oscar de 2003), “O Castelo Animado”, “Ponyo”, Princesa Mononoke, entre tantos outros, trabalha com fábulas, mitologias e símbolos e muitas cores que levam o espectador a viajar por um mundo que parece um sonho.

É assim que Fireworks (Uchiage hanabi, shita kara miru ka? Yoko kara miru ka?) conta uma história de um casal de adolescentes em período de férias de verão da escola e que entre estudo, amigos e um belo festival de fogos de artifício no farol de Moshimo, uma cidade litorânea, tudo acontece.

A história original de Luzes no Céu (nome da adaptação em português) é de Sunji Iwai, com um live action gravado em 2009. Com uma narrativa romântica embalada pelo mote “você deixaria tudo por amor?” podendo parecer algo para o mundo infanto-juvenil, mostra, por trás da narrativa, uma grande sensibilidade onde conflitos familiares, medos e angústias naturais da idade dos personagens, o despertar do amor, amizade, cultura familiar e tradição japonesa, além do estudo e valorização do tempo escolar, entre outros tantos elementos tradicionais que nos colocam dentro dessa emocionante história.

O roteiro é um pouco monótono, mas possui  uma grande magia que nos faz acompanhar cada ida e vinda desse enredo. O vai e volta na narrativa acontece através de viagem no tempo e espaço onde o personagem principal não são os fogos de artifício. Este, entra como um guia para entendermos aonde estamos na história.

O início é um pouco demorado até chegar aos principais acontecimentos, porém, é este começo que deve ser bem lembrado pois é crucial para entender os demais quadros da narrativa. Uma bela menina com cabelos esvoaçantes e uniforme de escola está a beira mar e causa certo impacto, principalmente em um dos garotos da escola que a observa de longe, maravilhado. Cortes de cena espetaculares nos levam a pensar o que vem a seguir.

Em uma piscina, a aposta entre amigos é o que faz o primeiro evento acontecer e que acarreta em uma decisão importante de um dos personagens principais. Essa decisão envolve uma esfera mágica, encontrada no mar por Nazuma, aquela menina linda do início da película. A bola brilhante é mágica e faz voltar no tempo, ou realiza desejos? Fica ao critério do espectador entender o que ela faz e sentir toda a magia que o enredo traz.

A água também é um elemento importante que liga muitos fatos. O festival que acontecerá no farol, faz com que os amigos da escola se reúnam e marquem de se encontrar para entender se os fogos de artifício são planos ou redondos. E o que eles são? Essa pergunta fica no ar e é respondida quase no final da trama. O uso de cores, de formas, de transparências que deixam as cores translúcidas fazem com que o gráfico deixe de ser plano, chapado e passe a ter um ar dimensional, trazendo certa realidade, que, de forma mágica, faz o espectador se sentir dentro da história.

Luzes no Céu é uma fábula envolvente e muito bonita, além de romântica e cheia de vida. Vale a pena assistir, conferir cada momento e se inspirar… Ah, o amor!!!! Venha se emocionar e ficar com várias perguntas, ou até mesmo inventar seu próprio final, pois o encerramento pode te levar a imaginar outros encerramentos para a trama.

::: TRAILER

::: FOTOS

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Fireworks / Uchiage hanabi, shita kara miru ka? Yoko kara miru ka?
Direção: Akiyuki Shinbo, Nobuyuki Takeuchi
Elenco: Suzu Hirose, Masaki Suda, Mamoru Miyano
Duração: 91 min.
Distribuição: outras
Gênero: Anime
Classificação: 12 anos

Giovanna Landucci

Publicitaria de formação, sempre gostei de escrever. Apaixonada por filmes e séries, sim, posso ser considerada seriemaníaca, pois o que eu mais gosto de fazer é maratonar! Sou geek principalmente quando falamos de Marvel e DC. Ariana incontestável, acho que essa citação de Clarice Lispector me define "Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa, ou forte como uma ventania. Depende de quando e como você me vê passar." Ah, como é de se notar pela citação, gosto de livros e poesia também.
NAN